Já parou para olhar em volta e ver o lugar de destaque que cada vez mais mulheres ocupam na vida ativa deste país?
Mesmo tendo uma das quotas de mulheres no governo mais baixas, assistimos a um domínio cada vez maior do universo feminino. De facto, basta olhar ao longo dos anos para o número crescente de mulheres com frequência universitária, seja qual for o curso e com prestações notáveis em todos os ramos da sociedade.
E nas empresas? Porque nos interessa tanto o fator mulher e liderança?
Bem, acima de tudo porque sou mulher! E porque sinto na pele no dia a dia o mesmo que milhares de mulheres por este Portugal.
Será que “corremos” de modo diferente? Com que papéis lidamos diariamente?
Correndo o risco de parecer feminista, mas apostando apenas no feminino, convenhamos que as mulheres de hoje têm de encarnar vários papéis: mães, esposas, amigas, namoradas, etc. Eles também têm em versão masculina, mas depois vêm outros: cozinheira, enfermeira, bombeira, gestora do lar, economista, gestora de tempo, pluridisciplinar, líder, problem solver, enfim… uma profusão de papéis atribuídos de modo quase institucional e considerando a capacidade inata da mulher para a realização de mais que uma tarefa em simultâneo, são efetuados na perfeição.
Não querendo ser injusta, existem homens que também são capazes de gerir muitas coisas ao mesmo tempo, mas no caso das mulheres é quase universal.
Mas quando falamos em liderança, existem de facto diferenças?
Aproveitar competências
Estaremos a recrutar as pessoas certas para os lugares de destaque nas empresas? Com a frequência de ensino superior não estaremos a colocar de parte algumas das melhores pessoas?
As empresas têm de se capacitar que as licenças de maternidade e apoio à família não são um preço a pagar por terem mulheres na equipa. Se estas tiverem mecanismos, ajudas e apoios dentro e fora da empresa, trabalham ainda com mais afinco, pois entendem mais que ninguém a necessidade de gerir carreira e família.
A flexibilidade e o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, para mulheres ou homens, são pontos quentes e particularmente importantes para as mulheres. Para quê medir a produção em horas de trabalho? É imperativo a escolha de indicadores de performance baseados em produção, rentabilidade e isso mesmo, performance. Neste momento, sabemos perfeitamente que o importante não é cumprir um horário de trabalho se durante esse tempo a produtividade é baixa ou nula. A produtividade aumenta se o ambiente for de entusiasmo, se existir equilíbrio e abertura.
Gestão de Stress
O rendimento das mulheres é maior sob stress e produzem mais e melhor. Têm a capacidade de ser mais resistentes em condições adversas e com isso obter melhores resultados, ao mesmo tempo que se conseguem manter focadas.
Em tempos desafiantes, conseguem manter a cabeça fria e agir de modo mais calculado. Serão melhores líderes por isso? Certo que não, mas provavelmente a liderança é isso mesmo, a capacidade de influenciar os outros pela positiva, mantendo-os orientados para o que, de facto, interessa, sem perder energia noutras coisas.
Liderar o sexo oposto
As equipas querem-se variadas e interessantes. Só assim crescemos com as vivências de cada um e aprendendo, acima de tudo, a aceitar os outros. A diferença é que as mulheres adotam vários perfis de liderança diferentes, conseguindo adotar comportamentos de liderança diferentes e o modo como o fazem é diferente. Muitos homens tentam liderar através da ordem e da obediência, e é através da lealdade que os colaboradores lhe têm que o líder sente o respeito pela sua liderança.
As mulheres procuram acima de tudo ajudar e preferem conquistar as pessoas com quem trabalham pela confiança e pela motivação.
Não existem grandes diferenças entre liderados homens ou mulheres, existem sim diferenças de feitios e de personalidades. É por isso imperativo existir algum equilíbrio na forma de gerir as equipas e de apoiar as tomadas de decisão.
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