Se cada um de nós pensar em todas as pessoas que conhece, no meio empresarial e noutros, terá seguramente alguns líderes, homens e mulheres, a quem reconhece todo o mérito e que constituem verdadeira fonte de inspiração para o nosso próprio percurso.
Mas se não há dúvida de que chegar ao topo é um desafio tanto para Eles como para Elas, não é menos verdade que essa conquista é feita de ingredientes muito diferentes…
Sonhar ser líder
A maior parte das empresárias ou executivas não terá, muito provavelmente, sonhado em criança ser diretora, empresária ou administradora. As meninas sonham em ser professoras, cabeleireiras, enfermeiras, atrizes ou qualquer outra profissão ligada à prestação de serviços, à cultura e afins. Já com os meninos as coisas são bem diferentes… querem ser presidentes, donos disto e daquilo, ou chefes… como os pais! É um estigma que está há muito enraizado na nossa cultura e que não muda de um dia para o outro.
Ser líder para elas é a consequência de um percurso, feito de uma enorme entrega, de uma paixão imensa pelo trabalho que desenvolvem e de uma vontade constante de provar que podem fazer a diferença… Salvo raras exceções, a liderança vem depois, como o degrau que se sobe na sequência desse mesmo percurso, que geralmente não é tão premeditado quanto se possa pensar.
Multiplicidade de Papéis
Eles e elas pensam, agem e decidem de forma distinta. Será que o cérebro do homem e da mulher é mesmo diferente?
Se pedirmos a um pai para dar banho à criança e fazer o jantar… ele dá banho à criança e depois faz o jantar, claro! Já a mãe, enquanto diz à criança para ir para a banheira, põe o jantar ao lume, dá banho à criança, mexe o jantar, põe o creme na criança, põe a mesa, e quando acaba de a vestir está tudo pronto para irem para a mesa!
Gerir o trabalho, a casa, a família, a escola dos filhos, as atividades e os programas sociais deles, as férias, os programas de fim de semana e ainda ter um tempinho para elas, fazem parte da diversidade indispensável da sua rotina. Esticam o tempo, nunca se cansam e não concebem estar sem fazer nada! E é neste rodopio que encontram o seu equilíbrio…
Este modo de multi-tasking não é necessariamente só bom ou só mau, mas é o delas e é impreterível que se tenha essa consciência se as tivermos por perto. É por isso que nas equipas falam diversas conversas em simultâneo, nas reuniões saltitam de assunto em assunto, pedem e exigem tudo ao mesmo tempo, mas é isso que lhes confere profissionalmente maior flexibilidade e as faz gerir tão bem a diversidade.
Vencer no meio deles
Li recentemente numa publicação económica que 52% dos homens preferem trabalhar com outros homens, enquanto 86% das mulheres não se importam de trabalhar com homens. Curioso, não?
Estes números espelham bem o que ainda é ser mulher no meio de homens. Mas, se lhes perguntarmos a elas, esse handicap só existe na cabeça deles.
É verdade que as mulheres possuem um conjunto de fragilidades que todos conhecemos. Elas reagem melhor ao sucesso deles do que ao de outras mulheres, cooperam em regra menos entre si que os homens, têm maior ânsia pela promoção e dão cartas na rádio alcatifa porque falam… demais! Mas serão todas assim? E as que são, se estão cientes deste lado menos positivo, seguramente que podem aprender e fazer um esforço para o debelar!
Desengane-se quem ainda pensa que elas são mais moles a decidir ou a negociar – a mulher é mais direta, mais espontânea e cria empatia muito facilmente. Chamem-lhe intuição ou, melhor, inteligência emocional, mas que este aspeto está muito do lado delas, lá isso está…
As líderes no feminino não falam de handicaps, não falam de fragilidades, por mais que estas existam, porque não se sentem menos que ninguém. Na cabeça delas há constantemente um conjunto de provas a vencer, que passam por enfrentar pressões, ganhar o respeito deles, não baixar os braços, aportar resultados, ter a humildade de achar que ainda não se chegou ao topo e gerir bem a exposição.
O caminho pode não ser fácil, mas quem gosta de caminhos cor-de-rosa? Elas não!
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