Pôr o conhecimento ao serviço da Inovação permite disponibilizar novos produtos, serviços e processos, ou mesmo melhorar os existentes, com vista a uma maior diferenciação e competitividade no mercado.
Mas porque andam as empresas portuguesas tão poupadinhas nesta vertente?
Poupe na inovação e arruíne a sua empresa…
Inovar tem um conjunto de riscos decorrentes da curva de adoção pelo mercado e da dificuldade em antecipar os padrões de difusão. Trata-se efetivamente de um dilema real na vida das empresas, se pensarmos que é difícil antecipar o sucesso da inovação, que muitas inovações falham e que os números não mentem quando nos evidenciam que as empresas que não inovam não sobrevivem.
Se atendermos às tendências atuais de mercado, nomeadamente à redução do ciclo de vida dos produtos, ao excesso de capacidade instalada, à globalização do mercado e à sofisticação dos clientes, será que temos efetivamente alternativa?
1% inspiração + 99% transpiração…
Esta é uma máxima adaptada da definição de Thomas Edison sobre a genialidade. Inovação é 1% de criatividade e 99% de trabalho, já que as boas ideias, por si só, não nos trazem resultados.
Independentemente do modelo a adotar em termos do Ciclo de Inovação, há um conjunto de motivações de base que poderão fazer toda a diferença no sucesso do processo. Mais uma vez, estamos a falar do “mindset” desejável ao nível da liderança e da equipa ao longo da implementação do Sistema de Inovação.
- Até que ponto somos persistentes? Erramos e desistimos? Tentamos de novo? Suamos até encontrar a abordagem certa?
- O que nos impede de darmos os nossos 100%, de operacionalizarmos o que tão bem planeamos? Inibimo-nos ou sentimo-nos limitados por outros e pelo seu sucesso? E porque não desmistificamos isto?
- Arriscamos? É que arriscar é preciso! Se isso implica cometer erros ou suportar os erros dos outros? A resposta é sim. Mas já Edison dizia: “Eu não falhei. Apenas encontrei 10.000 novas maneiras que não irão funcionar”. Os erros permitem-nos excelentes aprendizagens para, na tentativa seguinte, fazermos de forma diferente.
- Permitimos que as ideias nos passem ao lado? Passamo-las a escrito? Encorajamos a geração de ideias na equipa e temos uma abordagem divergente? Ou começamos logo a avaliar as ideias individualmente e isso torna-nos absolutamente céticos relativamente ao possível sucesso de cada uma? Não é pelo facto de apenas 1 em 50 ideias ser comercializada que essa não possa ser… a nossa!
- E deixamos que os outros nos roubem as ideias? Em Portugal são registadas, em média, cerca de 50 patentes por ano, contra 130 na Bulgária, mais de 2.000 nos Estados Unidos ou 3.000 pela IBM em todo o mundo. Não estaremos a ser criativos o suficiente ou não temos a disciplina necessária para seguir passo a passo o processo?
- Somos genuinamente curiosos, perspicazes e interessados ou estamos à espera que as ideias nos caiam por milagre em frente dos nossos pés? Que nível de abertura ao exterior temos? Adotamos a famosa postura IAKI (I already know it) ou de, como dizemos na gíria, Chico esperto? Se sim, dificilmente estaremos recetivos a novos paradigmas… Temos consciência de que ter os parceiros certos é absolutamente crucial? Se o contexto for fechado, jamais o vamos conseguir enriquecer…
- E de onde vêm afinal as ideias? Estamos a viabilizar o desenvolvimento da equipa? Temos sangue novo? Há quanto tempo ninguém vai a formação? Quando é que vamos, por fim, pôr na nossa agenda o tal projeto do MBA que está guardado na gaveta?
Como diz o provérbio chinês, “Quando sopram ventos de mudança, uns constroem muros e outros moinhos de vento”. E nós, como estamos a tirar partido desta oportunidade?
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