Low Cost???
Falar de racionalizar custos é uma opção que faz todo o sentido nesta fase, sobretudo se a operacionalização do Plano Estratégico não está a correr tão bem como queríamos… Mas racionalizar custos é bem distinto de cortar custos a direito, de dizer que não se pode investir nem fazer mais nada.
Quando a facturação não sobe, antes de ficar desesperado e pensar quantas cabeças vão rolar, talvez seja interessante analisar que despesas é que não são críticas e se podem reduzir para, ainda assim, melhorar a rentabilidade.
E quanto à tesouraria? Que ginástica anda a fazer? O que negociamos com os fornecedores, o que exigimos ou recuperamos dos nossos clientes?
Investimento OFF / Congelamento ON
Aqui está um interruptor que não deve ter só duas posições! Às vezes perdemos por generalizar determinadas decisões. Em consequência de os números estarem aquém dos objectivos, é nesta altura relativamente comum que muitos orçamentos comecem a estar freeze.
A questão é que, em consequência disso, também é comum que os resultados continuem igualmente mal… É impossível deixar de investir, de fazer acções em áreas chave como os recursos humanos e o marketing, senão deixamos de apostar nas pessoas e de abrir novas portas.
Haverá algumas acções que poderão ter que ser proteladas, mas há que fazer alguma coisa, senão não saímos do ponto A. Se sabemos que não chegamos ao ponto B como o fazíamos no ano passado ou há dois anos, o que é dispensável no processo, o que é imprescindível e que nem sequer estamos a fazer?!
Se não se pode fazer muito, há que fazer o necessário. E se não temos muitos ovos, talvez também não seja bom pô-los todos no mesmo cesto… Não podemos depender de uma ideia, de uma só estratégia, porque isso pressupõe um risco demasiado elevado
Agora, claro que às vezes é mesmo preciso reduzir despesas para, com esses montantes, conseguirmos investir no que é crítico. Mas onde cortamos e com que impacto?!
Mesmos Ganhos e menos Gastos = X Margem
Há equações que precisamos implementar…
Sabemos que habitualmente uma das maiores fatias da despesa é a dos custos com pessoal. Se em termos de remuneração convencional com quem já está efectivo na empresa não há muito a fazer, com quem entra de novo, há modelos de comissionismo que se podem pensar em função do retorno que essa pessoa trouxer para dentro de casa. E, a par disto, há inúmeros mecanismos de remuneração criativa que se podem implementar para motivar cada indivíduo.
Provavelmente teremos que reduzir os plafonds das viaturas. Mas, já agora, de todas…, por uma questão de congruência.
Nas empresas cuja actividade envolva produção, transformação ou comercialização de produto, o peso do custo da matéria-prima e das mercadorias vendidas é sempre muito significativo. Em que medida podemos melhorar a nossa negociação para comprar melhor? Ora aqui está um investimento extremamente pertinente na formação da equipa e que nos pode valer milhares de euros…
E nas outras rubricas, onde podemos cortar? Que peso têm os FSE? Água, electricidade, lugares de estacionamento, rendas?
Talvez não valha a pena cortar no gasóleo dos comerciais ou no telemóvel… deixar de visitar ou contactar clientes pode ser desastroso e muita gente no escritório a pensar como ajudar a troika também não faz falta. Mas podemos renegociar os contratos de comunicações, certo? É verdade que este tipo de situações dá trabalho e ocupa um bocadinho de tempo, mas pode ser preciso para não estarmos a deitar para o lixo o dinheiro que dizemos que não temos para investir nas acções de marketing de que precisamos.
É também necessário não esquecer que ser demasiado céptico pode sair caro. Mesmo que não acredite (ainda) muito nos eventos de networking, na formação gratuita, nas redes sociais, em fazer newsletters, ou enviar mailings, experimente… Algumas destas acções dão trabalho ou consomem tempo mas, é verdade, não custam nada e estão a dar muito valor e retorno a tantas empresas. Ouse, saia mais do escritório, vai ver que não perde nada.
Se há coisas que não conseguimos abranger isoladamente, que parceiros podemos identificar? Que moeda de troca podemos ter em termos de parcerias? Já pensou que os seus serviços podem interessar a uma empresa que actue numa área que lhe é conveniente? Se a sua empresa fizer formação e precisar de ganhar notoriedade, o que o impede de ministrar Formação de liderança a uma Agência de Meios por contrapartida de desenvolver as competências de liderança dessa empresa? Se estamos numa área de actividade complementar e até somos parceiros, que tal avaliar abordagens conjuntas à carteira de clientes de ambos?
Libertar mais dinheiro…
Uma tesouraria deficitária não dá descanso a ninguém!
Lembra-se habitualmente de que o desconto que dá aos seus clientes é o que lhe pode fazer a diferença na conta bancária? O seu serviço ou produto perdeu valor? Custa-lhe menos agora?
E quanto a crédito mal parado? A situação agravou-se?
Claro que percebemos que não vender a quem lhe deve pode ser sinónimo de não ver sequer o que tem pendente de receber. Mas também pode ser sinónimo de somar outro tanto à situação… Pelo menos há que tentar manter e não agravar a situação. E ter um plano de recuperação dá sempre um sentido de focalização à sua Equipa e de compromisso ao Cliente.
Complementarmente, comprar bem pode ir para além do preço de custo. Que condições de pagamento tem com os seus fornecedores? Que trade-off existe entre PMP a Fornecedores e o PMR dos seus Clientes?
Ser criativo pode efectivamente ser low cost!
Interessante?! Então, não perca esta viagem…
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