Quando falamos de estratégia, muitos líderes adoravam ter uma montanha-russa quando se sentem no carrossel. Porém, contrariamente ao que se diz, quando mencionamos um carrossel é porque, de facto, a vida nas empresas é muitas vezes um verdadeiro carrossel.
Não só andam de cima para baixo, como não vão a lado nenhum e continuam a passar em círculos pelo mesmo lugar.
Quer uma prova de que isto acontece?
Quantas vezes prometeu a si mesmo ser este o último ano em que não investia em marketing?
Quantos meses já passaram desde que as últimas metas pessoais e profissionais que estabeleceu para si ficaram esquecidas na gaveta?
Sente que está constantemente às voltas com a sua equipa, sem saber castigar ou sem saber recompensar, e todos os dias se aborrece com as mesmas coisas?
Se a resposta a qualquer uma destas questões foi um SIM, então pare o carrossel e saia!
A vida nas empresas não tem de ser assim, nem pode ser assim. Mas a montanha-russa não é, no entanto, o destino mais simpático. Não andamos para cima e para baixo no mesmo sítio, mas as subidas e descidas abruptas são perigosas e no final paramos sempre no sítio em que entrámos.
Evitar as dificuldades é impossível. Não só raramente as prevemos, como também, ainda que preparados, vacilamos nessas alturas, questionando como, porquê e quando tudo aconteceu.
Mas então como escolher a viagem?
Quem já praticou rafting poderá entender na perfeição a analogia, mas a quem nunca o fez, deixo algumas considerações importantes:
1. O ponto de partida e chegada são diferentes, sendo que normalmente a partida é suave e podemos chegar a uma meta localizada mais à frente e num local mais amplo, maior;
2. Cada barco leva uma equipa, todos posicionados à direita e esquerda consoante o “jeito” e o timoneiro pode ir à frente ou atrás do barco. Não importa a constituição física ou força de cada um, basta empenho;
3. A viagem terá percursos mais sinuosos e algumas quedas de água mais rápidas, mas a adrenalina até revigora o espírito e torna a viagem mais fantástica;
4. Um dos pontos fundamentais é comunicação. Do líder do barco para toda a equipa e desta para o líder. As ordens têm de ser cumpridas, mesmo no receio de que o barco vire ou fique preso. Tem de haver, por isso, uma confiança absoluta nas ordens que são dadas, pois só assim a equipa aceita cumpri-las;
5. Existem regras a cumprir e do seu cumprimento depende, inclusivamente, a sobrevivência. O cuidado quando se cai em águas bravas é fundamental para assegurar que tudo corre bem, mesmo em caso de perigo. Manter a calma, a posição e a proteção da cabeça são fatores fundamentais e, mesmo numa situação perigosa, a calma tem de imperar;
6. Já reparou que a força com que rema não o faz chegar mais longe? Fazer andar o barco corretamente depende apenas da sincronização das pagaias e não da força com que são empurradas. Se todas estiverem a entrar na água ao mesmo ritmo, o barco avança de forma ritmada e sem problemas… mesmo em águas bravas.
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