As empresas viram-se obrigadas a dar um salto tecnológico para inovar e garantir a sua competitividade no mercado, mas tal não lhes abriu caminho para a desumanização… As Pessoas – líderes, colaboradores e parceiros – continuam a ser o fator diferenciador das Organizações.
O desafio é grande, se quisermos quantificar o impacto do digital na vida das Organizações.
Mas uma coisa é certa, a digitalização não vem a caminho, é já é uma realidade, e as empresas devem preparar-se para um Programa de Mudança transversal, que aborde simultaneamente a dimensão humana e a vertente tecnológica.
Humana e digital, dimensões complementares e necessárias?
É verdade que a multiplicidade geracional, a par com o salto tecnológico, traz um desafio acrescido à Liderança das empresas.
Por um lado, temos uma franja significativa de colaboradores nas organizações com maior dificuldade de adaptação a esta era digital, que são os colaboradores com mais experiência e que detêm maior conhecimento do negócio.
Por outro lado, os Mileniais nasceram e cresceram com o digital, e estima-se que em 2025 representem cerca de 75% da força de trabalho.
As Empresas deverão estar preparadas para tirar o melhor partido da convivência de gerações distintas no mercado de trabalho, potenciando o que cada geração tem de melhor.
Se a digitalização vem desumanizar as empresas? Claro que não…
Seria impensável descurar a vertente relacional e presencial nas organizações, porque todos sabemos que o SABER SER e o SABER ESTAR estão entre as competências de sucesso futuras.
E isso justifica que cada Gestor se sinta chamado a reumanizar a sua Liderança, porque perto ou longe, continua a ser determinante impactar positivamente em cada colaborador, estabelecer confiança e desenvolver sentido de pertença, promover a autonomia e dar visibilidade do contributo para os resultados.
E o lado negro do digital?
Cada mudança tem sempre duas perspetivas, eventualmente a mais imediata (ou a que receamos) e a que nos leva mais longe…
Se ficarmos pelas estatísticas que os estudos mais recentes nos proporcionam, provavelmente vamos focar-nos na dificuldade de reconversão e adaptação de alguns colaboradores, na necessidade de disponibilidade total 24 horas e no consequente desequilíbrio pessoal / profissional ou até na eventual necessidade de despedimentos.
Estes aspetos poderão apresentar-se como a face menos animadora do salto tecnológico, mas na Ideias e Desafios gostamos de ver as coisas da perspetiva mais positiva!
A tecnologia não se substitui às soft skills, logo não tem que substituir as Pessoas…
Se há ganhos trazidos pelo digital, no topo dos aspetos mais positivos estarão a melhoria dos processos, a automatização de determinadas tarefas rotineiras, a disponibilização de recursos e a partilha de informação.
Ao permitir mais flexibilidade e promover a mobilidade, a digitalização está a responder às necessidades de flexibilização dos postos de trabalho tão atraente para as gerações mais novas.
E para que corra igualmente bem para as gerações há mais tempo no mercado de trabalho, o Programa de Gestão de Mudança deve acautelar a reconversão necessária de funções, no que implica a requalificação dos colaboradores mais antigos.
Alavanca para a Gestão de Talentos?
Garantir uma liderança bem-sucedida neste novo contexto passa por valorizar a diversidade geracional e fazer conviver de forma natural os binómios experiência/inovação e coração/gene digital.
A tecnologia aporta ganhos de eficiência indiscutíveis a nível operacional, uma vez que coloca o conhecimento ao serviço de todos, aproxima as pessoas e liberta tempo.
Ao imprimir maior velocidade, convida a pensar de forma criativa e inovadora, até porque também disponibiliza outros recursos.
Se o digital contribuir para acelerar a Gestão de Talentos e trouxer um novo driver ao desenvolvimento dos Recursos Humanos, será absolutamente fantástico. Cabe aos líderes tirar partido desta janela de oportunidade…
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