Já pensou nisto a sério?
Porque é que decidiu ser vendedor?
– Foi por escolha própria?
– Foi por ser a única opção de emprego que existia?
– Foi pelo brilho da função?
– Foi por poder ter uma vida mais movimentada e não tanto atrás de uma secretária?
– Foi por poder ter carro?
Não estranhe as perguntas, mas são as que por vezes faço nos cursos de formação comercial para desempregados.
Trata-se de um projecto que oferece formação de vendas a pessoas que estejam desempregadas, com o intuito de lhes trazer mais uma área profissional na qual possam procurar emprego.
Neste momento já vamos no 2º grupo de formação e tem sido, confesso, um projecto que me tem trazido grandes recompensas emocionais.
O curso é composto por dois módulos, de 2 dias cada, perfazendo um total de 4 dias de formação e que oferecemos de uma forma completamente gratuitas às pessoas que participam.
Não existe nenhum compromisso pedido, a não ser o de chegar a horas a todas as sessões.
Já agora, se acha que esta iniciativa vale a pena, pense nas pessoas à sua volta que estão desempregadas e que poderiam ter vantagens em participar e indique-lhes o link do nosso projecto:
https://www.ideiasedesafios.com/?page_id=1116
A experiência com estas pessoas fantásticas (para ter uma ideia, temos participantes de todos os pontos do País) tem sido muito interessante, porque me permite analisar outras questões ligadas com a motivação.
Uma coisa que quem me conhece sabe é que sou apaixonado por tudo o que diga respeito à forma como as pessoas se motivam.
Na venda, como é óbvio, é necessário uma motivação acima da média para todos os dias nos levantarmos e estarmos dispostos a ganhar ou perder processos comerciais, a pegar num telefone para marcar reuniões e levar diversos “nãos” até chegarmos a um “sim”.
Uma das coisas que mais deita abaixo os profissionais de vendas, e não só, é precisamente o medo da rejeição.
Numa fase inicial do processo, quando começamos a nossa carreira no mundo das vendas, por vezes esta situação é debilitadora do nosso sucesso.
Também por lá passei e lembro-me que enquanto não venci esta barreira, a minha carreira comercial não foi a lado nenhum.
Enquanto não aprendi a separar mentalmente a “rejeição” da minha pessoa e a atribui-la apenas ao meu produto e serviço, as coisas não correram lá muito bem.
Existem várias formas de ultrapassar isto, muitas delas são teorias fantásticas, mas, no meu entender, nada é mais eficaz do que ganhar “calo”.
Esta é uma das situações nas vendas que só quem passa por ela é que entende – nada substitui a experiência concreta de estar dias a fio a tentar marcar reuniões comerciais ou visitas a clientes e a levar nãos sistemáticos.
Agora, como esta, existem uma série de situações que nos vão deitando abaixo no mundo das vendas. Sejam elas de aspecto psicológico, sejam elas de aspecto mais operacional.
A questão, muitas vezes, é voltar às bases iniciais e redescobrir o que é que gostamos no acto de ser vendedor.
A experiência que tenho como vendedor e, mais tarde, na liderança de equipas de vendas, é que a motivação tem de vir de dentro e, para além do lado material, tem de estar ligada a componentes emocionais concretas da profissão.
Um vendedor até pode começar por não gostar de ser vendedor, mas quando lhe apanha o gosto, seja por que razão for, nada o pára.
Depois disto é só ir afinando o processo mais técnico da venda e as ferramentas que utiliza, sejam elas operacionais ou mais do domínio psicológico.
Agora, o gosto de ser vendedor, como diz um amigo meu, não se vende em comprimidos na farmácia.
Esta semana, pare um pouco para pensar, o que é que gosta na profissão de vendedor?
Volte às bases e redescubra a sua emoção no acto da venda!
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