Medidas e mais medidas restritivas, cortes aqui e acolá, sobe a TSU – baixa a TSU, dossiês de investimento trocados por dossiês de resgate…
Não sente que se continua a apostar na receita errada?!
E nas nossas empresas, que receitas adoptámos para fazer face aos dias que correm?
A ginástica que fazemos é para emagrecer ou é para nos tornarmosmais saudáveis? O treino que preconizámos é para fazer de vez em quando ou é para levar a sério e nos preparar para esta maratona?
A dieta…
Reduzir pode ser um exercício com óptimas consequências ou com consequências desastrosas.
Quando as vendas diminuem, quando vemos o pipeline encolher, quando começamos a dar-nos conta dos carros dos vendedores estacionados na garagem em vez de estarem na rua, a vontade imediata é de cortar pessoal…
Se as vendas diminuem, o peso de cada rubrica na estrutura de custos agrava-se, para além dos custos com pessoal que saltam aos nossos olhos como nunca. Na DR que o Contabilista nos envia mensalmente vemos os CMVMC e os FSE a crescer…
É como se o dossiê troika estivesse quase pronto e faltasse apenas comunicar tudo o que se vai cortar em pessoal, em ordenados, em horas extra, em serviços partilhados, em marketing, em formação.
É nesta altura que estamos no limiar de olhar para as nossas pessoas como uma linha numa folha de Excel.
Só que fazer dieta não é deixar de comer…
Precisa mesmo de um dossiê troika, ou precisa de um dossiê de investimento?
Então, e se…?
E se a próxima Reunião de Direcção fosse para definir o dossiê de investimento?
O que é que queremos, de que é que não prescindimos, e depois, sim, o que não é estritamente necessário.
Faz sentido?
Fantástico, parece que a maratona vai começar…
O exercício…
Mas nada se faz de novo ou de diferente sem estarmos todos bem preparados, bem cientes do que é esperado de nós, e isso envolve desenvolvimento de competências – de liderança, de comunicação, de influência, de persuasão, de negociação.
É preciso treinar para nos tornarmos mais resistentes, mais saudáveis, com mais massa muscular… Bem vistas as coisas, não será disso que as nossas empresas precisam também?
Tal como no ginásio temos um plano de treino, não há colaborador que atinja os objectivos sem um plano de acção detalhado, com o qual se sinta comprometido. Cabe ao líder ser o personal trainer…
Por mais experiência que tenhamos enquanto líderes, é importante reconhecer que o sucesso passado, por si só, não nos garante que agora, neste contexto exigente, vá correr lindamente…
Em muitas empresas, as pessoas chegam ao trabalho penduradas, trabalham como se estivessem de castigo e saem submersas e cabisbaixas…
Onde foi parar a motivação desta gente que anda de ombros na cintura?
Bem, esses são os empregados, mas na sua empresa tem colaboradores, certo?
Enquanto líderes temos tudo de diferente a fazer, é preciso comunicar quando não há nada para dizer, é preciso falar do bom e do menos bom, é preciso antecipar situações, é preciso partilhar e acatar ideias, é preciso envolver e comprometer.
Sem isso, não há motivação, não há diálogo, há os patrões ou os chefes de que eles tanto falam naquele tom pejorativo…
Tal como se fizermos exercício esporadicamente os resultados não chegam… sem avaliar resultados e sem fazer coaching à equipa nada se consegue.
Não basta ir à Decathlon, à Sportzone ou a qualquer loja da especialidade comprar o equipamento e os ténis… Nada se faz só de intenções.
É preciso pormo-nos ao caminho, dar o primeiro passo, mas dar os seguintes também…, congruente e sistematicamente!
O que significa que a primeira reunião de equipa não chega! É preciso comunicar periodicamente, com uma estrutura definida.
É preciso estar preparado para ouvir o feedback que não nos agrada (às vezes até tem um quê de muita verdade…), é preciso estar disponível para fazer concessões… ou já tínhamos posto a ideia de negociar com as Equipas de parte?
A meta…
Os objectivos são para nos levar mais longe, a ter mais resultados. Se o caminho é sinuoso, a meta não tem necessariamente que ser maior, mas pode ser diferente.
A meta tem é que ser conhecida, partilhada, e ser de todos.
E como ajudamos a reforçar no nosso grupo de trabalho as atitudes que conduzem ao ajuste efectivo dos comportamentos?
Só ajudamos a melhorar e a crescer se acompanharmos, se dissermos o que vai bem e como melhorar, se questionarmos mais, se inspirarmos, se dermos o exemplo, se proporcionarmos formação e fizermos um coaching eficaz.
Não podemos é deixar que a austeridade chegue à atitude, ao comportamento, para que a crise que aí anda não seja uma crise de expectativas.
Vamos investir neste processo?
Ajude-nos a melhorar! Deixe-nos por favor o seu contributo para o tema.