Uma vez num livro li uma história fantástica sobre a crise, e não resisto a resumi-la neste artigo. É mais ou menos o seguinte: um casal que vivia no interior fazia uns fantásticos pastéis de carne. Eram de tal modo saborosos, que a sua fama se foi espalhando por toda a região e em breve eles faziam pastéis para fora, tinham encomendas de todo o lado.
Com as encomendas veio mais dinheiro e mais trabalho e o casal começou a pensar que o ideal era investir em mais material, em aumentar a cozinha e em fazer alguma publicidade dos seus maravilhosos pastéis.
O filho deles estudava na capital e, numa das idas a casa, o pai explica-lhe entusiasmado os planos fantásticos que tinha. O filho diz-lhe para desistir! Que é uma loucura investir numa altura em que a crise é tão grande e que estão aí grandes dificuldades. O pai, assustado com a crise, resolve fazer pastéis com farinha e carne de qualidade inferior, pois a crise vinha aí.
Os pastéis deixam de ter o sabor e a frescura que tinham e deixam de ser tão deliciosos. E, com isso, as encomendas diminuem e ao fim de algum tempo os clientes deixam de aparecer.
Posto isto, o casal discute que fez muito bem em dar ouvidos ao filho, pois a crise estava de facto aí e tinha-se instalado!
Será que temos responsabilidade no alimentar desta crise? E até que ponto a crise não se torna uma excelente desculpa para não sermos melhores?
O que me custa mais ouvir quando começamos a trabalhar com certas empresas é a frase “estamos mal, mas há outros bem piores…”. Até que ponto nos nivelamos por baixo e não por cima? Quais os standards da sua equipa?
Standards Elevados
Que um ano de crise não seja desculpa para não manterem os vossos standards de qualidade elevados.
Quando as dificuldades ameaçam aparecer, há a tendência para baixar drasticamente os objectivos da empresa. Mas sugerimos outro tipo de acção:
– Motive a sua equipa e partilhe com todos o verdadeiro “estado da nação” sem exageros, quer no que diz respeito aos aspectos positivos, quer no que diz respeito aos aspectos negativos, e trace em linhas gerais como vai ser o ano de 2012, ou seja, as “mega metas”;
– Mantenha os indicadores de medição. Há sempre a ideia de que com as coisas a “rebentar” o que menos necessitamos é de perder tempo com medição. Nós somos apologistas do inverso. Por estarmos num contexto mais desafiante, precisamos mais do que nunca de ter e de medir os indicadores fundamentais do negócio;
– Reveja os objectivos com maior frequência. Se antes fazia medições trimestrais, passe a mensais e em alguns casos semanais. Assim, estará sempre mais focado e em dia com o que se está a passar na empresa;
– Mantenha algumas das rotinas que se estabeleceram ao longo dos anos. Há sítios mais importantes onde pode economizar, mas procure manter os convívios e reuniões de equipa, se possível as acções de team building. Existem várias maneiras de se realizarem acções de equipa sem custos elevados. Inove, crie momentos divertidos, experimente e peça-lhes ajuda.
As equipas precisam mais do que nunca de manter a coesão, e estes momentos são fundamentais para que tal aconteça.
Aposte
Temos dito ao longo deste ano que o mercado está a fazer selecção natural: os mais aptos sobrevivem, não necessariamente os maiores!
Mantenha a sua equipa apta para o futuro que a espera:
– Formação, muito importante, e que seja diferenciadora. Seja qual for a posição na empresa, faça a todos uma consulta das necessidades de formação, e procure criar momentos para que a mesma aconteça. Pode ser interna, feita por colegas, pode ser externa, com mais ou menos investimento. Garanta que os conteúdos vão de facto ao encontro das necessidades dos colaboradores;
– Inove, aposte em novas maneiras de se fazer o mesmo, crie serviços paralelos ou produtos que possam ser apresentados ao mercado de forma diferente;
– Conheça bem a concorrência. Como dizia Sun Tzu, vigie os seus amigos e tenha-os por perto, e os inimigos ainda mais perto!
Este ano que se aproxima queremos continuar a apoiar as empresas, para que acreditem que é possível vencer, que estão muitas vezes sentadas em “potes de ouro” por descobrir e que os impossíveis são possíveis que demoram um pouco mais a acontecer.
Ajude-nos a melhorar! Deixe-nos por favor o seu contributo para o tema.