Para quem ainda não foi de férias como eu, estamos a chegar ao final da primeira parte do ano.
Nesta altura do campeonato ninguém está já com paciência em pensar em trabalho e negócios, mas antes de ir de férias vamos reflectir um pouco sobre tudo isto.
Por vezes, em tempos de crise, torna-se simples de esconder as verdadeiras razões de quebra das vendas por debaixo do tapete da “famigerada senhora”.
É simples dizer:
– Perdi, porque o cliente está a cortar no investimento
– Perdi, porque os outros concorrentes fizeram loucuras
– Perdi, porque … é a crise
Mas será que, de facto, a crise é a resposta para tudo aquilo que acontece à nossa volta?
Por vezes sim, mas por vezes também não.
Da experiência de trabalho com as equipas no terreno em processos de Formação e Coaching Comercial, muitas vezes, as verdadeiras causas estão escondidas por debaixo do tapete da crise.
Chegados a esta altura do ano e numa onda de reflexão, devemos reunir todos os elementos de informação ao nosso dispor, identificar as verdadeiras causas e começar a desenhar uma estratégia para combater os reais problemas.
Uma das primeiras coisas é olhar para o mercado e ver se o mercado cresceu, ou se estagnou.
Muitas vezes não se está a vender na nossa empresa, mas no geral do mercado os números de vendas totais continuam a um nível normal.
O que notamos muitas vezes é que a empresa pára, mas a concorrência não.
E em situações de crise, como dizem os Chineses, existem também muitas oportunidades a serem exploradas. Embora pessoalmente face à utilização excessiva desta frase já comece a torcer o nariz quando a oiço.
Se assim não fosse, não continuávamos a ter exemplos de sucesso em Portugal, alguns deles nossos clientes, que continuam a estar na crista da onda e são muitas vezes referenciados nas notícias como exemplo a seguir.
O que acontece com a maioria das empresas quando se instala uma crise é um abrandamento da sua força de vendas.
A prospecção baixa, com o habitual argumento de que os clientes não estão a receber-nos.
As maioria das propostas em cima da mesa deixa de ter a habitual pressão para fechar, também pelo mesmo argumento.
E quando menos damos conta, a empresa está num autêntico marasmo de vendas e a entrar por um caminho em tudo menos saudável.
Em tempos de crise, é urgente realizar intervenções com a equipa para que esta não pare e não se desmotive.
Há que reforçar as formações, sessões de trabalho, reuniões comerciais com vista a encontrar soluções, acima de tudo, não deixar a crise “instalar-se” na cabeça dos vendedores.
Nestas épocas somos muitas vezes chamados às empresas para realizar workshops motivacionais, de forma a dar um aumento de energia às equipas.
Seja com a tradicional formação de vendas, seja com acções mais completas no âmbito do coaching e dinamização comercial, seja com outros programas específicos que desenhamos para as empresas que se encontram nesta situação.
É curioso que muitas vezes os clientes nos dizem:
“Já andamos a dizer isto aos nossos vendedores há bastante tempo, mas já não nos ouvem.
Vocês conseguiram-no à primeira.
Qual é o segredo?”
O segredo é simples!
Muitas vezes, ao estarmos muito próximos da equipa e ao repetir exaustivamente a nossa mensagem, os elementos da equipa deixam de nos ouvir.
Ao entrar uma pessoa de fora, estão muito mais abertos à mensagem que essa pessoa lhes possa trazer.
Já lá diz o ditado:
“Santos da Casa Não Fazem Milagres.”
E por vezes é mesmo isso.
Funcionamos como catalisadores para a dinamização interna da equipa face à saída da crise.
Ainda esta semana estive num cliente nosso a fazer precisamente isso, a coordenar as jornadas estratégicas para a reentrada pós-férias, colocando em cima da mesa todos os planos de combate à crise a operacionalizar no último semestre.
Seja com uma entidade externa, seja com a “prata da casa”, pare e reúna a equipa.
Procurem combater a situação actual através do envolvimento de todos no desenho de planos de actuação concretos.
Desenhem iniciativas a realizar.
Vejam quem são os Vossos melhores clientes e nos quais convém apostar.
Vejam quais os que têm potencial para crescer.
Acima de tudo, analisem quais as razões que vos impediram de chegar aonde queriam chegar, exceptuando a crise.
Essa já é notícia velha.
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