O papel da mulher na vida ativa da sociedade mudou indiscutivelmente, por isso não será de estranhar que o papel delas nas Organizações também esteja a mudar…
Se pensarmos que a realidade das Empresas se tem vindo a alterar vertiginosamente e que cada vez mais as Organizações estão a valorizar as soft skills e a assumir outras preocupações de sustentabilidade, não deixa de ser interessante um olhar atento ao capital humano feminino com potencial de liderança no meio empresarial. Ou não tivessem elas um perfil curioso nestes domínios, um potencial de desenvolvimento ímpar e, muitas vezes, uma curva de crescimento de exceção.
Lidar com… fusos de género
Lidar com fusos não é simples, mas é possível! E lidamos tanto melhor quanto mais vezes passamos pelo processo… Para tudo, a experiência conta!
Quando regressamos de uma viagem aos Estados Unidos ou a outro país igualmente longínquo andamos uma semana trocados. Se estivermos habituados a fazer viagens de longo curso, já não será tanto assim… Que o diga quem pertence a Organizações com presença geográfica à escala global e cuja função exija deslocações periódicas a outros países.
Mas a globalidade e a realidade atual de mercado trouxeram outras exigências, também ao nível da diversidade cultural nas empresas. Nas multinacionais, num mesmo open space, somos capazes de ter cinco ou seis países representados em simultâneo numa equipa do mesmo departamento. Ao início, falava-se das barreiras culturais desta coexistência… hoje sabemos que existem, lá está, fusos culturais, mas esta diversidade veio permitir resultados bem diferenciadores.
E ao nível da liderança? Se no passado ninguém tinha “um chefe” no feminino, hoje já não é tanto assim… Mais um “fuso” que requer aprendizagens por parte de quem lidera e de quem é liderado. A mulher não é melhor líder do que o Homem, fá-lo simplesmente de forma distinta, essencialmente pelo modo como gere a multiplicidade e como se afirma.
Comprometidas, criativas e muito persistentes
Todos sabemos que é da gestão de Recursos Humanos que depende a eficácia organizacional. E estamos também conscientes de que gerir recursos na situação de mercado atual representa um sério desafio, a que estão impreterivelmente subjacentes as necessidades de motivação da equipa e da sua preparação para novas dinâmicas empresariais.
Mas é nas situações mais desafiantes que as empresas e as pessoas se revelam, e é aqui que os melhores dão o salto. A consciência clara das situações leva a que a fasquia do nível de compromisso suba e a que haja muita resiliência para fazer surgir respostas diferenciadoras no imediato…
A inteligência emocional e o empowerment das equipas são fatores cada vez mais valorizados pelas empresas com práticas inovadoras ao nível da gestão dos seus recursos, e vêm dar o mote para que as organizações consigam superar melhor as dificuldades e progredir. Se estes elementos não estiverem presentes nos líderes ou não forem valorizados por eles, poderemos não estar a remar no sentido certo ou ao ritmo necessário…
Este tipo de competências soft é muito inato na mulher. Elas são mais persistentes, mais dispostas a fazer com os outros, a delegar sem se sentir a abdicar, e isso impacta positivamente na sua capacidade de motivar, de se relacionar e de estimular o pensamento criativo nas equipas.
Por outro lado, os seus valores e a sua postura mais facilmente se identificam com o estar ao serviço de ou com o contribuir, o que é propício ao desenvolvimento de práticas de cidadania organizacional e de responsabilidade social. E a realidade da sociedade atual precisa que estas preocupações ambientais e sociais estejam cada vez mais patentes nas empresas…
Lucrar com o 6º sentido
Fala-se também muito de intuição feminina, mas onde nos leva a intuição feminina nas empresas? Será que elas têm mais feeling? Não há dúvida de que a mulher tem uma mente mais intuitiva para a resolução de problemas, para a criação de empatia e relacionamento com os outros, e para a tomada de decisão.
Mas será que as empresas ganham tudo o que poderiam ganhar com o 6º sentido delas? Será que elas pensam nisso de forma consciente? A sensibilidade, a persistência e o acreditar são importantíssimos, mas não são tudo…
Para além do que é empírico, é importante desenvolver um conjunto de competências de liderança e investir seriamente na melhoria e adequação dos estilos com que lideramos cada indivíduo em cada situação. É isso que faz a diferença, é isso que assegura que um líder que chega ao topo continue lá com um nível de sucesso e realização interessantes, independentemente de usar gravata ou saltos altos.
Apenas no caso da mulher é muito mais importante não falhar, porque eles ainda têm muita necessidade de estar atentos. E estar bem preparada pode fazer toda a diferença para quem ainda tem tetos de cristal!
Ajude-nos a melhorar! Deixe-nos por favor o seu contributo para o tema.