Se tem medo de crescer, não seria decerto a única.
Ainda há uns anos, veio a Portugal um dos maiores especialistas mundiais de Liderança, Robin Sharma, e para além do privilégio que tive em assistir, ele foi uma verdadeira inspiração.
Curiosamente, muito do que ele disse não é totalmente desconhecido, nem nada de ciência de foguetões, mas a forma como o diz e a paixão com que o faz tornam a frase “é simples, mas não é fácil” inteiramente verdade.
Todos os sonhos começam pequenos, todas as empresas tiveram um nascimento e, tal como um recém-nascido, necessitaram de muitos cuidados nos primeiros tempos de vida.
E decerto muitas empresas começaram de sonhos muito pequenos, considerados diferentes, estranhos, e demasiado arriscados para poderem vingar. Mas, contra um coro de desconfiança, foram erguidas a pulso e com muita paixão.
Mas curiosamente, depois de a empresa passar os primeiros tempos de vida a ser tratada e a crescer de forma consistente, surgem as “dores de crescimento”, e muitas empresas vivem de forma menos agradável esta situação.
Mas, como dizia o Sr. Sharma, todas as empresas que começaram pequenas e depois cresceram eram verdadeiramente obcecadas pelo serviço ao cliente, por criar experiências únicas aos utilizadores de produtos e serviços, sem desistir de todo, trabalhando de forma diligente e constante.
Cresço ou não?
No nosso trabalho com equipas, deparamo-nos muitas vezes com esta questão. Será que devemos crescer? O que pode acontecer de bom e de menos bom se decidimos alargar a estrutura? Qual o risco que corremos em apostar no crescimento e depois termos de abandonar a estratégia delineada?
E se não aposto no crescimento, qual pode ser a consequência na minha empresa da pressão do mercado e da concorrência?
Como podemos combater os outros com os recursos que temos?
Obviamente que cada caso é um caso. O crescimento não é apenas o aumentar os recursos humanos para fazer face ao mercado e mostrar uma posição sólida e forte perante a concorrência.
Por isso, antes de tudo:
– Explore todos os caminhos e todas as hipóteses caso decida crescer, pensando nos melhores e piores cenários possíveis
– Decida onde vai apostar em termos de crescimento, se em recursos humanos, se em ferramentas, se em conhecimentos para a equipa, ou outras áreas cujo crescimento possa impactar de forma decisiva a sua actuação face ao cliente
Para onde crescer?
Uma vez decidido que o crescimento é de facto o caminho, temos de escolher qual o caminho que vamos tomar.
Pode ser crescimento em recursos humanos. Se as empresas da concorrência reduzem o capital humano, pois receiam a descida de margens e de vendas, se acreditam que os comerciais ou a área de serviço ao cliente poderão ser um custo muito elevado nesta fase de crise, acabou de encontrar o caminho para o SEU crescimento.
A sua equipa treinada, motivada e especializada pode fazer a diferença entre os clientes. Se os seus comerciais estiverem presentes junto dos clientes, quer antes da venda quer no pós venda ou assistência ao cliente, este será um indicador de que apostam nos comerciais, que consideram as vendas como o motor da empresa e, por isso, os mantêm.
Quem não aparece esquece. Se a sua equipa é de alta performance, será um erro não a aproveitar e pôr os seus “talentos” a render. Aposte neles, dê ferramentas e o mercado nacional e estrangeiro pode ser conquistado com sucesso.
Assim sendo, ou crescemos em termos de equipa, ou crescemos em conhecimentos e competências. Se a equipa não pode ser aumentada, e não tem outra hipótese a não ser a de a manter intacta, aposte em quem fica na empresa e preocupe-se com a sua motivação e performance.
E se não resulta?
Bem, é sempre uma hipótese, e assusta. Mas o que é pior? Não crescer, não apostar, não tentar ou falhar?
Não falo de ânimo desta hipótese de falhanço, pois já o experimentei. O caminho nem sempre é o mais óbvio, e o falhar pode ser o ponto de partida para um outro começo, para outra tentativa. Todos aprendemos com os erros e com as derrotas.
E com estes falhanços tornamo-nos mais fortes, mais astutos, apostamos de outra maneira em caminhos diferentes a seguir.
Por isso não tenha medo de crescer, quer em pessoas, quer em recursos para as tornar mais eficazes e diferenciadas, mas por vezes crescer poderá ser a sua única opção!
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