Uma das principais razões por que nos chamam para trabalhar dentro das empresas é porque enfrentam desafios com o crescimento. Ou porque querem crescer mais e não conseguem, ou porque cresceram demasiado rápido e enfrentam desafios complicados.
É normal que durante uma crise tenhamos várias empresas a fechar e que depois da crise voltem a ser criadas muitas novas empresas. Schumpeter refere-se a este fenómeno (na década de 40 do século passado) como destruição criativa, quando alterações provocadas numa economia de mercado provocam a destruição de empresas velhas e antigos modelos de negócio.
Segundo Schumpeter, as inovações dos empresários são a força motriz do crescimento económico sustentado. Assim, a destruição de empresas obsoletas dará origem a novas empresas criadas por empresários inovadores que estarão na base do crescimento económico.
Nos últimos anos foram criadas milhares de novas empresas tirando partido das condições favoráveis da economia, e muitas delas tiveram um crescimento rápido e acentuado. Porém, depois da euforia pós-crise, sentem-se estagnadas, apesar de, em alguns casos, apenas terem reduzido o ritmo do crescimento.
Gosto sempre de fazer uma analogia com os bons e maus anos agrícolas, podemos ter bons anos que nos trazem boas colheitas e maus anos que nos fazem passar fome. No entanto, independentemente da rentabilidade agrícola do ano, temos sempre as 4 estações que se devem suceder para conseguir chegar ao momento da colheita.
Portanto, quando nos perguntam como podemos fazer uma empresa crescer, a resposta é sempre planeamento, execução e tempo… o tempo necessário para que as coisas aconteçam.
Podemos ajudar a escolher as melhores sementes, podemos ajudar a escolher as melhores técnicas ou utensílios, podemos ajudar a encontrar novos parceiros de negócio que ajudem na colheita e escoamento dos produtos, mas não podemos acelerar o tempo.
No meu Alentejo sempre me ensinaram a cultivar a paciência, mas nos dias que correm poucos são os que conseguem ter paciência para fazer as melhores escolhas possíveis e aguardar a passagem das estações até ver os frutos. Queremos resultados imediatos, retornos de investimento mais rápidos e garantidos.
É claro que existem negócios com crescimento mais rápido que outros, podemos ter estufas, culturas intensivas ou extensivas, com investimentos e retornos diferenciados. Mas mesmo quando trabalhamos em estufas, ainda que possamos controlar alguns factores para obter resultados mais rápidos, temos de provocar na planta a sensação de que passaram as 4 estações e que está na altura de dar fruto.
O resultado do crescimento rápido é que saltamos algumas estações do ano para conseguir colheitas mais cedo. Numa empresa isso cria desafios complexos do ponto de vista de crescimento organizacional, encurtando, por um lado, os processos de recrutamento, selecção e formação das equipas, e, por outro, a sistematização dos processos de produção e/ou comercialização dos bens ou serviços das empresas.
O que muitas vezes sucede é que nos contratam para ajudar a escolher o melhor adubo para o crescimento da empresa e no fim do processo de destruição criativa obtemos uma solução alternativa que passa pela produção de melanás (um melão com sabor ananás), que será o motor de crescimento da empresa.
Mas por muito inovadora que seja a solução, terá de aguardar pacientemente a passagem das 4 estações do ano para poder observar os resultados da colheita.
Ajude-nos a melhorar! Deixe-nos por favor o seu contributo para o tema.