Um dos maiores problemas que denoto nas equipas de comerciais que formamos prende-se com o título do artigo de hoje.
É notório o desentendimento da realidade do cliente.
Este desentendimento passa por muitas vertentes.
Que elas se desmultiplicam como ninguém e que às vezes conseguem coisas dignas de Contos de Fadas, ninguém dúvida. O Palácio, esse sim, continua ainda a ter alguns tectos de vidro…
As Fadas
Será que a mulher pode ser tão boa líder quanto o homem? E em que medida o dia-a-dia delas contribui para o desenvolvimento do seu potencial de liderança?
Acredito verdadeiramente que haverá tantas extraordinárias Fadas como excelentes Duendes, não é necessariamente uma questão de género, mas uma questão de conciliar perfis comportamentais com o estar no lugar certo à hora certa, perceber as oportunidades e tirar o melhor partido delas.
De uma maneira geral, a mulher é mais forte, amadurece mais cedo e nesse sentido leva tempo de vantagem. É também mais versátil, mais de fazer as coisas, entrega-se mais, está mais pronta a ajudar e lembra-se muito mais de que… ter duas orelhas é sinónimo de não usar só a cabeça!
Se só as mulheres são sensíveis…? Claro que não (há homens muito mais sensíveis que muitas mulheres), mas elas têm uma empatia natural com a humanidade, os seus valores giram mais em torno das pessoas e das relações e, talvez por isso, sejam melhores a comunicar e consigam mais rapidamente a confiança dos outros. Entre intuição feminina e capacidade de ver as coisas de diversas perspectivas, talvez prefira a segunda hipótese…
E não me diga que nunca ouviu às 5 da tarde algo do género … “o dia ainda mal começou, e a seguir aos dias ainda vêm as noites”. O dia delas começa muito antes de chegar ao trabalho e continua muito para além da hora de sair do escritório.
As referências de cada um à família, à casa, à maternidade/paternidade, aos miúdos (e graúdos), à cara-metade e aos relacionamentos permitem desenvolver competências de liderança que acabam por ser tanto maiores na mulher quanto mais esta chame a si uma maior diversidade de papéis… E é o que acaba por acontecer, da empreendedora à empresária, à executiva.
Se os papéis que assume são muitos e diversificados, as experiências e desafios por que passa para os harmonizar dão-lhe um impulso tremendo no desenvolvimento do EU e na persuasão e influência junto dos outros. E gerir essa diversidade é uma lição de vida, com uma interessante repercussão profissional…
Os Tectos de Cristal
Mas não há bela sem senão!
Inúmeras vezes as líderes dos projectos e das equipas que apoiamos desabafam connosco, dizendo que a mulher tem que provar a dobrar para ter metade do reconhecimento que o homem teria numa situação similar. Talvez à mulher não baste ser excelente, tenha mesmo que ser… extraordinária.
Chamemos-lhe preconceito, obstáculos, tradição nas empresas familiares, mas o que é certo é que o contexto actual ainda continua a ser impeditivo para que a mulher ascenda hierarquicamente como o homem. Se assim não fosse, esses lugares não continuariam a ser d’Eles.
Não quer dizer que não haja já bastantes mulheres a conseguir chegar ao topo, estamos é longe de poder falar de igualdade de oportunidades… e de sacrifícios. Quer queiramos quer não, e sem cair em feminismos, a mulher tem uma força interior diferente para superar as situações… até porque está habituada a vencer barreiras! Se as competências e os estilos de liderança de ambos os géneros são diferenciadores, uma liderança mais eficaz terá necessariamente que resultar desta complementaridade.
Liderar no Feminino não tem que ser uma réplica da liderança d’Eles, e as mulheres sabem disso perfeitamente. Não conheço nenhuma líder que tenha como ambição ou na sua visão pura e simplesmente tirar o lugar a um Ele, mas sim poder fazer a diferença e deixar o seu legado… E para que isso aconteça, partilhar e conciliar os espaços de liderança terá que ser o caminho natural das Organizações.
Agenda non-stop?
Elas são peritas em fazer caber tudo no dia e as suas mentes irrequietas não param… Será que os inúmeros estímulos de tudo o que têm à volta, de forma continuada, as fazem dispersar, estar menos focalizadas, e por isso tender a descurar mais o médio/longo prazo?
Os líderes não nascem, fazem-se… e não é diferente com as mulheres! Ou não pudessem ser Elas as líderes do século XXI…
Se a intuição, a inovação, o pragmatismo e a capacidade de observação são competências tipicamente mais inatas na Mulher, aspectos como a capacidade crítica, a visão e a orientação estratégica, a assertividade e a adequação dos estilos trabalham-se, desenvolvem-se, disciplinam-se… e há inúmeras ferramentas e modelos indispensáveis para o fazer.
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