Durante 2010 a CRISE foi uma excelente desculpa ou motivo para justificar muita coisa. O porquê de não conseguirmos mais clientes, a dificuldade em obter os pagamentos, o facto de certos sectores estarem parados ou quase em ruptura, a falta de qualidade de mão-de-obra, entre outras coisas.
Não pretendemos negar que a crise existiu e que provavelmente a nossa sociedade e vivência económica e social nunca mais será a mesma. Mas também permitiu algumas desculpas para a inércia, o receio de arriscar a que assistimos nas empresas.
E agora em 2011?
Será que se avizinham aqui em Portugal os sinais de retoma económica de que tantos falam? E o que vai fazer se afinal a crise continuar?
Aprendemos imenso ao longo destes 12 meses com as empresas com quem trabalhámos, com quem trocámos ideias e com outras que se tornaram parceiras. Acompanhámos equipas que quiseram tomar nas suas próprias mãos o destino da empresa sem ligar ao que se dizia fora relativamente à crise e às condições pouco propícias a investimentos ou a inovação.
E o que pode fazer a diferença em 2011?
Pense no que tem e agradeça!
Normalmente as pessoas pensam e queixam-se mais do que não têm e esquecem-se do que têm. Já pensou bem? Temos saúde, emprego, ganhamos um ordenado, temos família, amigos, boa disposição, uma casa, um carro, podemos gozar férias, o nosso país tem um clima excelente e fazemos praia no verão, não há nada como a nossa gastronomia, somos capazes de inovar em pequenas coisas, mesmo sem ganhar prémios ou aparecer nas notícias… são tantas as coisas que temos e que esquecemos constantemente.
Passe do plano à acção
Cruzamo-nos com muitos líderes que têm ideias absolutamente fantásticas e que depois, por várias razões, não passam do papel. Existem empresas com um planeamento estratégico absolutamente incrível, com recursos humanos e de investimento, mas que têm dificuldade em passar à acção e implementar ou operacionalizar o que criaram. As razões desse facto são muito diferentes.
Nuns casos é o puro receio de que algo corra mal, que a ideia não seja bem aceite pelo mercado, quer pelos clientes, quer pelos pares. Noutros é a falta de um cronograma de implementação. As ideias existem, mas não são definidos prazos para que sejam implementadas. Existe por vezes um excesso de acções na ânsia de inovar e trazer algo diferente, e com tantos projectos em mão acaba-se por perder o focus e muitos não passam da gaveta. Existem ainda outros impedimentos, como recursos financeiros, oscilações de mercado, falta de apoio por parte da equipa ou medo de falhar.
Para a próxima vez que estiver a rever o seu plano de estratégia, faça um cronograma associado, divida cada grande acção em outras mais pequenas e defina uma data limite de concretização de cada acção.
Crie parceiros
E não estamos a falar do conhecido win-win em que só um ganha! As verdadeiras parcerias podem revelar-se as maiores ferramentas de alavancagem existentes. É fundamental escolhê-las correctamente e fazer com que correspondam a um certo número de critérios:
* Empresas com os mesmos padrões éticos e morais da sua
* Empresas que tenham produtos/serviços que complementem o seu na perfeição
* Empresas com equipas motivadas e que vejam as parcerias como hipóteses de crescimento e não como concorrência
Faça trocas
Já pensou na hipótese de trocar produtos ou serviços da sua empresa por outros de outra? E porque não? Recorrendo a troca de serviços criamos laços de confiança entre empresas e equipas no sentido de todos ficarem com o que pretendem sem terem de investir financeiramente. Também tem as suas regras de jogo em termos de condições e de valorização das trocas, para que ninguém se sinta lesado, mas, se pensar um pouco, vê que são imensas as combinações possíveis.
Não deixe que 2011 seja igual a 2010, porque está nas suas mãos que isso não aconteça e não tem de culpar absolutamente ninguém.
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