Há quanto tempo não joga à bisca?
Começávamos por embaralhar, cortar e retirar uma carta do baralho cujo naipe determinava o “trunfo” e depois era só ir pescando e descartando cartas, com o objetivo principal de acumular sempre mais pontos que o adversário.
E nas empresas, será diferente?
Levantamos ideias, identificamos estratégias e sim, decidimos operacionalizar uma ou outra que seja, num determinado período de tempo, o trunfo da empresa…
O baralho de cartas…
Só que no jogo que é fazer uma empresa ter sucesso as cartas têm muito mais que se lhe diga… Liderar uma Equipa é um dos maiores desafios que qualquer pessoa pode ter numa organização, aliás tornar os elementos dessa organização numa Equipa (e mantê-la coesa) já é um passo de gigante…
Tal como as cartas são de diferentes naipes e têm valores distintos, também as pessoas têm perfis comportamentais próprios, objetivos pessoais e motivações únicas, e competências muito díspares.
Às vezes interrogam-nos como motivar as equipas numa altura como a que vivemos. A motivação tem que começar em nós enquanto líderes, para que com ela possamos inspirar e dar alento aos outros. Longe vai o tempo em que as pessoas se moviam apenas pelo acenar da cenoura ou então pela exposição que ficar mal visto na figura implicava. Ou não me diga que não tem a sensação que na sua equipa há quem não se mova por coisa nenhuma…
Comunicar, escutar e dar o exemplo fazem toda a diferença. É importante envolver as pessoas e fazer sentir a cada um, individualmente, que é imprescindível para o que se quer atingir. Não há motivação intrínseca dos nossos colaboradores se estes alicerces não forem criados.
O dinheiro não é tudo, se as pessoas viverem um clima de confiança e sentirem endereçadas as necessidades de realização e reconhecimento!
Uma coisa é certa, quando olhamos para o nosso jogo vamos logo à procura dos “Ás” e ficamos desiludidos quando não temos nenhum ou temos só um. E que valor somam as outras cartas? Nem todos podem ser Ás… outras cartas do baralho fazem falta, só temos que as articular adequadamente para potenciar o melhor jogo!
E se ainda houver alguém no seu grupo de colaboradores que não seja imprescindível, qual é o custo que está a ter por não o dispensar? Só de pensar no ruído que isso causa na equipa e no valor que outro recurso, nesse mesmo lugar, poderia gerar…
O trunfo…
Falemos agora do naipe que vai predominar sobre os outros naipes, quando as cartas descartadas forem recolhidas – o trunfo. Já se deu conta que a carta “trunfo” fica sempre visível ao longo do jogo?!
E que trunfos tenho eu, na minha empresa? Ou sou um naipe como qualquer outro? Quem são os meus adversários e que jogo terão eles?
Há quem esteja sempre (e só) muito preocupado com o jogo dos outros e, na ânsia de o perceber, esquece-se que pode jogar o seu… Se ficarmos presos ao facto de que a concorrência é melhor que nós, que tem melhores pessoas e até mais sorte, nunca vamos conseguir fazer nada de distinto.
Não raras vezes é aqui que as empresas falham, definem a estratégia, definem os trunfos, mas depois não os tornam visíveis, não dão a conhecer ao mercado a sua proposta de valor, não perpassam as mensagens que tanto trabalharam internamente.
Se não tornarmos claro junto dos clientes as razões pelas quais nos devem comprar, ninguém o vai fazer por nós!
O trunfo permite-nos cortar o jogo dos outros, ter mais e melhores resultados. Então, que trunfos nos faltam jogar? Das estratégias definidas, quais é que temos que fazer acontecer, ou ajustar, para colhermos o retorno necessário?
As regras do jogo…
E se quando jogamos à bisca em família ou com os amigos nos limitamos a somar os pontos… nas empresas o jogo nunca é a feijões! Com um baralho de cartas brinca-se, nas empresas cada distração é uma brincadeira para custar muito dinheiro…
Ninguém consegue jogar um jogo se não souber qual é o objetivo… As nossas pessoas não poderão maximizar os resultados se estiverem desfocadas do que se pretende atingir.
Da mesma maneira, há regras, há valores e procedimentos que têm que seguir, caso contrário, teremos a nossa equipa a jogar outro jogo qualquer…
Lembra-se das regras da bisca?
– se as cartas são do mesmo naipe ou se todas as cartas são trunfos, quem tiver a carta de maior valor vence;
– se as cartas são de naipes diferentes e não há um “trunfo” entre elas, quem joga a primeira carta leva a melhor;
– se as cartas são de naipes diferentes e há um “trunfo” entre elas, ganha quem joga o trunfo.
Será que estas regras não nos fazem lembrar nada? Curioso, vencem sempre os melhores, os que tiverem a capacidade de se diferenciar pelos trunfos que implementarem ou os que chegarem primeiro…
Vamos a isso?!
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