Confesso que esta semana, quando comecei a pensar em escrever um artigo, esta frase não me saía da cabeça.
Talvez por estarmos próximos de mais uma eleição, talvez pela situação do País ou qualquer outra razão que o meu inconsciente não me quis trazer para o consciente.
Muitas das pessoas com quem falo hoje em dia estão na expectativa do que vai acontecer nas próximas eleições. Para variar, o grande vencedor deverá ser a abstenção, à semelhança do que aconteceu já anteriormente.
Se olharmos para um paralelo com as empresas, continuamos a ver muitas pessoas que nelas trabalham completamente divorciadas da sua liderança, da sua chefia, da sua empresa ao fim ao cabo.
Se pensarmos no porquê de tudo isto, provavelmente encontraremos razões de parte a parte que com toda a certeza serão justas.
Mas se mudarmos uma palavra na frase anterior, de “porquê” para “para quê”, provavelmente começamos a pensar de forma diferente.
Independentemente das razões que existam no passado, ao mudar esta palavra começamos, na maior parte dos casos, a projectar-nos para o futuro.
E se pensarmos no futuro, será que este divórcio aos diferentes níveis da sociedade, empresas, etc. fará neste momento sentido?
Será que esta é a altura ideal para tudo isto?
Será que neste preciso momento isto nos traz algum valor acrescentado face ao imperativo de sobrevivência que está sobre nós?
No meu entender, NÃO!
Ainda no outro dia conversava com um Decisor nosso cliente, em cuja empresa trabalhamos já há alguns anos no sentido de o apoiar nos problemas que tem enfrentado.
Já passou por altos e baixos, já teve grandes vitórias e, como muitos, está neste momento apanhado numa maré de problemas devidos em muita quota-parte à situação económica actual e falta de liquidez das empresas suas clientes.
Por incrível que pareça, nem é isso que o preocupa mais neste momento.
Temos com ele alguns planos de reestruturação comercial de novas iniciativas que poderão em breve dar frutos, assim que as empresas acordarem de todo este circo que está a ser o processo eleitoral.
O que o preocupa neste caso é o “divórcio” das pessoas que trabalham na empresa face ao que está a acontecer e às dificuldades que estão a atravessar.
Se eu olhar para o processo até aqui, não podemos atribuir-lhe culpas, dado que conhecemos o seu caso por dentro.
Falta de comunicação do que se está a passar tão pouco é, dado que já o fez por diversas vezes e a empresa nem é assim tão grande que a informação não chegue a todo o lado rapidamente.
Quando olho para a empresa dele, coloco muitas vezes estas questões a mim mesmo:
“Será que se as pessoas fossem empresários a trabalhar para um cliente teriam a mesma postura?”
“Será que se não tivessem o seu ordenado garantido ao final do mês, abordariam a situação com esta calma?”
“Será que continuariam a estar tão impávidos e serenos?”
Esta semana paremos um pouco para pensar:
“O que é que está nas minhas mãos fazer para ajudar a governar a empresa onde trabalho?”
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