Uma equipa motivada e produtiva permite-nos avançar em contextos de mudança e superar qualquer desafio. Trabalhar bem em equipa gera o nível de energia que qualquer organização precisa de respirar…
Independentemente da apetência para o relacionamento inter-pessoal de cada um, não é preciso ser particularmente dotado para construir uma equipa de sucesso. Esta competência desenvolve-se com a experiência, como qualquer outra. Basta que seja você próprio, que use o bom senso e que siga alguns princípios fundamentais:
Visão
Ter a capacidade de inspirar a equipa com metas e resultados objectivos é fundamental. Costumamos dizer que os objectivos têm que ter um valor percebido superior ao salário no final do mês, têm que conter desafio, apelar ao brio pessoal e dar a oportunidade de fazer a diferença.
Por vezes não tomamos consciência de que as pessoas não percepcionam a dimensão de uma determinada meta, porque não antevêem o impacto de a atingir.
É importante que os responsáveis das equipas ajudem a construir uma imagem do sucesso, decorrente do atingir de cada objectivo em particular. Já experimentou colocar questões tais como: “Como é que nos visualizamos na situação?”, “Tendo atingido, como é que nos vamos sentir?”, “Como é que vamos partilhar o sucesso com os outros?” – estas interrogações aproximam a meta da realidade, intensificam a comunicação e reforçam o nível de compromisso.
Só assim a meta entra na agenda de cada um…
Compromisso
O buy-in de cada nova iniciativa e de cada novo projecto por parte da equipa é fundamental para que se consiga avançar no caminho certo.
Temos é que ter cuidado porque assumir que todos estão comprometidos pode ser um erro crasso! O facto de as pessoas não estarem comprometidas, contrariamente à leitura que por vezes fazemos, não quer dizer que não se interessem, não é necessariamente sinónimo de alheamento ou sequer de desleixo.
O que é facto é que cada desafio pode representar um passo no desconhecido, um processo de dúvida, de medição dos prós e contras, de desviar obstáculos, de risco de falhar.
O líder deve funcionar como catalisador do processo, assegurando que uma massa crítica de colaboradores se compromete de forma genuína e adere às estratégias inovadoras. Haverá casos pontuais em que será preciso orientar melhor, “puxar” ou “empurrar” cada um, para não deixar ninguém de fora.
Naturalmente que a comunicação assume aqui um papel fundamental. Esta disponibilidade para comunicar permite esbater inseguranças, clarificar gradualmente o caminho, sentir que se está sustido e que haverá apoio nas decisões a tomar, nos passos que se forem dando…
Confiança
Se virmos bem, a solução passa por criar uma atmosfera de confiança. A confiança é o antídoto que as equipas precisam para fazer face a medos e riscos.
Quando a confiança prevalece, as equipas estão mais predispostas e mais preparadas para lidar com períodos mais desafiantes, para gerir os altos e baixos, até mesmo para perceber determinadas perdas.
Tal como cada elemento da equipa, o líder também terá as suas questões, as suas dúvidas, os seus receios do desconhecido. É importante que a equipa o percepcione, para reconhecer que, afinal, os desafios são para todos…
Para mitigar este tipo de situações na sua equipa, poderá, num exercício de grupo:
– listar os desconhecidos, os receios, os medos que vão na cabeça de cada um
– equacionar cenários menos favoráveis e contextualizar
– estabelecer um plano de mitigação de risco: como partilhar os riscos e os benefícios que se vão colher
Discussão
O líder, ao partilhar a visão e os objectivos, deve estar disponível para praticar escuta activa, dar respostas concisas, claras e directas, e colocar questões que evitem que o colaborador entre num registo defensivo. A postura defensiva resulta muitas vezes de questões de confronto, que em nada contribuem para o reforço do compromisso e colaboração.
O papel do líder, uma vez partilhada a visão, instalada a confiança e obtido o nível de compromisso, é encorajar uma abordagem consensual e não emitir ordens.
As equipas mais produtivas debatem as questões de forma aberta e apaixonada. Discutir os diversos temas, de forma divergente e salutar, é essencial para criar consenso, partindo da opinião e das ideias de cada um.
O líder deve funcionar como facilitador da equipa na adopção dos métodos, da organização do trabalho e das ferramentas a seguir.
É curioso que dificilmente conseguimos responder à questão “Que equipa escolho ter?” sem colocarmos uma outra “Que líder escolho ser?”.
Tal como as pessoas, as equipas crescem à medida dos desafios que lhes são lançados. Agora que está a chegar a altura de fazer o balanço e planear o novo ano que aí vem, como está a correr a sua liderança? Em que medida é que está a dinamizar e a fazer crescer a sua equipa?
Ajude-nos a melhorar! Deixe-nos por favor o seu contributo para o tema.