Muitas vezes rodopiamos em torno de uma agenda que está completamente cheia, que nos faz trabalhar dez horas por dia, e em que acabamos por não conseguir incluir nada de novo…
Muitas vezes somos os primeiros a chegar ao escritório e só conseguimos começar a trabalhar quando os outros começam a sair…
Muitas vezes sentimos que não estamos a dar conta do recado, que ajudamos todos e mais algum, mas que não nos estamos a ajudar a nós próprios…
Muitas vezes não percebemos porque é que delegamos e não aparece feito, porque é que dizemos mil vezes a mesma coisa e ninguém nos escuta, porque é que aparentemente ninguém se preocupa, como se o futuro estivesse garantido…
Já alguma vez sentiu que os outros parecem estar todos errados e que é o único a remar contra a maré?! Ou nunca teve vontade de despedir a equipa inteira, fechar portas, agarrar nova lufada e… começar de novo?!
Quando começamos a achar que os outros à nossa volta estão todos errados, será um bom presságio?
Estará na altura de fazer reset?
Tal como o nosso PC às vezes bloqueia e é preciso usar a táctica universal que todos conhecemos, o que fazemos na empresa quando estamos amarrados ao que sempre fizemos e isso não nos faz andar para a frente?
Já fizemos todos os cursos e lemos todos os livros de liderança, mas é como se estivéssemos desacreditados, pois não conseguimos que nada mude…
Como é que queremos que eles não baixem os braços, se é justamente o que nos está a dar vontade de fazer?
E se tivesse na empresa um botão reset que lhe permitisse começar de novo, carregava agora?
Precisamos de um ponto de viragem, e se permitíssemos que nessa viragem estivessem todos implicados?!
Ainda no outro dia, numa reunião de equipa de uma empresa certificada, se falava da missão e da visão… estava tudo no site, nas redes sociais, no dossier da qualidade… mas ninguém sabia qual era o propósito comum da empresa, como é que queriam que os clientes os percepcionassem ou quais eram os pontos de cultura…
Às vezes é importante envolver toda a gente e começar pelo princípio, para que a missão não seja uma frase feita e os valores umas palavras fruto de uma pesquisa ao que de mais interessante e pomposo no Google conseguimos encontrar…
Para valer a pena, todos têm que ser guerreiros, com a certeza de que cada um combaterá à maneira dele, que pode não ser necessariamente a sua. De qualquer forma, o combate, esse sim, tem que ter uma estratégia comum e cada um tem que perceber qual é o seu papel!
Começar de novo é realinhar, é criar uma visão mais actual e definir uma missão possível. Começar de novo é permitir que os valores sejam os da equipa e não os nossos, para ninguém se sentir beliscado.
Há quanto tempo não experimenta potenciar um brainstorming em grupo em torno de uma dinâmica destas?
É que envolver é fazer o outro sentir-se a participar, é dar-lhe protagonismo para perceber que faz a diferença, é dar-lhe espaço para pensar e criar!
E eles estarão à altura da batalha?
Conhece algum guerreiro que desista antes de dar o máximo? Pois… então não desinvista de nenhum elemento da sua equipa antes de o desafiar o mais possível!
Um barco à deriva até pode chegar ao destino, mas não há garantias de que o faça em tempo útil.
É verdade qu
e, em tempos mais certos, já foi mais fácil liderar, mas a guerra de hoje é outra, temos que nos preparar de outra forma e ajudar cada um a tornar-se melhor guerreiro.
Tem claro o que é que espera exactamente de cada guerreiro? Cada colaborador sabe o que é esperado dele, o que é que faz do trabalho que entrega um trabalho bem feito ou um trabalho surpreendente? E quando corre mal, diz-lhe, ou espera que a coisa melhore… para não melindrar?
É verdade que não é nada fácil, mas é preciso apoiar mais a equipa, dirigir e controlar os menos autónomos, acompanhar e ajudar os que estão a trabalhar bem a pensar em melhorias, e dar asas a quem está a começar a voar…
Liderar é inspirar, é contagiar e encorajar cada um a dar o melhor de si, com a percepção absoluta de que vale muito a pena.
Em maior ou menor grau, todos têm necessidade de certezas, de estabilidade, mas também de serem estimulados e desafiados, sem que a rotina os abafe.
Por outro lado, cada um tem necessidade de significância, de se sentir útil e a contribuir, de ser reconhecido, de fazer parte da equipa, de se relacionar com os outros.
E quer ter alguém a bordo que não queira crescer dentro da empresa ou como ser humano, que não queira melhorar e desenvolver as suas competências? É que sempre que assim é elementos destes têm uma necessidade de retribuir em dobro, de ajudar os outros e de fazer a diferença!
Talvez uma parte do sucesso esteja mesmo em perceber e conhecer, elemento a elemento da equipa, quais destas necessidades melhor equilibram cada um, para que possamos lidar e chegar a cada elemento da equipa de forma a estimular o seu máximo potencial.
Ou ainda pode continuar a lutar sozinho?
Ajude-nos a melhorar! Deixe-nos por favor o seu contributo para o tema.