Notícia recente é a passagem do nosso país para o ranking de BB+! A agência de notação financeira Standard & Poor’s subiu de BB para BB+ o ‘rating’ de Portugal, o que significa que nos estamos a afastar do nível de “lixo”.
Confesso que este tipo de classificação me faz alguma aflição, mas deixo esses ratings para quem sabe. Como classificar um país inteiro quando temos o privilégio de trabalhar com tantas empresas que têm vindo a vencer e a crescer durante estes anos? O que verificamos no terreno é que muitas empresas prezam por manter o seu serviço de excelência, por tentar vingar no terreno, apostam nacional e internacionalmente por conquistar mercado, tudo isto no sentido de contrariar todas as estatísticas e lutar por manter os postos de trabalho.
Percebo, no entanto, que tenham de existir estes patamares de avaliação, pois também os temos nas empresas em várias situações. Se há um rating que a nosso ver deve preocupar as empresas e equipas é o do serviço a clientes, ou seja, a forma como cuida dos seus clientes e das suas pessoas.
Rating na equipa
Li há uns dias uma frase do Richard Branson que dizia que se tratarmos bem a equipa ela tratará bem os clientes da empresa. Não deixa de ser interessante a abordagem, pois o mais usual é o contrário, ou seja, em primeiro lugar o foco total no cliente e só depois no colaborador. Penso que o pensamento do dono do império Virgin é disruptivo e diferente do habitual. Para ele, o importante é manter as pessoas motivadas e satisfeitas com o seu trabalho. Se isso acontecer, elas vão retribuir de forma especial aos seus clientes, pois desejam que estes experimentem um pouco da sua forma de estar.
Existem várias empresas, um pouco por todo o lado, que se esforçam por ser reconhecidas como bons locais para trabalhar, com um excelente ambiente, onde os funcionários se sentem especiais.
O que é mais curioso é que para além de uma remuneração justa pelo trabalho realizado, existem muitos factores que fazem a diferença na motivação, tais como existir flexibilidade de trabalhar a partir de casa, se possível, a promoção de formações internas e externas, bem como de momentos de lazer entre todos, condições para a prática de exercício ou existência de equipas desportivas, disponibilidade de alimentos saudáveis às horas das merendas, prática de uma politica de “porta aberta” mais informal e descontraída sem prejudicar o respeito mútuo, entre outras iniciativas.
Uma vez que muitos de nós passam mais tempo nos seus locais de emprego do que em casa, fará todo o sentido promover um ambiente simpático, com boas condições e onde todos se sintam bem. Dessa forma existirá a vontade de retribuir em excelência de trabalho, esforço e dedicação.
Por isso, de cada vez que for sugerida uma actividade de teambuilding, um convívio após uma reunião, uma iniciativa que ajuda a conciliar a vida familiar com a empresarial, no fundo algo que promova condições para que os seus funcionários trabalhem com mais emoção e entusiasmo, abrace esse desafio.
Rating perante os clientes
Se classificamos a forma de actuar perante a equipa, também teremos de ver como é a nossa classificação perante os clientes.
É por essa razão que as empresas realizam inquéritos de satisfação, para saberem o que os clientes acham dos seus serviços, da forma como atendem, vendem e servem.
A informação que um inquérito nos pode disponibilizar pode ser imensa e de uma importância extrema. Os inquéritos podem ser qualitativos apenas, e validar alguma informação sobre o que fazemos e como, mas podem também ser enriquecidos com comparação com a concorrência. Muitas empresas fazem este tipo de validação. É que os clientes até podem classificar-nos como bons, mas e quando comparados com a concorrência? A avaliação pode ser bem diferente!
Depois, se os seus clientes participaram no inquérito, e lhe deram testemunho do que significa para eles trabalhar com a sua empresa e a sua equipa, não pode deixar de agradecer e de aproveitar os resultados, trabalhando-os o mais possível. O que os nossos clientes dizem de nós não é marketing, nem são caprichos ou exigências. São excelentes formas de melhorar a nossa forma de trabalhar, de criarmos novos nichos de mercado, novos produtos ou abordagens diferentes ao mercado.
Invista em inquéritos de satisfação, mais ou menos extensos, mas nunca esqueça o que os seus clientes sugeriram ser feito ou implementado de novo. É garantia de que se mantêm clientes e que vão recomendar a sua empresa, pois vêem nela dinamismo e mudança.
Se este rating nos ajuda a ser mais bem vistos no mercado, claro que é positivo. Mas o mais importante é não perder o foco na sua equipa e nos seus clientes. Ao fim e ao cabo, o rating que lhe dão é o que mais interessa!
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