Como aproveitar a retoma económica e liderar a sua equipa rumo à saída da crise?
Depois de vários anos muito difíceis, parece que finalmente Portugal dá início a uma época de retoma. Muito se tem falado sobre este tema, basta ligar a televisão e qualquer canal de notícias tem especiais de informação à volta deste assunto.
Com maior ou menor abertura, o que é certo é que os sinais estão aí. Dependendo da cor política em causa, a palavra retoma poderá ser dita com maior ou menor força, mas o que é certo é que esta palavra vai ser nos próximos tempos uma referência incontornável das conversas nas nossas empresas e nas nossas vidas.
Numa empresa a saída da crise faz-se com dois vectores essenciais.
Primeiro, com uma liderança forte que acredita que é possível. Costumamos chamar a isto a luz ao fundo do túnel.
É como atravessar um túnel da Europa, ou mesmo da Madeira, que demora mais de 15 a 20 minutos. Enquanto a luz ao fundo não aparece, sentimo-nos angustiados. Quando o pequeno ponto branco aparece e vai crescendo conforme nos vamos aproximando, há uma sensação de alívio, algo como “Uffff, já se vê luz.”
O que se passa nas nossas empresas é precisamente isto. Durante muito tempo, as pessoas deixaram de ver a luz ao fundo do túnel, inclusive muitos dos seus líderes passaram pelo mesmo e quando deram conta já ninguém acreditava que algum dia esse pequeno ponto de luz iria chegar.
Costumo perguntar muitas vezes aos líderes com quem trabalho em processos de executive coaching: “Se você não acredita, porque é que as suas pessoas irão acreditar?”
Nesta fase em que a retoma é apenas ainda uma visão, os líderes devem ter especial atenção, de forma a serem congruentes.
Muitas vezes à frente da nossa equipa dizemos uma coisa, mas depois nos corredores ou com alguns deles com quem temos maior ligação dizemos e fazemos outra.
Estes não são tempos para indecisões ou para molhar o pé na água a medo. É necessário um alinhamento forte entre a liderança da empresa, o acreditar e a comunicação de um rumo claro face à retoma.
O segundo vector essencial para aproveitar a retoma é o envolvimento de todas as pessoas. Muitas vezes, em tempos conturbados, as cisões entre os diversos departamentos e pessoas impede que se consiga chegar a um consenso sobre a forma de sair da crise. Uma das consequências dos cortes é precisamente a luta interdepartamental pelas migalhas orçamentais que sobram. Ora, quer queiramos quer não, isto provoca afastamento entre as pessoas. Em fase de retoma, temos de dar especial atenção à “cura” de todas estas feridas.
Há quem pense que ser líder em alturas de crise é mais difícil do que ser líder na retoma. Sinceramente, muitas das vezes não sei em qual destas alturas é mais complicado. Por vezes a incapacidade de lidar e remendar estas cisões faz com que a empresa não consiga deixar de olhar para dentro. Tal facto impede muitas vezes a possibilidade de agarrar as oportunidades que estão a surgir e rumar em direcção à retoma.
O importante é criar momentos em que todos tenham voz. No caso das grandes empresas, é essencial que todo este processo seja de cima para baixo. Há que criar compromissos e alinhamento com as chefias directas, para que a palavra retoma seja uma constante no seu discurso, é uma estratégia que resulta muito bem! Depois disto as chefias deverão fazer o mesmo com cada uma das suas equipas.
De uma forma mais transversal, organizar fóruns de discussão que permitam a todos contribuir pode ser essencial para liderar a empresa face à retoma. Lembre-se que, segundo alguns estudos internacionais, não é o vencimento a principal razão de motivação das pessoas nas empresas. Por incrível que pareça, o vencimento vem normalmente em 4º ou 5º lugar. Em primeiro vem normalmente a possibilidade de as pessoas estarem envolvidas nas decisões das empresas e serem ouvidas quanto ao futuro da mesma.
Mas acima de tudo é fundamental lembrar sempre: “Se Você não acredita…”
Já agora vamos ter um evento dedicado à temática do acreditar. Trata-se do 6ª Congresso Nacional de Motivação e Desempenho Comercial.
Ajude-nos a melhorar! Deixe-nos por favor o seu contributo para o tema.