Quem não arrisca, não petisca, segundo diz o ditado.
E muitas vozes irão levantar-se e dizer que nos tempos que correm arriscar é quase um acto patológico, uma autêntica loucura e um comportamento totalmente excêntrico.
Mas será mesmo?
Então porque nos chegam tantas notícias de empreendedorismo, de negócios que vencem as estatísticas, de profissionais que arriscaram contra tudo e todos e tiveram sucesso? Claro que as notícias menos positivas têm a particularidade de ser mais mediáticas, mais impactantes e conseguem abafar as boas novidades, as notícias que motivam outros e que os entusiasmam.
Seja por necessidade, que aguça de facto o engenho, seja por opção, muitos profissionais continuam a arriscar, e aqui podemos pensar em arriscar na nossa empresa, com a nossa equipa, no contexto onde estamos inseridos. Ajudamos muitas equipas neste processo, a pensar mais fora da caixa, a arriscar e lançar-se em aventuras novas.
Definição de sucesso?
Tão importante como o acto de arriscar é definir o sucesso da acção. E neste caso o sucesso tanto pode ser o conquistar mais clientes, como algo mais simples, como conseguir lançar uma campanha de forma mais eficaz, ou finalmente entrar em contacto com uma empresa há muito desejada.
Amparar e Empurrar
Os líderes da empresa têm um papel fundamental quando falamos em risco. Se não criamos uma cultura em que o risco é bem-vindo, estamos a contribuir para uma empresa com medo de arriscar, acomodada, rotineira.
O exercício será então este, e visualmente a imagem é muito forte! Por um lado empurramos, no sentido de desafiar, dar asas para a equipa voar, autonomizar os colaboradores, deixá-los seguir o seu caminho. Mas por outro temos de amparar, de dar a entender que o risco é calculado, que se alguma coisa correr mal, estamos lá para os ajudar a levantar.
Não é com o erro que se aprende? Claro que se o erro puder ser evitado é o ideal, mas caso aconteça, faz-nos crescer e alinhar procedimentos. Não podemos é cometer várias vezes o mesmo erro!
Seja esse líder para a sua equipa. “Empurre” os comerciais para o terreno, para que abordem clientes novos ou de maior responsabilidade sozinhos, dê-lhes autonomia para pensar e criar um conjunto de acções diferentes, promova a partilha de melhores práticas, delegue certos procedimentos, mesmo achando que podem ser complicados para alguém com menos experiência. Se não tentar, nunca vai saber. E depois esteja lá para amparar, para avaliar o que correu bem e o que correu mal, para apoiar e celebrar o sucesso.
Medir
Sem medição nunca saberemos se correu bem! O que não é medido não acontece e por essa razão todas as acções que consideramos mais importantes têm de ter um objectivo, ainda que qualitativo, e uma medição!
Plano B e plano C
E o que se passa se algo menos bom acontecer? Esteja preparado com o plano B e o plano C, pois problemas e percalços é o que mais irá acontecer, isso é garantido. E aposto que muitas vezes são o plano B e o plano C que acabam por se revelar mais potentes e com mais sucesso que o inicial.
Será difícil crescer sem risco! Pelas leis da física, ou estamos a crescer ou estamos a morrer e as empresas não são excepção. Se nunca arriscar, se nunca experimentar, não há forma de ver se funciona! Por vezes vai correr bem, outras nem tanto. Mas em qualquer caso pode e deve retirar ensinamentos para o futuro.
Observamos que algumas estratégias causam mais “frio na barriga”, um receio pela sua incerteza. No entanto, a calma para saber analisar o custo / benefício das mesmas é importante. Há que tentar perceber onde se errou e ter a certeza de que todas as hipóteses e todos os problemas possíveis foram equacionados. Depois é decidir se a estratégia é repetida ou não. Mas por experiência, desistir de imediato também é um risco!
Por isso espere, analise, tenha calma, fale com a equipa e então sim, decida avançar ou abandonar a ideia. E se for para desistir, avance de imediato para outra!
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