Uma das coisas que por vezes me espanta é a noção que as pessoas têm de Liderança.
Muitas das vezes temos noções de um líder que não correspondem de forma verdadeira à realidade da questão.
Para nós a liderança assume diversas formas, dependendo do papel que nos é pedido.
Será que um Pai ou Mãe é um líder?
Será que um Professor ou Professora é um líder?
Será que um colega que está hierarquicamente ao mesmo nível que eu é um líder?
Será que Você é um Líder?
No nosso entender, dependendo da situação, todos o são.
Poderá pensar:
“Mas eu não tenho perfil…”
Normalmente, quando trabalho com líderes de uma forma mais particular, uma das questões que lhes coloco é:
“Quais as características que possui, positivas ou negativas, que lhe indicam que não é um líder?”
As respostas variam, mas podemos aqui resumir algumas delas:
– “Não estou à vontade com pessoas.”
– “Não gosto de me expor.”
– “Não gosto de falar em público.”
– “Sou demasiado bonzinho.”
– “Os outros não me respeitam.”
– “Não tenho feitio para andar a controlar os outros.”
– “Não gosto de conflitos.”
– “Não sou exemplo para ninguém.”
– “Nunca hei-de ser ninguém.”
– “Os lugares de liderança da empresa já estão ocupados.”
Como deve imaginar, esta lista não esgota, nem de perto nem de longe, tudo o que já me disseram, mas dá uma boa ideia das principais razões pelas quais as pessoas acham que não são líderes.
Quer fazer um pequeno exercício comigo?
Para cada uma das questões acima coloque as seguintes questões a si próprio:
– “Tenho 100% de certeza de que é assim?”
Mas tem de ser 100% de certeza, não vale 99%!
– “Se não tenho 100% de certeza de que é assim, tenho 100% de certeza do contrário?”
Por exemplo, não conseguir falar em público versus conseguir falar em público.
– “Se não tenho 100% de certeza de nenhuma delas, existe alguma situação na minha vida em que isto não seja assim?”
Por exemplo, não gosto de falar em público no domínio profissional, mas no domínio particular até estou à vontade a falar de temas que me sejam confortáveis.
Finalmente, coloque a seguinte questão, respire fundo e fique de olhos fechados cerca de 5 a 10 minutos, respirando profundamente e focando-se na sua respiração.
“O que é que seria necessário (acontecer, ter, fazer, conhecer, ler, aprender, etc.) para que eu fosse capaz de o fazer?”
O que vai provavelmente notar (se não notar também não tem problema) é que muitas vezes, ao abanarmos os fundamentos das nossas crenças na liderança, quando abrimos os olhos encaramos a questão como possível.
Pode ser difícil, mas se calhar até seria capaz de lá chegar.
As pessoas que frequentam os programas de formação em Liderança que temos realizado com as empresas dizem-nos que é após o programa terminar que se sentem muito mais capazes de ser líderes.
Não que isso seja fácil!
Mas pelo menos com a mudança de perspectiva e mentalidade abordar o campo da liderança torna-se muito mais simples e eficaz.
Esta semana pare para pensar, será que estou a evitar abraçar uma carreira de Liderança ou ocupar o espaço como Líder que me espera por não querer sair da minha zona de conforto?
Ou, se preferir, por não querer “sair do armário”?
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