Será que inovar está fora da sua zona de conforto?
Na maior parte das vezes, fazemos as nossas coisas da mesma forma, dia após dia, gostamos de ter as nossas certezas, de não ter que pensar muito para tomar decisões em tempo útil.
A zona de conforto de cada indivíduo resulta, por isso, da série de acções, pensamentos e/ou atitudes que cada um está habituado a empreender ou ter e que não nos causam qualquer medo, ansiedade ou risco.
Somos pessoas de hábitos e o hábito é um padrão mental e comportamental que surge pela repetição. É tipicamente assim que melhor nos sentimos e é nessa direcção que a nossa estrutura cerebral se acomoda.
Uma actuação profissional nestes moldes permite um desempenho constante, com uma sensação de segurança.
Mas será essa segurança uma falácia? Podemos hoje dar-nos ao luxo de não cortar as amarras às nossas certezas, aos nossos hábitos, e limitarmo-nos ao que nos é confortável?
Se o contexto não estivesse sempre a mudar…
O sucesso das empresas depende das abordagens diferenciadoras e das estratégias inovadoras que trouxerem ao mercado, e isso implica um investimento constante em reinventar o caminho.
Ficar preso na nossa própria teia pode comprometer em demasia o médio prazo!
Ter melhores resultados hoje não é uma questão de sorte nem de esperar o tempo certo, é uma questão de transformar o dia-a-dia, com objectivos bem definidos, foco permanente, acção massiva, disciplina, resiliência e de estar disposto a pagar o preço de correr atrás do que nos permite levar a missão da empresa mais longe.
E não é uma questão dos líderes, dos outros, é uma questão de todos os que integram a empresa, independentemente da sua responsabilidade ou senioridade!
Parece que Charles Darwin foi suficientemente visionário quando nos deixou a reflexão “Não são as espécies mais fortes que sobrevivem nem as mais inteligentes, mas as que melhor se adaptarem.”
Será tudo uma questão de Plasticidade?
Como nos forçamos então a adaptarmo-nos, para respondermos melhor ao desafio?
Sair da zona de conforto é saltar para o desconhecido, é estar disponível para aprender, para errar, para largar alguns hábitos (os que não nos trazem resultados) e adquirir outros…
Sair da zona de conforto é contrariar-se, é escolher “expandir-se” diariamente, garantindo a plasticidade do nosso cérebro.
Por isso, obrigue-se a fazer uma coisa diferente todos os dias, por pequena que seja. Aqui ficam alguns exemplos…
- Cumprimente alguém que habitualmente não cumprimenta;
- Sorria para os estranhos, diga bom dia ou boa tarde aos mais sisudos no elevador do escritório;
- Agradeça, mesmo que não o tenha feito em situações semelhantes anteriores;
- Vá para o trabalho por outro caminho, pelo menos uma vez por semana;
- Não se perca na internet à noite, tente passar três serões diferentes por semana, leia um livro, veja um programa de televisão distinto;
- Vista o casaco pela outra manga;
- Faça uma experiência que questione as suas crenças limitativas, comece a correr, experimente o skate do seu filho ou faça um baptismo de surf;
- Improvise! Não prepare tudo ao milímetro e encare a possibilidade de não correr bem;
- Troque de lugar com um colega de trabalho por uma manhã;
- Peça feedback ao seu chefe;
- Esteja aberto à crítica, dê aos outros a hipótese de o criticarem;
- Desafie os elementos da sua equipa para pensarem em conjunto sobre um tema e gerarem ideias.
E a “segurança”?
As empresas não são feitas de super-heróis, dos melhores dos melhores, são feitas de pessoas normalíssimas como nós, que perante as adversidades actuais têm que redobrar o seu compromisso em merecer lá estar, em estar alinhadas, em fazer tudo o que está ao seu alcance para que os resultados cheguem.
E isso vai seguramente obrigá-las a fazer melhor, a fazer diferente, a agir no desconhecido, a dar um passo em frente e a confiar que os passos seguintes hão-de tornar-se mais claros depois.
E hoje estar seguro é estar “desconformado”, é ser inquieto, perspicaz, pensar o que ninguém pensa, correr os riscos necessários, e agir na direcção das nossas metas.
É preciso sair da zona de conforto, acreditar nos impossíveis, fazer o que nunca se fez, fazer pela sorte, dar o exemplo, comunicar o bom e o mau e ousar liderar a nossa equipa como sabemos que ela precisa de ser liderada.
Ajude-nos a melhorar! Deixe-nos por favor o seu contributo para o tema.