“Não tenho tempo, dinheiro, pessoas (a massa crítica…), estratégia, competências, experiência, …” – e então?
Entre o fado do coitadinho do não tenho e o empenhar-me em fazer com o que tenho, vai um desafio crescente de gestão de recursos… Será que não é imperativo ver nas restrições as oportunidades e andar para a frente?!
Numa fase em que as escolhas são de menor amplitude e em que parar é perder, é mesmo preciso valorizarmos o que temos e com isso fazermos o nosso melhor.
“Estrategizar” menos é bom…
Tempos houve em que tínhamos estratégias para tudo, modelos de actuação para cenários optimista, realista e pessimista, estratégias para mitigação de risco, planos para gestão da mudança, dossiers e dossiers estratégicos A4 de lombada larga.
Para além de mais recursos, leia-se mais gente e mais tempo, tudo tinha um prazo de validade superior. Havia curvas de lançamento das soluções e tempo para entrada em velocidade cruzeiro… Até parece que acelerámos a própria nomenclatura das coisas.
A palavra Dinamizar surge nas empresas com um sentido de urgência muito grande, para que as coisas aconteçam rapidamente. A velocidade que hoje nos é exigida muda tudo.
Mas cuidado! Investir menos tempo em pensar e mais tempo em agir não nos faz, de modo algum, prescindir de pensar melhor.
Um Roadmap de uma página pode estar perfeito, mas há uma estratégia de fundo de que não podemos abdicar, a do compromisso… E essa faz-se do envolver as nossas pessoas, de muita comunicação e partilha, de genuinidade e do não ter medo de errar.
Uma decisão pequena é bom…
Como se costuma dizer na gíria, chega de “encanar a perna à rã” e toca a avançar rapidamente. Por mais pequena que a decisão seja, decidir é sempre um passo à frente, e é dos passos à frente que se faz o caminho.
Nenhuma decisão é eterna, não existe “a” decisão… e é, de facto, preciso tomar alguma. Às vezes ficamos muito presos ao passado, ao que fazíamos, ao que correu bem ou deixou de correr. O passado já lá vai! É preciso fazer o futuro acontecer, mesmo que isso envolva arriscar mais. Não podemos ficar à espera que a conjuntura melhore, que o IVA baixe, que os concorrentes desistam ou que os clientes voltem todos a correr.
Além disso, decidir é clarificar caminho e a Equipa tem que perceber o rumo a percorrer para poder seguir o nosso exemplo. Se nada mexe, não podemos ter a pretensão de ficar à espera que a equipa se mexa por sua livre iniciativa… Desiluda-se, a probabilidade de isso não acontecer é enorme.
Menos tempo é bom…
Lembre-se da última lista infindável de coisas que preparou. Fica sempre qualquer coisa por fazer, não é? Que tal simplificar a abordagem?
Se somos menos (ou poucos), cada um de nós tem mais responsabilidades / tarefas e, consequentemente, menos tempo… o que não é necessariamente mau.
Desperdiçar tempo deixa de estar ao nosso alcance, temos é que nos disciplinar melhor e respeitar mais o tempo dos outros. Não temos tempo para pôr bonito, podemos ficar pelo que nos traz o resultado de que precisamos e ser mais concretos. O pragmatismo de cada um vai permitir que o importante não fique por fazer, e isso é que importa.
Agora, não desperdiçar tempo não é tornar-se bombeiro e andar sempre a correr a apagar fogos! No meio de tudo isto, há uma regra de ouro. Nunca deixar de pensar o negócio ou de o desenvolver, senão paramos a máquina da inovação, da criatividade e da angariação de novas leads, e a factura depois é demasiado alta.
Afinal de contas, o tempo é o que fazemos dele…
Parte da solução é bom…
Menos dinheiro não é bom, mas é o que é… Que isso não seja impeditivo para fazer as coisas acontecer! Por enquanto, as ideias não se pagam e essas é que não podem parar.
Quando não se pode fazer o investimento desejado, é preciso fazer o possível. E, acima de tudo, é preciso ser muito criativo naquilo que se faz… É possível fazer tanto marketing sem investimento, é possível racionalizar tanta despesa. É preciso é não baixar os braços.
Se ainda não tem a solução toda, ponha a boa parte que já tem cá para fora. Encontre o nicho que vai precisar dela. Não é preciso comunicar massivamente com toda a gente, o que importa é chegar junto do nicho de mercado que tem que nos conhecer e precisar de nós.
Já há muito que se fala em quick wins… e estas não caíram em desuso! Uma vitória rápida permite-me pensar o que consigo pôr na rua num espaço de um mês, ou na parte de um projecto que vai estar concluído nas próximas duas semanas.
O sentido do atingir determinadas metas, da missão cumprida e do sucesso inerente, continuam a ser a melhor forma de garantir a nossa motivação intrínseca e a de cada elemento das nossas equipas. É que menos motivação… isso sim, é mau!
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