Quando falamos de intuição, uma das coisas que ainda me incomoda nos dias de hoje é o facto de a maior parte das pessoas viver a vida com base numa percentagem.
Seja a probabilidade de as coisas correrem bem, seja o facto de por vezes não irmos por um caminho porque alguém nos diz que pode ser perigoso face ao alto…
E você? Quando foi a última coisa que fez em que o seu lado lógico não tenha entrado no processo?
Quando foi a última vez que no seu processo de liderança a decisão que tomou veio da “barriga” e não da cabeça?
Ou, se quiser, quando é que foi a última vez que não falou “Excel”?
Lembra-se do “Excel”? Aquele programa de folha de cálculo que serve, entre outras coisas, para criar tabelas, fazer cálculos simples ou complexos, e que em muitas das suas situações como líder faz todo o sentido?
Agora o problema é… será que o resto do seu corpo fala “Excel”? Será que as pessoas que lidera o falam também?
Por vezes temos tendência a pensar que sim. Mas será mesmo que as pessoas à nossa volta o fazem naturalmente e sem esforço?
Nos primeiros anos de desenvolvimento de uma criança existe um estado muito interessante que é o estado de aprendizagem não condicionada. É uma época em que as crianças aprendem sem esforço, porque conceitos como certo ou errado não existem ainda na sua cabeça.
Mas será que existem mesmo ou são condicionalismos da nossa sociedade? Será que não nos são impostos por aprendizagem forçada nas organizações?
A maior parte das pessoas não tem à vontade com o “caos”, é algo que para elas é complicado. Muitas vezes por medo do conflito que tem tendência a provocar, muitas vezes porque a sua estrutura mental não está tão inclinada para esse modo de funcionamento.
Quer um exemplo?
Quando está a liderar uma reunião, como é que ela funciona? Existe uma estrutura fixa de agenda, todos sabem como intervir, todos têm o seu papel, as regras estão bem claras…?
Ou
Tudo funciona sem sistema, existe liberdade para dizer tudo o que lhes vai na alma, as pessoas intervêm desordenadamente, e existe uma atmosfera, digamos, caótica?
Poderá pensar:
“Mas isto são extremos!”
De facto são, mas se pensarmos um pouco, quais são as vantagens de uma ou de outra?
Pare agora de ler este artigo e pegue numa folha de papel, desenhe uma linha ao alto, ao meio, e de um lado coloque caos, do outro coloque organização.
Agora, durante alguns momentos, entretenha-se a escrever de cada lado as coisas boas que cada um dos lados tem.
Vai ver que provavelmente, se for honesto, as duas colunas muitas vezes ficam balanceadas.
Agora, pensando que as pessoas não são computadores e que o seu processo de funcionamento criativo não é linear, pense novamente nas suas reuniões.
Como é que acha que poderia introduzir um pouco de caos na sua liderança, na sua condução de reuniões, enfim, na sua vida, de forma a tornar as reuniões o mais equilibradas possível?
Esta semana pare um pouco para pensar: Tenho tendência a pender para o “caos” ou para a “organização”?
E se for para um lado ou para o outro, ao longo desta semana procure equilibrar estas duas facetas do que, ao fim ao cabo, é todo o seu ser.
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