Esta é a palavra de ordem nos últimos tempos nas empresas. E a ela juntam-se expressões como “o orçamento está congelado”, “não vamos investir”, “este ano já não…”, entre muitas outras.
Cortar, cortar, cortar…
A realidade de muitas empresas é a de que a redução na Facturação ou a ausência do crescimento esperado, a diminuição substancial das margens e a retracção ao financiamento, são sinónimos evidentes de cortes orçamentais, que maioritariamente têm levado a suspender uma série de iniciativas ao nível da Inovação, do Marketing, da Comunicação e da Formação das equipas.
Muito provavelmente, quando validamos junto do Director Financeiro, do responsável pela Contabilidade ou do seu TOC, numa óptica meramente económico-financeira – a que os números evidenciam – cortar será o melhor ou o único caminho.
E se para este ano está a ser assim, como vai ser em 2012?
Numa altura em que estamos a fechar este ciclo e a preparar um novo, será possível pensarmos pequeno nos custos e grande nos resultados?
Ou, com uma atitude troika em toda a linha, não estaremos a cometer um erro crasso, comprometendo demasiadamente o futuro?
Investimento ou Despesa?
Não quer dizer que não se tenham que continuar a reduzir custos, mas haverá que ter cada vez mais cuidado em não esvaziar as rubricas orçamentais que nos permitem estar melhor preparados e reforçar competências no próximo ano.
Da mesma maneira que não se fazem omeletas sem ovos, temos que identificar claramente o que é estritamente necessário promover, de forma a não comprometer o sucesso e o futuro da empresa.
Se precisamos de mais vendas e de reforçar a notoriedade da empresa, talvez o mais imediato não seja cortar na área comercial ou de marketing…
Fazer mais prospecção, obter mais contactos, chegar a novos clientes e ter um pipeline que cresça constantemente dependem não só de um plano comercial adequado, mas também da nossa capacidade de promover a empresa, de comunicar os nossos factores de diferenciação e o portfolio de produtos e os serviços.
Se os comerciais ficarem a lamentar-se na copa lá do escritório que o mercado está mau e os clientes não nos compram, ou que reduzimos o plafond do gasóleo e dos telemóveis, já pensou nas reuniões que ficam por marcar ou nas visitas que ficam por fazer?
E, já que os tempos são de crise, esteja preparado para controlar e pressionar mais a sua força de vendas!
Em paralelo, se o orçamento de marketing não nos permite ir para a rádio ou para as revistas da especialidade, não quer dizer que possamos encerrar o capítulo do Marketing até 2013 e ficar à espera que os potenciais clientes venham ter connosco.
Para além das inúmeras ferramentas gratuitas como mailings, newsletters, redes sociais, experimente lançar duas ou três estratégias de baixo custo, que consiga operacionalizar de forma sistemática e esteja preparado para medir os resultados.
Tire o maior partido da manobra de marketing mais barata de sempre, a referenciação ou passa-palavra dos seus clientes, e que tantas vezes fica esquecida. Já pensou no poder de uma experiência bem sucedida? Quando um cliente deixa as suas instalações com aquela sensação “Uau”, a quantas pessoas estará disposto a contar que as suas expectativas foram superadas?!
E se precisamos de criar ou reforçar competências, talvez o mais imediato não seja cortar na formação e desenvolvimento…
Lembra-se do PDI, o Plano de Desenvolvimento Individual? Mesmo que não possa trabalhar esta ferramenta em toda a sua extensão, não abdique de ter pelo menos um Plano de Formação por colaborador.
Fazer novas coisas ou de forma diferente e com outro tipo de produtividade implica que a equipa esteja melhor preparada e desenvolva competências técnicas e funcionais. Claro que não podemos formar todos ao mesmo tempo, mas isso não quer dizer que não formemos ninguém…
Espelhar as nossas apostas de desenvolvimento em função da estratégia de negócio que temos definida permite-nos diluir este investimento no tempo e não descurar o que é absolutamente crucial…
E não há porque não contemplar também a formação gratuita, a passagem de conhecimento interno ou a auto-aprendizagem. Os momentos em que parte da equipa está parada ou com menor carga são ideais para isso.
E se precisamos de nos diferenciar e ser mais competitivos, talvez o mais imediato não seja cortar na qualidade e inovação…
Há muito a ideia de que a Qualidade está lá no armário, naquele dossier de lombada larga…
Muito provavelmente este não será o ano em que sente mais fôlego para certificar a sua empresa ou alguns departamentos. Mas, se já é certificado, não prescinda disso… Independentemente do fee da manutenção da certificação, será mesmo que tem que dar um passo atrás na qualidade percebida pelos seus clientes?
E quanto ao fazer melhor ou fazer diferente? Às vezes desistimos mesmo antes de começar…
Será que não há ninguém no mercado que tenha um nicho de actividade que nos sirva, que seja mesmo aquilo que precisamos para complementar a nossa proposta de valor?
Às vezes o delta pode estar em eleger um ou outro parceiro para termos aqui algumas economias de escala… Agora, há que investir tempo em perseguir estas situações e estabelecer outros modelos de negócio.
É que se precisa de grandes resultados e mais sucesso, esqueça lá a Troika na hora de pensar o Futuro!
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