Ainda esta semana tive a oportunidade de ver um vídeo absolutamente delicioso de uma criança de 4 anos que também tem problemas com as resoluções de novo ano. Aquelas decisões que tomamos, tipicamente dia 31 de Dezembro ou 1 de Janeiro, para o novo ano que se aproxima, sendo que a grande maioria das mesmas é muito semelhante às do ano anterior.
Mas qual o problema com as resoluções do novo ano?
Sinceramente, em termos pessoais decerto já decidiu fazer mais exercício, diminuir de peso, comprar casa nova, ter um emprego melhor, ganhar mais dinheiro e por aí fora. E depois, a nível profissional, conseguir mais clientes, conquistar mais mercado, ter uma empresa multinacional, e tantas outras coisas.
E numa altura em que se pretende renovação e recomeço, faz todo o sentido apontar para as estrelas e ambicionar mais e melhor para nós e para os nossos familiares, amigos e colegas.
Mas o verdadeiro desafio ou problema não é falhar estas resoluções, mas colocarmos muitas vezes o foco num objectivo enorme e numa única oportunidade para “acertar”. Já reparou decerto que parece ser one shot conseguir conquistar tudo.
O problema não é o falhanço que muitas resoluções trazem porque são difíceis ou inconquistáveis, mas antes o serem demasiado definitivas, como se houvesse apenas uma única oportunidade de mudar. E se não for no início de um novo ano, seremos menos bons por causa disso?
Mega metas
Destas já falámos um pouco. São os objectivos grandes e constituem um foco importante, quer da parte profissional, quer da pessoal, e não devemos deixar de os marcar. Para alguns são sonhos, para outros são targets importantes.
Claro que estas metas devem ser estabelecidas, precisamos de rumos e de focos ambiciosos. Muitos não as marcam, mais porque se auto-sabotam do que por receio de falhar. Quando foi a última vez em que ao pensar num determinado objectivo, sentiu uma voz na sua cabeça a dizer que era impossível? Ou porque era demasiado ambicioso ou porque o preço a pagar era demasiado elevado e deitava a perder muitas outras coisas que desejava ter na vida?
Mas precisamos de ambicionar coisas mais elevadas. Se na empresa marcamos aumento de facturação, subida de rentabilidade, aumento de clientes e tantas outras metas, porque não ambicionamos o mesmo na nossa vida?
A frustração de não as conseguir é grande, sim, mas o que se aprende no processo de procurar essas metas elevadas não tem também grande valor?
Mini metas
É aqui que as pequenas resoluções fazem a diferença. Vamos pensar no exemplo de perder peso, uma das metas mais comuns…
Coloca na sua cabeça a meta de menos 10kg. Para isto acontecer, já imaginou a quantidade enorme de pequenas resoluções que terá de fazer? Se calhar estas resoluções passam por inscrever-se num ginásio, ir ao nutricionista, passar a correr todas as manhãs, eliminar comida pouco saudável da sua dieta e não estar constantemente obcecado com a balança de casa. Mesmo que não perca os 10 kgs, deve orgulhar-se de olhar para trás ao fim de um ano e ver a quantidade de pequenas resoluções que tomou.
E a nível profissional passa-se o mesmo. Eu sei que a meta de aumentar a facturação em X % está lá na parede, mas as suas resoluções mais pequenas ao longo do ano são as que contribuem de forma inequívoca para essa grande conquista.
Provavelmente tem como resolução preparar melhor todas as reuniões comerciais, passar a reunir com a sua equipa todas as semanas, manter o CRM actualizado, dar mais feedback à equipa, descontrair mais, analisar as propostas perdidas, e tantas outras pequenas resoluções que poderão fazer a diferença.
E se não conquistar a meta pretendida, ganhou decerto uma nova forma de trabalhar e tornou-se mais eficaz na sua função, reforçou competências e provavelmente adquiriu novas.
De cada vez que escolhe fazer algo de diferente, está a fazer uma mudança na sua vida, está a ter uma resolução que acumulada com outras produzirá decerto uma mudança grande na sua forma de ser e de fazer. Não seja tão exigente consigo se não conseguir, ainda tem muitas mais pequenas resoluções até terminar este ano.
E se uma criança de 4 anos percebe isso, decerto todos nós temos muito a aprender com esta forma de ver as resoluções do novo ano.
Ajude-nos a melhorar! Deixe-nos por favor o seu contributo para o tema.