Quantas vezes deixou de fazer uma coisa por recear não estar à altura, não ser capaz, não conseguir ou ter medo de falhar? É curioso chegarmos a ser o pior inimigo de nós próprios, com tudo o que dizemos a nosso respeito… Talvez baste ousar tirar estes NÃOs do nosso discurso!
Mais do que nunca, precisamos de querer, de acreditar, de poder, de conseguir, de liderar as situações.
Vamos a isso?
O maestro
Se há alturas em que nos sentimos uns óptimos maestros, muitos momentos surgem em que dávamos tudo para que alguém pegasse na batuta…
Todos os líderes tropeçam, recuam às vezes. É normal. Mas é do desafio dos primeiros passos que surgem os passos seguintes, que surge a experiência, que se aprende e que se cresce. Errar não tem problema, fortalece-nos, deixa-nos mais bem preparados.
E não temos que saber tudo, temos é que querer aprender mais. Aprender com os nossos pares, com o exemplo de quem perseguimos, com as nossas pessoas.
Só não está ao nosso alcance se não quisermos, se nos rodearmos dos urubus deste mundo ou se passarmos a vida a olhar para o retrovisor.
O que é preciso é darmos sempre o próximo passo…
O que é que eu preciso de fazer pelo meu negócio, o que é que a equipa precisa de mim, estou a ser o maestro que preciso ser?
A orquestra
Nem as orquestras tocam sempre afinadas… Mesmo que seja só um elemento a desafinar, o resultado final é desafinado na mesma, já pensou?! E se reduzirmos a orquestra ao ponto de não correr riscos, a melodia também não resulta muito harmoniosa…
Nas equipas não é muito diferente.
O papel do líder é determinante, mas este não pode tocar todos os instrumentos. E se há áreas que são descuradas, os resultados não chegam tão depressa ou algo falha.
Despedir o Marketing, os Recursos Humanos e a Qualidade de uma só vez talvez não seja uma boa opção… Se, de repente, o seu organigrama tem o seu nome nas Vendas, nas Compras, nas Operações, na Direcção, provavelmente já estará a correr o risco de ter cortado demasiado. Alguém que toca lindamente violino não será igualmente brilhante no trompete ou no saxofone e muito menos terá a capacidade de ainda dar um jeitinho como maestro.
Então, temos 15 minutos de desafio para si! Pense nas funções que está a desempenhar diariamente, liste numa folha A4 o que neste momento está a chamar a si, que assegura no escritório ou lá em casa no segundo turno. Assinale a verde o que tem que ser exclusivamente feito por si, a vermelho o que não é da sua competência ou que deveria estar a ser realizado por outras pessoas. Não, não terminou ainda… falta acrescentar a azul o que ninguém está a fazer e que só você pode fazer. Interessante, não?!
Por outro lado, se cada elemento da equipa não souber que pauta tocar, não tiver muito claros os objectivos e o plano de acção, não saberá o que é esperado dele e o nível de compromisso não surge.
Muitas vezes as nossas equipas não evoluem, não crescem, porque não investimos o suficiente, porque descuramos a comunicação, porque achamos que chegar a cada um é uma perda de tempo. Às vezes nem há tempo para reunir com a equipa…
Sobretudo em alturas como a que vivemos, há muito a tendência de não comentar determinadas notícias ou de evitar falar do que não vai tão bem. Como não temos nada de bom para comentar, resguardamo-nos, e pura e simplesmente não dizemos nada… É precisamente ao contrário, quanto mais envolvermos as pessoas, mais elas sentirão que precisamos delas para dar a volta à situação, quanto mais as desafiarmos, melhor resposta darão.
A partitura
Temos maestro, pensámos algumas situações chave em termos de orquestra, mas o que vamos tocar?
Precisa de um ano diferente, com outros resultados? Claro que está nas suas mãos fazer essa diferença, fazer novas coisas acontecer e dinamizar a empresa!
Agora, com uma partitura em branco (ou quase), com umas notas soltas, não fazemos nada! Há que definir a estratégia do negócio, repensar objectivos, criar o plano operacional. Sim, é importante, é imprescindível, não há escape, e não, não vai ouvir-nos dizer que é perda de tempo…
Fuja por 1 ou 2 dias da rotina e retire-se para pensar o que vai fazer. Preferencialmente, faça-o em grupo, com as pessoas chave da sua empresa. Encontre as repostas para algumas destas questões: Onde estamos? Onde queremos estar daqui a 1 ano, a 6 meses? Que estratégias vamos adoptar? Como as vamos implementar e quem vai estar envolvido? Quais os recursos de que precisamos? O que vai ser feito este mês, a cada semana?
Sem partitura, ninguém sabe o que tocar, quanto mais fazê-lo de forma afinada…
Podemos não vir a fazer tudo o que tínhamos pensado, podemos ter que voltar a delinear tudo em 6 ou 3 meses, mas se não tivermos um plano para nos orientarmos, se calhar não vamos fazer nem 20% do que seria necessário.
Se todas as estratégias resultam? Claro que não. Nem sempre o caminho que percorremos é o mais acertado, às vezes é necessário recuar nalgumas decisões e enveredar por outro rumo. Mas se avaliarmos e medirmos o que estamos a fazer, já sabemos se isso nos deixa mais perto ou mais longe dos nossos objectivos.
E por cada estratégia que não resultar, teremos que fazer surgir outra ideia para implementar. Ou não quer fazer tudo por tudo pelo sucesso da sua orquestra este ano e para o próximo?
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