Sempre que trabalhamos com as empresas o seu break-even, ou ponto de equilíbrio, surge alguma controvérsia sobre a diferença entre custo fixo e custo variável.
Para calcular o break-even é necessário saber quais os custos fixos, quais os custos variáveis e qual o preço de venda dos produtos ou serviços da empresa. Com base nestes três valores, conseguimos saber quantas unidades (de bens ou serviços) a empresa tem de vender para conseguir igualar os seus custos e atingir um ponto de equilíbrio (custos=proveitos).
O desafio que se coloca aos empresários é identificar quais dos seus custos são fixos e quais são variáveis.
Não parece ser um grande problema conseguir fazer a separação dos custos fixos e variáveis, mas por vezes existem vícios de raciocínio que geram alguma confusão.
Em primeiro lugar, temos de ter em conta que os custos fixos e variáveis não são os mesmos para todas as empresas, isto é, um custo fixo para uma empresa pode ser variável para outra. Normalmente conseguimos padrões semelhantes consoante os sectores de actividade, mas ainda assim podem variar.
Se eu tiver uma empresa de construção civil e tiver um pintor no meu quadro de pessoal, esse será um custo fixo. Se não tiver um pintor e contratar um em regime de prestação de serviços para obras em que necessite de pinturas, então será um custo variável.
Um dos exemplos que costuma gerar mais polémica quando discutimos este tema dentro das empresas é o da factura da electricidade.
Sabemos que a factura da electricidade das empresas, como a das nossas casas, varia de mês para mês, consoante os consumos. Seguindo um raciocínio lógico, se se altera todos os meses, será um custo variável.
No entanto, dependendo do tipo de empresa, poderá ser um custo fixo ou variável.
No caso duma indústria em que a electricidade seja necessária para fazer trabalhar os equipamentos de produção, quanto mais se produzir, mais horas vão trabalhar os equipamentos e maior será a minha factura de electricidade no fim do mês. Se tiver poucas encomendas e reduzir a produção, então vou ter um valor de electricidade mais reduzido no fim do mês. Neste caso a electricidade é um custo variável.
No caso de uma empresa de prestação de serviços ou de um comércio, não acontece o mesmo. Se eu tiver uma loja de roupa aberta das 9h às 19h durante 5 dias por semana, vou ter sempre 10 horas de consumo diário de energia (iluminação, ar condicionado, computador, etc.), quer me comprem alguma coisa ou não. O custo (maior ou menor, consoante o consumo) será sempre fixo, uma vez que não depende das unidades vendidas.
Ainda que possam variar de negócio para negócio, podemos considerar que os custos fixos são aqueles que não são afectados pelas variações que ocorrem na produção da empresa (rendas, seguros, etc.) e que os custos variáveis são os que dependem do nível de produção (matéria prima, mercadorias, etc.).
A melhor forma de identificar na sua empresa os custos fixos é pensar nos custos que teria de suportar durante um mês se estivesse sem vender nada.
Todos os custos que apenas surgem com a venda de um bem ou serviço devem ser considerados variáveis.
Se conseguirmos identificar correctamente os custos fixos e os custos variáveis da empresa, podemos realizar várias análises e optimizar a estrutura de custos da empresa.
E na sua empresa, consegue identificar os custos variáveis? Sabe qual o seu ponto de equilíbrio?
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