Não, não vou perguntar se a sua organização se tornou vegan…
Quando, nas empresas com que contactamos diariamente, ouvimos alguém desabafar algo do tipo “mas que molho de brócolos que aqui vai” ou “estou metido num molho de brócolos”… o tamanho do desafio (ou sarilho) é promissor.
Caso para dizer, das duas, três – ou os processos não funcionam, ou a equipa não se articula, ou os sistemas não respondem inteiramente à realidade.
Hoje queremos focar-nos mais na Equipa, nas pessoas, nos desafios a vencer quando sentimos que estamos a tocar o limiar do… molho de brócolos.
Pactrick Lencioni, no seu livro “The five disfunctions of a Team”, tem uma abordagem muito interessante aos desafios das equipas no sentido da maximização do seu potencial, que muitas vezes exploramos nos nossos Programas de Dinamização Empresarial. Esses desafios podem estar patentes ao nível de um ou mais dos cinco vectores seguintes:
Confiança
Quando a falta de confiança é notória numa equipa, dificilmente as pessoas serão capazes de admitir as suas lacunas ou erros, de reconhecer que falharam, que estão em falta ou mesmo de pedir desculpa aos colegas. Há um refúgio muito grande no eu e pouca transparência.
Não confiar condiciona comportamentos genuínos e nem todos na equipa se movem igualmente bem em contextos calculistas. Este tipo de ruído na equipa contribui para perder a focalização nos objectivos delineados para o grupo, porque cada um estará muito mais preocupado com o seu próprio umbigo…
A falta de confiança leva a que os elementos da equipa se relacionem estritamente no plano profissional, não estando confortáveis para o fazer no plano pessoal, e os laços entre as pessoas acabam por não ser particularmente fortes.
Conflito
O medo do conflito resulta numa postura extremamente defensiva e que em nada abona o debate apaixonado de ideias ou problemas. Às vezes é mais fácil e mais cómodo ficar calado, só que isso nem sempre nos leva mais longe. Muito menos como grupo…
As suas reuniões de equipa são entusiasmadas e interessantes? As questões mais delicadas ou menos consensuais são colocadas em cima da mesa para serem resolvidas?
Ou temos uma cultura que encoraja evitar situações conflituosas ou de menos boa aceitação? Este tipo de reserva está a levar-nos mais além?
Compromisso
Como anda o nosso nível de compromisso e o da Equipa? Quando terminamos as reuniões temos um plano de acção definido e claro na agenda de cada um? Ou a nossa equipa é um bando de “Yes Men” e depois nada acontece?
Obter o compromisso da equipa é essencial para que as pessoas chamem a elas a responsabilidade e façam as coisas acontecer. A motivação e o nível de envolvimento das pessoas é o adequado? Que ferramentas de comunicação e motivação estão ao dispor da equipa?
Responsabilidades
Curiosamente, uns querem mais, mas outros, nem por isso…
É tão frequente ouvirmos um ou outro desabafo do tipo: “Ui, deixa-me cá estar sossegadinho no meu canto. Mais esse trabalho todo? A diferença ao final do mês não justifica. Trabalhar mais horas? Nem pensar!”
Ou então: “Ah, isso não é para mim, eu nunca fiz… Não sou capaz, não consigo.”
Sabemos o que move a nossa equipa? O que move cada um? Para muitos, o desafio e o reconhecimento serão suficientes para abarcar um novo desafio mas, para tantos outros, isso não dirá nada e não passará de palmadinhas nas costas para trabalhar mais.
Como estamos a desafiar a equipa? Sabemos que as pessoas crescem à medida dos desafios que lhes lançamos! E quando as pessoas não aceitam ou não aderem, devemos tentar perceber porquê. Damos-lhes sempre o suporte adequado?
Mesmo entre pares, é muito interessante o potencial de resultados quando verificamos que as pessoas nas equipas se desafiam umas às outras.
Orientação a resultados
É certo que trabalhar depressa e bem não há quem… mas será que 20% do nosso esforço não nos traz 80% dos nossos resultados? Como ocupamos o nosso tempo? Como nos defendemos para não andar em círculo a fazer só o que mais gostamos?
Quando os objectivos da empresa não estão tão presentes quanto deviam estar, a falta de orientação a resultados leva a que as pessoas não estejam dispostas a fazer sacrifícios nos seus departamentos ou nas suas áreas em prol da equipa.
E quando os objectivos da equipa não são atingidos, parece que todos andam à procura do “outro” a quem apontar o dedo rapidamente…
Se estes, isolada ou cumulativamente, são desafios da sua equipa e sente-se impotente para lidar com a situação, venha saber como o podemos ajudar a sair… do tal molho de brócolos!
Ajude-nos a melhorar! Deixe-nos por favor o seu contributo para o tema.