Já se deu conta de que cada vez que começa a achar que agora é que está tudo a acalmar, que o que tinha planeado está a acontecer e que vai finalmente poder relaxar um pouco e abrandar o ritmo, é justamente quando o novo turbilhão acontece?!
É assim no plano pessoal, e no plano profissional nem se fala!
O homem nasceu para vencer, por isso a cada turbilhão nós readaptamo-nos, reinventamo-nos e, nem que seja preciso, viramo-nos do avesso para seguir em frente e descobrir um novo caminho…
Então e na Empresa e nas nossas Equipas, não precisamos sistematicamente de reinventar a proposta de valor, de traçar novo rumo? O que nos impede a cada um de nós, enquanto líderes, de fazermos os nossos colaboradores virar-se do avesso?!
E se, em vez do habitual “estás mal, muda-te”, ousássemos uma abordagem “estás bem, muda-te”…
É que, curiosamente, todos sabemos que conforto a mais geralmente dá asneira.
Um exemplo muito comum desta situação é quando fazemos vendas e entregamos o serviço em simultâneo. Angariamos, telefonamos, visitamos, propomos, negociamos, vendemos, o pipeline fica por fim composto… é tempo de entregar! Depois entregamos, entregamos, entregamos, e nada de vender, “não dá tempo”. E, a seguir… sim, isso mesmo, dá asneira, ao ponto de o pipeline ficar tão escasso que parece que tudo nos fugiu pelas mãos.
Turbilhão precisa-se!
É verdade que as nossas necessidades humanas andam de braço dado, que precisamos de certezas, como a saúde, o emprego, a remuneração ou o equilíbrio emocional, mas também precisamos de algum nível de incerteza para trazer aquela adrenalina ou funcionar como uma espécie de especiaria na nossa vida.
Um trabalho rotineiro ou repetido pressupõe menos risco (admitindo que continua a ser garantido), mas não gera crescimento, não impele a pensar e agir fora do quadrado.
Na verdade, o dia-a-dia pode ser mais calmo, mas não acresce desafio, não proporciona aquela realização de quando damos um passo em frente para o desconhecido e temos sucesso…
Estarmos confortáveis no que fazemos é morno, acomoda-nos, não nos faz fazer a diferença… e quando não fazemos a diferença para dentro, jamais conseguiremos fazê-la para fora e levar algo diferenciador ao cliente.
Num evento que realizámos recentemente, tivemos como convidado um Director de RH a falar da realidade da sua empresa na área da Liderança que partilhou que sempre que na sua equipa alguém estava a ficar bem, ele agitava e trocava-a de função / departamento.
Curioso, não?!
O que nos impede de antecipar as mudanças de que precisamos nas nossas empresas? Quando não se está a ter os resultados pretendidos ou estes não surgem como tanto desejávamos, porque não haveremos de ser nós a agitar o barco?
Procurar pro-activamente outro caminho pode resultar melhor do que esperar pelo que as combinações cósmicas nos tenham eventualmente reservado…
Se o turbilhão ajudar a reinventar as vendas, o marketing, o pós-venda… não é fantástico?
Precisamos de resultados diferentes, por isso não temos senão a escolha de fazer melhor. E não há como consegui-lo sem que todos, sem excepção, se superem. Mas, para isso, temos de os espicaçar, de os incomodar salutarmente, de desafiar mais!
Rodar as pessoas pelas equipas fá-las calçar os sapatos do outro, ver as coisas por outra perspectiva, aguçar a perspicácia, permite que cada um enriqueça os processos de tomada de decisão. Fá-las sentir que não sabem tão bem ou não dominam tanto aquela outra actividade, e isso implica descobrir, sair da zona de conforto, aprender novas coisas, ler mais, sentir a necessidade de falar com outros… e fazer parte da solução!
Depois da tempestade vem a bonança…
O ciclo da bonança é agora cada vez mais curto, todos sabemos, mas é importante que tenhamos a capacidade de o marcar, de consolidar, de o celebrar e partilhar em equipa.
Os sucessos alimentam a motivação e tornam-nos mais fortes e preparados para a próxima tempestade!
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