Uma das questões que lançamos no Facebook esta semana foi precisamente esta.
Há Segurança na Insegurança?
Quem me conhece mais de perto sabe que passei por momentos um pouco difíceis em 2002, quando a empresa onde ocupava o cargo de Director Geral cessou as minhas funções.
Foram tempos muito duros, similares ao que muitos profissionais de topo estão a passar neste momento.
Se na altura as coisas foram complicadas, hoje em dia dou graças por toda a reaprendizagem que tive de fazer. Se hoje tenho sucesso, se hoje tenho segurança, se hoje tenho a minha vida ajustada aos tempos que correm, deve-se em parte muito a esse período negro da minha vida.
Mas podem perguntar: o que é que isto tem a ver com a segurança na insegurança?
Nesses tempos aprendi a confiar mais no poder do trabalho.
Explicando, em tempos de incerteza temos de nos voltar para a única variável que dominamos.
Ou seja, o nosso trabalho.
Seja como comerciais, como líderes ou como pessoas que estão desempregadas, têm de existir na nossa vida nestas épocas duas coisas:
1. Visão
- O que quero ao final do túnel?
- Para onde quero ir?
- O que quero que aconteça na minha vida daqui a um ano?
- Como quero que esteja a minha família?
- Se quero estar empregado, em que tipo de emprego?
- Se quero montar um projecto, que tipo de projecto?
- Em termos de saúde, como quero estar?
Ao fim ao cabo, trata-se de ter um foco que nos permita levantar de manhã e saber por que razão vamos lutar hoje.
2. Movimento
Um das coisas que é fundamental é trabalhar todos os dias nessa visão.
Uma das coisas que deita um ser humano abaixo é não ter nenhuma base de apoio. Ora, em situações de crise a questão é: onde está a minha base?
Na experiência de vida que tenho, essa base assenta em sentirmo-nos em movimento.
Sentirmos que, embora as coisas estejam complicadas, estamos a fazer o que podemos e muitas vezes o que não podemos para caminhar face à nossa visão.
O princípio é este. O que difere será com certeza o tipo de movimento que teremos.
Por exemplo, se estou empregado, mas a situação da empresa não está bem, posso procurar capacitar-me em termos de conhecimento para me tornar mais valioso aos olhos internos e externos.
Posso, por exemplo, reforçar o meu networking de conhecimentos, posso procurar tornar-me uma referência no sector como profissional.
Se sou vendedor, posso procurar reforçar a detecção ou geração de oportunidades de negócio, dado ser essa a vertente que domino no processo comercial por completo e não depender de mais ninguém.
Se estou desempregado, posso todos os dias enviar currículos, posso procurar estruturar e criar o meu projecto, posso participar em fóruns de discussão na Internet, onde os meus conhecimentos possam começar a ser reconhecidos, posso envolver-me em projectos de voluntariado.
A ideia é que não fique parado e exista dentro de mim uma sensação de que existe uma parte da minha vida que está, de facto, dentro do meu controlo.
Será que ajudará a todos?
Sinceramente não sei!
Mas a mim ajudou-me a ultrapassar algumas crises e a estar onde estou hoje.
Esta semana pare para pensar.
“O que é que posso aprender com a incerteza na minha vida?”
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