Às vezes dava vontade de podermos ser indiferentes aos problemas das nossas equipas, ao ruído dos bastidores, ao zum-zum da copa, aos que se evidenciam à custa de outros, aos que não se comprometem só para não se chatearem mais…
Como era bom fugir de cena e deixar que as nossas equipas resolvessem tudo isto!
Se os conflitos nunca foram fáceis de gerir, a realidade actual, fruto do contexto se apresentar muito mais complexo, faz-nos estar cada vez mais atentos, para que o efeito não cresça como bola de neve.
E como resolver?! Parece que estamos habituados a começar pelo fim…
Sabemos verdadeiramente o que se passa? Temos o entendimento das situações no seu todo? Tivemos a capacidade de escutar e estamos ao corrente de uma ou das diversas perspectivas?
Começar pelo princípio é estar atento aos sinais aparentes, assegurar relações de confiança e ir gerindo e implementando diversas estratégias para que as questões se debelem.
O diagnóstico…
Por vezes, por mais caricato que seja, trabalhar bem pode ser muito incómodo para a Equipa, sobretudo quando parece que o padrão se tornou encorajar a mediocridade… Tipicamente, surgem ressentimentos entre os elementos com diferentes níveis de produtividade, os prazos não se cumprem e as metas não se atingem, tornando-se o líder a única fonte de disciplina.
Outras situações há em que as reuniões, quando se conseguem fazer, se tornam superficiais e defensivas, visto que os tópicos mais críticos acabam por ser ignorados. É como se as pessoas evitassem estar juntas, para pensar o que as leva para a frente…
Nem sempre existe a confiança e a genuidade para se falar de erros e lacunas pessoais, nem sempre está presente a preocupação de perceber a competência e a experiência do outro. Ao invés, acaba por desperdiçar-se tempo com as imposições de cada um e a gestão individual do risco. Isso implica que uns se inibam de pedir ajuda e que outros hesitem em oferecê-la fora do que são as suas áreas de especificidade…
Quando surgem conflitos, a preocupação em avaliar as opiniões e entender a perspectiva dos membros da equipa esbate-se e, não raras vezes, criam-se ambientes onde abundam as jogadas de bastidores e se guarda rancor.
Agora estará a pensar “E eu lá tenho paciência para fum-fum e gaitinhas numa altura destas…?!”
As estratégias….
Algumas das ferramentas mais interessantes para percebermos como cada um funciona, decide e aprecia que se chegue a ele têm por base conceitos de PNL e constituem-se como modelos de análise de perfil comportamental, de que são exemplo o VAK e o DARS. O facto de cada um ter a oportunidade de reflectir sobre o perfil de personalidade e as preferências comportamentais dos seus colegas (pares, subordinados ou líderes), e consequentemente sobre as suas, pode ser um passo muito interessante na eficácia da comunicação.
É muito frequente também usar uma estratégia de extracção e pedir-se a um elemento conciliador (e que habitualmente foge do conflito como diabo da cruz) para assumir o papel de “mineiro de conflitos”.
Também poderão ser lançados exercícios sobre a eficácia da Equipa, que obriguem a pensar qual a maior contribuição para o sucesso e qual a área que necessita de maior melhoria. A estratégia de permissão em tempo real ajudará a, quando se notar um certo desconforto nas pessoas, parar e relembrar que este tipo de análise é necessário para o sucesso da equipa.
Complementarmente, pedir feedback e dar feedback estruturado podem ser um instrumento precioso no ultrapassar destas situações, como sejam por exemplo a Avaliação 360 graus ou um Smiley Survey.
E qual é o seu estilo de resolução de conflitos?
É mais assertivo ou mais cooperativo? O modelo de resolução de conflitos de Thomas-Kilmann (TKI) pode também constituir uma ferramenta interessante para o ajudar a adoptar, em cada situação em particular, o modo de resolução mais eficaz.
Relações de Confiança…
O desejável era que conseguíssemos de forma proactiva (e preventiva!) trabalhar estas situações, investindo ao máximo no cerne da questão: a falta de confiança e de compromisso.
A confiança é a base do trabalho em equipa e sem ela não se progride, nem se consegue chegar a outros resultados.
Procure encorajar a comunicação formal e informal, promover o diálogo para que surja a predisposição para as cedências necessárias, e não deixe nunca descurar a assertividade. É indispensável que as pessoas se relacionem de forma sincera e estejam dispostas a colocar os objectivos do todo acima das suas pretensões individuais.
Melhor do que “tudo ao molho” é, sem dúvida, “todos juntos”… afinal, sempre soubemos que o melhor investimento está mesmo nas Pessoas!
Vai ver que vai valer a pena…
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