Claro que não! No seu papel de liderança a Mulher tem uma capacidade enorme na gestão das relações, na forma como coopera, como escuta e como dá o exemplo. E se os nervos tiverem que vir cá para fora, talvez não seja mesmo no plano profissional que isso aconteça em primeiro lugar.
Isso não significa que elas não dêem o tal “murro na mesa” quando faz falta, mas há imensas maneiras de o fazer…
Razão ou Intuição?
Não há dúvida que a Mulher se rege mais pela intuição e que muitas decisões que toma resultam do tal feeling de que aquele caminho vai dar certo… O Homem, por seu turno, é mais racional, mais objectivo, razão pela qual o seu processo de tomada de decisão e a comunicação são, em regra, mais estruturados e assertivos.
E todos sabemos que a inteligência emocional feminina tem muito que se lhe diga… Sensibilidade nem sempre é sinónimo de fragilidade, mas que Elas às vezes pensam mais e decidem mais com o coração, lá isso é verdade… e nem sempre é o que as leva mais longe! Agora desengane-se quem pensa que isso não pode acontecer também com alguns homens…
Liderar a situação
Liderar melhor em cada situação não tem nada a ver com o género do líder.
O sucesso de liderança de cada um depende da sua própria experiência, da capacidade inata e das aprendizagens que procura desenvolver permanentemente.
Longe vão os tempos em que o protótipo do melhor líder era duro e vestia só calças. E longe vão também os tempos em que a diversidade de papéis da mulher e a sua fragilidade aparente a impediam de assumir cargos de liderança.
Se a criatividade e as formas de pensar, comunicar e agir são distintas na mulher e no homem, mas complementares, o melhor dos caminhos é trazer essa complementaridade para a Liderança e Gestão de Equipas, para que os departamentos cresçam, as equipas evoluam e as empresas encontrem outros caminhos, outros resultados.
O ser humano possui inúmeras motivações distintas, e isso sim é o que constitui um desafio tremendo à nossa Liderança. Mais a mais, se pensarmos que as equipas heterogéneas, em que os perfis comportamentais dos diversos elementos são díspares, são actualmente as que têm maior probabilidade de inovar e de ter melhores resultados, o que é então esperado do líder?
Nós não conseguimos liderar pessoas, lideramos as tarefas que as pessoas fazem, e por isso é importante, situação a situação, sabermos o estilo de liderança que será mais vantajoso adoptar.
Conhece o seu perfil de liderança? Lidera todos ou sempre da mesma maneira? Sabe quando pressionar, fazer coaching à sua equipa ou quando assumir um papel mais democrático? Reflecte frequentemente sobre os resultados obtidos com as diversas abordagens de liderança, o que corre bem e o que deverá fazer de diferente numa próxima situação similar?
Ou ainda continua a achar que fala, fala, fala e ninguém o(a) escuta? E se é mulher, ai, falamos tanto…
Quanto a delegar, fá-lo com facilidade? Tem a quem delegar? Custa-lhe? Porque será?! Delegamos, abdicamos por vezes e acabamos um pouco por transferir as tarefas… Como fazemos o seguimento e o controlo do que delegámos? Prevemos pontos de situação ou andamos sempre em cima das nossas pessoas a “picar” como é que a tarefa está a decorrer? Será que os sufocamos por vezes?
Pois é, parece que em Liderança não há garantias…
Liderança garantida?!
Nada está garantido a 100%, nem de longe, nem de perto… Para Eles e para Elas, o que resulta bem numa situação pode não resultar noutra, o que tem impacto positivo numa pessoa pode não ter noutra, o que é efectivo num determinado momento pode não o ser noutra altura ou noutro contexto de mercado.
É normal, às vezes, as coisas correrem mal. Correm a toda a gente, de vez em quando. A única parte boa desse processo é fazermos a leitura certa para não tornarmos a incorrer no mesmo erro, e depois toca a virar a página… Isso é aprender a fazer melhor e ter essa capacidade é tão bom!
E é também por isso que é tão importante celebrarmos e agarrarmo-nos ao que corre bem, porque essas são as páginas que nos dão mais gozo virar, já pensou?! Essas alturas incutem-nos energia para enfrentar e superar tantas dificuldades… a crise, os clientes que não têm dinheiro, a concorrência que diz que é melhor, a sorte que não temos, o “não depende de nós”, os “eu não consigo”, e todas aquelas “maravilhas” que, de vez em quando, se apoderam do nosso subconsciente.
Sabemos que há momentos em que nem sequer nos sentimos os melhores líderes de nós próprios… não motivamos o suficiente porque não estamos suficientemente motivados, não mostramos o caminho porque oxalá alguma luz se abrisse sobre a direcção que deveríamos seguir. A questão é que é justamente nessas alturas que evitamos a comunicação com a Equipa e que deitamos muito, muito a perder!
Sabe o que dizem os seus colaboradores sobre a sua liderança? Quais foram os últimos resultados da avaliação 360º, lembra-se? O que vinha lá relatado no upward feedback? Tem tomado isso em conta?!
Uma coisa é certa, quanto mais investirmos no processo, quanto mais o líder tomar consciência e estiver focado no seu papel, mais atento e disponível vai estar para cada um e mais genuinamente interessado em fazer crescer as suas próprias competências de Liderança.
E quanto a si? Há quanto tempo não investe em melhorar a sua Liderança?
Ajude-nos a melhorar! Deixe-nos por favor o seu contributo para o tema.