Troika, FMI, novos Planos de Resgate da UE, ajuda financeira a Portugal, pacotes de austeridade, empréstimos, dossiês e mais dossiês…
E, no meio disto tudo, quem o ajuda a resgatar o seu negócio?!
Quando Resgatar é palavra de ordem…
Recuperar ou salvar o negócio é um dos maiores desafios com que muitas empresas se debatem actualmente.
Muitas vezes deixamos a acuidade da situação protelar-se e, quando actuamos, só conseguimos conceber um modelo de recuperação que passe por financiamento junto das instituições financeiras ou injecção de capital pelos sócios.
Naturalmente que existem também uma série de possibilidades de financiamento, quer numa óptica de subvenção económica – como o QREN, o PRODER e o PROMAR, quer numa vertente de benefícios fiscais, como o SifIDe.
Mas as empresas têm que estar preparadas para identificar estas oportunidades, para respeitar os critérios de elegibilidade destes apoios e aguardar durante o tempo que medeia a candidatura e a aprovação.
Curiosamente, sabemos que muita gente desiste de procurar estes Apoios antes de começar, só porque lhes falam num tremendo processo burocrático. E se for mesmo preciso, vai desistir?!
Agora, nem sempre estamos perante situações em que nos possamos candidatar a este tipo de programas de Financiamento, de I&D Tecnológico, de Inovação na Produção ou Qualificação e Internacionalização de Empresas…
E o que está nas nossas mãos fazer?
Que estratégias, que meios é que temos ao nosso alcance para não ficar, mais uma vez, pelo plano? Como é que podemos motivar e envolver as nossas pessoas?
Onde é que já cortámos, onde é que ainda podemos cortar? E, sobretudo, onde é que não podemos cortar de todo?
Qual é o Plano Comercial que vamos operacionalizar? Quais são as novas estratégias comerciais que vamos implementar para enfrentar os desafios que vivemos? Como articulamos novos clientes e clientes actuais?
Plano de Resgate Empresarial
Vamos a isso?
Mas depois nada de o arquivar ao lado da pasta do Planeamento Estratégico e do Plano de Marketing!
Não chame tudo a si, não desespere por não saber como vai realinhar a sua empresa. Envolva os elementos chave da Equipa, os responsáveis dos diversos departamentos, promova um workshop interno e desafie a equipa a criar
um Plano de Resgate do vosso negócio.
Se a equipa nuclear não for envolvida, talvez vá continuar a lutar sozinho pelos resultados…
Por onde começar? Pelo princípio, por avaliar o que fizemos bem e o que fizemos mal. Onde é que falhámos, o que não está a correr bem, sabemos?!
Não se sinta tentado a ir directamente mudar o plano operacional, construir um novo plano de acção comercial na hora ou congelar o plano de marketing porque não há budget.
Retome a análise SWOT, veja o que mudou em termos de contexto, se existe alguma oportunidade emergente, veja se surgiram novas debilidades e que forças a empresa desenvolveu entretanto. Avalie a pertinência das directrizes anteriormente pensadas, da necessidade de abandonar algumas estratégias e encetar outras, mas desta feita com uma abordagem muito pragmática.
Em quanto tempo é que precisa de resultados? Então, que pelo menos algumas das estratégias que vamos agora operacionalizar permitam colher esses resultados no curto prazo, em 3 ou 6 meses…
Planear, estabelecer as metas, envolver as pessoas, é o início do caminho… Mas temos que fechar o ciclo para aferir permanentemente o resultado da componente operacional.
Não podemos melhorar ou corrigir o que não medimos, pelo que é determinante termos os indicadores de negócio que nos permitam medir a performance da nossa actividade.
E o segredo é este: operacionalizar, medir, corrigir. Acção e mais acção… e comunicar o mais possível!
Peguemos nas diversas perspectivas do negócio, que seguramente sustentam a visão e a estratégia da sua empresa:
– Perspectiva Cliente – como é que os nossos clientes nos vêem?
– Perspectiva Processos Internos – como entregamos, como caminhamos para a excelência?
– Perspectiva Financeira – que resultados / retorno estamos a ter?
– Perspectiva Aprendizagem e Crescimento – como podemos melhorar, evoluir e criar mais valor?
Responder aos desafios colocados por estas questões permite ajustar continuadamente a estratégia e realinhar a “rota” sempre que necessário.
Se para cada uma destas vertentes definirmos os indicadores/as métricas relevantes, vamos poder controlar, comunicar e partilhar o sucesso e o insucesso das nossas acções. E o que não correr tão bem, saberemos corrigir em tempo útil.
Resgatar não tem que ser necessariamente mau… traz-nos de volta a focalização que às vezes perdemos e traz-nos sobretudo o sentido de urgência para fazer acontecer os números de que tanto precisamos.
É que mais vale resgatar já do que ter que pedir socorro depois!
Ajude-nos a melhorar! Deixe-nos por favor o seu contributo para o tema.