Falemos hoje de talento!
Numa televisão perto de si poderá encontrar hoje em dia uns quantos programas de talentos! Desde a dança à representação, canto, ilusionismo, humor ou malabarismo, são muitos os talentos com que milhares de portugueses nos brindam em diferentes momentos. E isto referindo apenas os canais nacionais, pois se estendermos ao universo internacional, passamos a dezenas de programas onde todos querem de facto mostrar aquele dom único para o qual nasceram.
Muitos dos talentos que vemos são verdadeiros dons, participantes que de forma inata têm um dom que ao longo dos anos potenciam, cuidam e amadurecem, tornando-se ainda mais talentosos.
Tendo em conta a envolvência, pus-me a pensar sobre o que aconteceria se tivéssemos nas empresas os mesmos concursos de talentos! Será que todos se iriam inscrever? E que talentos iriam mostrar? E como estamos a potenciar os talentos que existem em cada equipa?
A questão da gestão de talentos no contexto empresarial não vem de agora. Esta busca pelos talentos nas equipas e a preocupação em mantê-los dentro da organização é um assunto antigo. Mas preocupo-me muitas vezes com os que até têm talentos, mas que por uma razão ou outra não conseguem fazê-los brilhar.
O que é um talento?
No contexto das empresas, sem dúvida que estamos a referir-nos a colaboradores com capacidades um pouco acima do que possa ser considerado médio/alto. Podem ser soft skills ou outras competências que os fazem sobressair dos restantes.
Estamos tipicamente a falar de casos em que existe um dom inato para liderar pessoas. Mesmo que não sejam líderes de equipa, conseguem influenciar os colegas para que estes abracem com eles projectos desafiadores.
Podemos considerar também talento para comunicar, quer com a equipa, quer com os clientes. Pessoas que sabemos que podem ser colocadas em posições de destaque, pois conseguem controlar a ansiedade e sabem sempre o que dizer.
Sei que muitas empresas consideram ainda como talentos certos elementos que trabalham de forma consistente, sempre com bons resultados, sem nunca perder a dinâmica e sem nunca deixar de ajudar os outros. E há quem considere ainda como talento o saber manter a calma em situações de stress.
Descoberta de talento
Mas e todos os outros talentos? Será que os procuramos? Quando trabalhamos com equipas, principalmente de comerciais, existem sempre uns que se distinguem dos outros. Pode ser por talento, pode ser porque trabalharam determinada competência de tal forma que a tornaram uma característica marcante da sua forma de estar e agir.
Existem certos colaboradores que são muito fortes a “abrir portas”, a fazer prospecção, a conquistar clientes. Outros têm uma capacidade acima do esperado na negociação, vão calmos e confiantes e quase nunca perdem negócio. Outros têm um talento especial para gerir reclamações, quer através de simpatia na comunicação, quer porque conseguem de facto resolver o problema e perseguem essa resolução em vez de se desculparem.
Há colaboradores que têm o gosto genuíno em servir os outros. E fazem-no de forma sincera, simples, com desejo real de servir e de ajudar.
Outros têm o dom da arrumação, e com eles nunca nada se perde, tudo está arrumado e nos locais destinados. Outros conseguem estar de tal forma focados, que rentabilizam o seu tempo ao segundo, gerem complexidade quando todos os outros se atrapalham e atrasam, além de que conseguem ter tudo sempre actualizado.
Não são talentos menos importantes que os anteriormente descritos, e muitos deles foram devidamente trabalhados ao longo dos anos. Mas se pensar bem, estes talentos são, no fundo, as melhores práticas que tanto desejamos implementar nas equipas.
São os conceitos que são seguidos por alguns, mas que podem ser aproveitados por todos. Para que tal aconteça precisam de ser detectados e depois trabalhados por toda a equipa. Em vez de os guardar, coloque esses talentos “a render”, estenda as melhores práticas a todos, valide que cada um dos elementos está a trabalhar nesse sentido, e promova a partilha de experiências durante o processo de aprendizagem.
Nem todos são bons a tudo, mas se conseguirmos a partilha de algumas das melhores metodologias entre todos, podemos criar equipas verdadeiramente talentosas e com um espírito de ajuda enorme.
Quando trabalhamos com certas equipas acreditamos sempre que estamos a trabalhar com os melhores do mundo, e que todos poderão ter mais-valias a aproveitar e a ensinar aos outros. Mas por vezes estão mal aproveitados ou a ter menores performances por estarem nas posições erradas. Cabe ao líder perceber que jogadores tem em que posições, e tomar muitas vezes a opção de os trocar de lugar. É um risco, mas muitas vezes corre bem.
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