Os desentendimentos são naturais em qualquer grupo de pessoas, mas sempre que numa Equipa assumem proporções maiores, levam a desperdiçar tempo e energia e condicionam a produtividade.
Na verdade, há situações em que os conflitos entre elementos da equipa nos deixam à beira de um ataque de nervos…
Bons Amigos ou bons Colegas?
Mas será que só há conflitos na nossa equipa? Desengane-se…
Então porque é que quando olhamos para as nossas empresas de referência nos parecem todos muito amigos?
Provavelmente porque aprenderam a discordar de forma agradável e profissional, a questionar mais as suas opiniões e a considerar as dos outros, porque cresceram em confiança para poder falar abertamente sobre as situações… e esse é um caminho necessário a todas as equipas e que se faz… caminhando!
Os conflitos são também necessários para nos “desacomodarmos” e considerarmos outras perspectivas, mas temos que os saber gerir. Já dizia Gandhi que “a discordância honesta é sinal de progresso”, e nas Organizações não é diferente.
Agora, não é necessário (nem suposto) sermos amigos para ultrapassar conflitos. Isso não nos torna garantidamente melhores colegas, nem melhores profissionais. Há excelentes profissionais a quem ser amigo dos colegas não diz absolutamente nada.
Ainda assim, juntar as duas vertentes pode ser muito gratificante, já que dedicamos diariamente inúmeras horas à actividade profissional…
O que é certo é que na mira de um conflito, há sempre alguns elementos que são sérios candidatos a estar no cerne da questão, e tipicamente são sempre os mesmos!
Será coincidência? Nada disso, é mesmo uma questão de personalidade!
Personalidade e Conflito
Há sempre quem se deixe vencer pelas emoções, levantando a voz para defender o seu ponto de vista ou engolindo em seco e retraindo-se porque se sente intimidado.
Se os Passivos fogem dos conflitos, prescindem de dar a sua opinião para não gerar desentendimento ou causar mau estar e permitem que outros ganhem terreno com opiniões em que não se revêem, já os Agressivos são bem diferentes.
Os Agressivos, muitas vezes, não olham a meios para expressar os seus fins, mesmo que isso implique elevar o tom de voz ou ser cirúrgico nas acusações. Para além de combativos, não estão nada preocupados com as opiniões que os outros têm deles e da situação, e é pena… porque não lhes faria nada mal aprender a escutar e controlar o “sangue na guelra”.
Entre o perfil Passivo e o Agressivo temos os Assertivos, cuja diplomacia ajuda a lidar com pessoas difíceis e opiniões distintas das que preconizam. Os Assertivos, geralmente, encaram o conflito com uma mente mais aberta e procuram abordá-lo de forma mais construtiva, sendo capazes de considerar as opiniões dos outros e expressar a sua.
É certo que ninguém gosta que as suas crenças ou os seus valores sejam espicaçados ou postos em causa, mas ao estarmos conscientes do nosso perfil e da nossa forma de funcionar, ser-nos-á mais fácil compreender o perfil de funcionamento dos outros e o porquê de determinadas intervenções ou reacções.
Compreender e/ou Discordar?
Compreender os padrões de resposta ao conflito mais habituais pode constituir uma excelente ajuda para os ultrapassar!
Vejamos as respostas mais comuns…
Sempre que perante uma divergência alguém interpreta uma situação de uma forma muito pessoal, as emoções ficam à flor da pele e isso vai para além do desconforto que qualquer conflito gera nas pessoas envolvidas.
Nessa situação deixamos de ter um problema para termos alguém a sentir-se afrontado e objecto de um ataque individual e isso leva a que a pessoa, em vez de analisar a questão racionalmente, centre o conflito em si própria, respondendo tipicamente em modo de “ataque”, abdicando de considerar outras opiniões e guardando rancor.
Paralelamente aos que personalizam o conflito, há os que gostam de dar luta, de se fazer perceber influentes, de se vangloriar por cada argumento ganho. E se assim for, é muito fácil causarem insatisfação à sua volta… Para estas pessoas, a sua postura significa congruência com a posição que defendem, acham que estão certas e daí expressarem veementemente os seus pontos de vista, não estando muito predispostas a mudar de ideias ou a adoptar outra solução “inferior” à sua.
Noutro grupo de resposta ao conflito teremos os que evitam o mais possível a situação, ou porque acham que a sua experiência ou responsabilidade não os coloca à altura de intervir ou contrapor, ou porque acham que do outro lado está alguém mais influente e que vai conseguir levar a sua avante. E escudam-se, por isso, em que deva ser o líder a mediar a situação.
Se os elementos na Equipa não o fizerem, o líder deverá ter um papel fundamental no encorajar a encontrar uma solução baseada na razão, com mente aberta, vontade de conhecer melhor a situação e predisposição para encontrar formas de avançar.
Quando a equipa não é exemplo, é determinante que o exemplo venha do líder e que este medeie a situação. Às vezes basta recordar que opiniões divergentes podem ser o início de uma melhor ou nova solução…
É verdade que podemos ganhar imenso com os líderes, pares e subordinados de quem discordamos, se estivermos à altura de reconhecer novas oportunidades e de sermos profissionais na gestão das situações.
Por isso, não se deixe limitar pelas divergências!
Ajude-nos a melhorar! Deixe-nos por favor o seu contributo para o tema.