Por vezes acontece… e é muito fruto da nossa maneira de ser. Às vezes vivemos no limite, sempre a correr, a esperar que não haja nenhum imprevisto e levamos até à última aquele aviso da autonomia. Outros não, nem sequer deixam que o alerta chegue, para não terem uma má surpresa, nem ficarem em apuros.
É curioso, já se deu conta que na nossa liderança às vezes somos um pouco assim?
Uns fazem um esforço contínuo para assegurar sempre o combustível às equipas, comunicando, envolvendo e motivando sempre. Outros refugiam-se no gabinete, ou porque não é urgente falar com os colaboradores, ou porque estão à espera que a paciência e a energia voltem, na expectativa de que os subordinados melhorem a atitude, ou até de ter algo bom para comunicar.
A sua viatura anda sem combustível?
Pois, parece que também nenhuma equipa progride com o depósito vazio! Nem você próprio, enquanto líder…
Motivar, ainda dá?
Acima de tudo é importante envolver toda a equipa, sem deixar ninguém de fora, percebendo o que os faz correr, o que lhes dá energia e o que os equilibra.
Os diversos elementos da equipa não se motivam hoje pelo que se motivavam há dois anos, nem nós… E quantas mais gerações coabitarem na empresa, mais complexa será a gestão de expectativas e maior terá que ser o esforço para motivar cada um.
De há uns anos a esta parte motivar tornou-se curiosamente sinónimo de prémio ou recompensa. Se os ovos não chegam para as omeletas que precisamos no dia-a-dia, quanto mais ainda para premiar… estará a pensar.
E será que todos se movem pela cenoura?
Há quanto tempo não dá um simples “Parabéns”, “Bom trabalho”? Já pensou há quantos anos um ou outro elemento da sua equipa poderá estar a aguardar por estas palavras?! Reconhecer e elogiar de forma sincera ainda continuam a ser grátis…
Um dos combustíveis premium é sempre o desafio acrescido. Os elementos nas equipas crescem à medida dos desafios que lhes são lançados, porquê parar de o fazer?
Quando foi a última vez que delegou uma tarefa ou que responsabilizou alguém por um projecto novo? Quando foi a última vez que, sobretudo agora, assumiu correr o risco numa ou noutra ocasião para ajudar a crescer?
É que os bons nós não queremos perder e a concorrência anda sempre tão atenta…, por isso nada de os deixar escapar!
Comunicação a quanto obrigas…
Mas para saber o que move cada um é preciso conhecer, é preciso tratar pelo nome, saber os gostos, aperceber-se do contexto pessoal, conhecer as ambições, ter presente que, tal como você, todos eles deverão ter um propósito de vida.
É determinante instituir mecanismos de comunicação formal na empresa, como as reuniões de equipa, os briefings da manhã, os emails, a intranet, a página de Facebook… mas será que isto basta?
Então e os registos informais de comunicação? Faz questão de os proporcionar ou, aqui entre nós, não tem paciência nenhuma para isso?!
Perguntar pelas aulas de surf, comentar o post do Facebook sobre o filme que o outro foi ver, felicitar pelo aniversário das crianças, saber como está a correr a pós-graduação, entrar na copa para tomar um café, querer ler a inquietude, saber lidar com o silêncio, entre tantas outras coisas, humanizam em muito a sua liderança, e há tanto que se descobre sobre cada um nestas entrelinhas…
Curiosamente, são os momentos informais que mais nos revelam sobre as nossas pessoas, logo não há por que os desperdiçar!
A sua equipa só terá um alto desempenho se tiver em si o exemplo e a Liderança que precisa. Às vezes não comentamos determinadas coisas para não melindrar e acabamos a ser permissivos, a dar visibilidade de que o “Não” não tem consequência.
É bom que o Líder seja amigo, mas ser Amigo não faz de ninguém um bom líder… Há que ser assertivo, que dizer o que tem que ser dito, que instituir penalidades para quem não cumpre.
É verdade que dantes podíamos fazer outdoors, andar pendurados em cordas, juntar as equipas internacionais numa espécie de Jogos sem Fronteiras nas Baleares, mas nesta fase do campeonato não dá mais.
E se assim é, e enquanto não se consegue ter dinheiro suficiente para o habitual outdoor ou outro hábito similar, há que reinventar abordagens low-cost e descobrir formas de agitar as emoções, garantindo o alinhamento da equipa para percorrer o desafiante caminho que temos pela frente.
Só depende de si garantir o depósito sempre cheio… nem que para isso tenha que os pôr a dançar o harlem shake!
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