A realidade da vida das empresas e dos seus líderes e gestores mudou vertiginosamente. Somos diariamente confrontados com surpresas, com novos desafios, com respostas que têm que ser dadas de forma mais imediata do que a resposta anterior. Neste contexto de turbulência e de incerteza, sabemos que o que costumava dar resultados já não dá mais… mas há algo que permanece inalterado… é que o mais difícil de gerir continuam a ser as Pessoas!
Manter o nível de compromisso, gerir expectativas, lidar com as diversas personalidades, evitar conflitos, perceber a motivação de cada um, separar o essencial do acessório, não tomar partido por aqueles com que mais nos identificamos, conciliar vontades, não ser demasiado permissivo e um leque infindável de outras coisas estão seguramente entre os maiores desafios que todos conhecemos.
Nasce-se líder?
Será que só alguns foram geneticamente favorecidos e os outros andam a desdobrar-se diariamente, mas os resultados não aparecem?
Muitas vezes comentamos com as equipas que alguns líderes já o nascem efetivamente… Mas a preparação faz toda a diferença e não há ninguém que não possa melhorar e desenvolver as suas competências de liderança, de comunicação, de influência, caso tenha identificado claramente as lacunas ou os pontos de melhoria.
Agora, todos reconhecemos que no ADN de um líder estão valores que se tornaram regras indiscutíveis como sejam escutar, ajudar e nutrir.
Muitas vezes ouvimos, mas nem escutamos, e sabemos que é difícil escutar quando as vendas descem, quando só temos encomendas para um mês e meio, quando são seis da tarde e temos que ir buscar os miúdos à escola ou até quando simplesmente pensar no que fazer para o jantar parece mais aliciante. Não se escuta sem disponibilidade, e essa disponibilidade obriga-nos a um equilíbrio e entrega muito grandes… Sabemos que andam para aí uns “sugadores” de energia; por isso, é determinante sabermos encontrar o equilíbrio pessoal para repor a nossa.
E o que é afinal ajudar? Ajudar não é fazer por, muito menos quando isso implica deixar de fazer o nosso trabalho… Ajudar é mostrar o caminho, é dar a cana para pescar, é viabilizar os recursos e dotar as pessoas das ferramentas necessárias, ajudar é dar o exemplo, é aplicar a nossa mestria, é inspirar e fazer contagiar com a nossa paixão, determinação e consistência. E às vezes é preciso dizer não, é preciso pressionar, é preciso fazer sair da zona de conforto, é preciso ser chefe até…
E quando falamos em nutrir uma equipa, falamos de semear, de influenciar positivamente, de desafiar, de correr riscos (calculados) pelo outro, de fazer coaching individual para potenciar ao máximo cada talento…
E ninguém consegue liderar com mestria ou pelo exemplo sem ser líder de si próprio.
Se os tempos mudaram, não há dúvida nenhuma que a Liderança também mudou!
Já pensou quantos líderes tem a sua Empresa? Está a fazer contas, a equacionar se há de ou não incluir as chefias intermédias, os chefes de projeto, e por aí fora.
Lançamos-lhe outro desafio… E de quantos líderes é que acha que precisa a sua Organização?
Uma Equipa chamada Liderança
Não me diga que nunca, ouviu algo do género: “Eu sou vendedor, quem sabe disso é a Assistência Técnica” ou “Eu sou comercial, as cobranças são com a Financeira”.
Porque se falará tanto nas empresas na primeira pessoa do singular?! Parece que na altura de dar as respostas todos têm um cargo demasiado pequeno e que, por isso, não têm que responder pela organização.
Do porteiro ao operador da produção, da rececionista ao técnico de manutenção, do vendedor ao diretor-geral, não terão todos que assumir responsabilidade pelo sucesso da organização?
As empresas hoje não se podem dar ao luxo de ter cargos secundários, não se podem permitir que as suas pessoas deixem de sentir-se peça fundamental do puzzle. Cada colaborador tem que procurar a excelência na sua função, tem que sentir vontade de brilhar…
Precisamos que todos sejam líderes naquilo que fazem.
E a verdadeira transformação começa aqui! Desenvolver o talento de liderança de cada pessoa na organização tornou-se uma peça chave nos dias de hoje.
Não é mais suficiente que sejam só os líderes na hierarquia a contribuir com ideias, a inovar, a inspirar, a ser positivos, a revelar garra, a exibir mestria, a ajudar de volta.
O que impede cada um de ter um propósito, de sentir que trabalhar é uma oportunidade, uma oportunidade de a cada dia trazer um impacto positivo aos colegas, aos parceiros de negócio, aos clientes sobretudo?
Não será muito mais interessante (e eficaz) do que termos a nossa força de vendas a queixar-se aos clientes de que “ninguém lhes compra”, que “o chefe lhes subiu os objetivos” e que isto “está muito mau”?!
Para ter um impacto positivo nos outros é preciso querer, é preciso acreditar, é preciso sentirmo-nos todos parte da equipa de liderança. E este alinhamento tornou-se uma prioridade absoluta!
Ou não partilha da opinião de que cada um tem responsabilidade nos resultados?
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