Quem tem filhos pequenos identifica-se perfeitamente com esta dinâmica que acontece nas equipas, de querer as coisas à nossa maneira. Fazem-no de modo indiscriminado, nos momentos em que menos esperamos ou com o maior aparato possível.
Quem não tem filhos, questiona o comportamento dos filhos dos outros, e, obviamente, ao menor sinal de birra dividem-se entre a compreensão por “aturar” tal pestinha e a crítica sobre o modo de educar os filhos.
Mas qual a percentagem de sucesso das birras? E até que ponto uma birra de vez em quando não nos poderá trazer algum sucesso?
Se considerarmos o processo em si, é de facto eficaz. Existe um desejo premente de algo que se quer obter e recorre-se a métodos menos ortodoxos para o fazer, desarmando quem nos rodeia e no mínimo chamando a atenção a todos para os nossos problemas.
Mas nem todos nos esquecemos de como se faz uma boa birra e ainda hoje as vemos acontecer nas empresas.
Birras más
Infelizmente ainda vemos muitas equipas com alguns elementos birrentos e que muitas vezes aproveitam as piores alturas para fazer as cenas, nomeadamente quando a equipa está toda reunida em reunião e é necessário discutir assuntos sérios da empresa. Não é, de facto, a altura certa para pedir um novo telemóvel porque saiu um modelo mais recente!
E situações destas acontecem! Ou porque existe uma grande necessidade de protagonismo ou porque as pessoas querem uns momentos de atenção.
Nesses casos, o importante é cortar de imediato a birra com o argumento de que o tema é importante, mas não naquele contexto, e marcar de imediato um tempo para discutir em privado esse assunto.
É importante estar aberto a estas situações de desconforto na equipa e perceber o que está por trás de cada uma delas. Esteja atento aos elementos da equipa mais birrentos e sempre que possível prepare os temas das reuniões com antecedência, pedindo-lhes a opinião. Deste modo não será apanhado desprevenido e, acima de tudo, a birra não irá saber tão bem nem ter tanto sentido.
Se não tiver oportunidade de divulgar os tópicos da reunião ou do que seja que tem de comunicar, faça uma lista das possíveis objeções que os colaboradores mais birrentos poderão levantar e vá preparando as suas respostas e reações a essas situações.
Se o caso for já recorrente e, depois de escalpelizados os motivos, estivermos perante uma birra sem sentido, esqueça, não ligue. Os outros membros da equipa farão o mesmo.
Birras boas
Por vezes é a melhor maneira de chamar a atenção para algo que necessita mesmo de intervenção. Há boas birras, como sejam a necessidade de ter um espaço de trabalho condigno, de ter uma dinâmica de empresa interessante, de conseguir mais clientes, de lutar por mais potenciais contactos, de ter condições de trabalho em termos de motivação, de não aceitar injustiças sejam de que ordem for.
Se lhe estiver a apetecer fazer uma boa birra, decida o tópico ou assunto pelo qual se vai bater até ao fim, escolha a ocasião mais adequada e dê largas à sua expansividade. Não se esqueça de que tem hipótese de ganhar uma boa birra se tiver argumentos válidos e sólidos!
Se estiver a ser alvo de uma birra das boas… então não se aflija. Aplique o que chamamos o “conflito desapaixonado” e oiça o que está a ser dito. Oiça e discuta com argumentos lógicos e não emocionais. Mesmo que alguém não goste das nossas ideias não significa que não gosta de nós e podemos discordar uns dos outros e, ainda assim, sermos bons colegas de trabalho.
As birras boas são muitas vezes os melhores momentos de brainstorming nas empresas, pois todos os argumentos são colocados em cima da mesa, sem censura e sem receios.
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