Atração e retenção de talentos, Big Data, Machine learning, Recrutamento 4.0, Employer branding, Multiplicidade geracional, Compensação e benefícios, entre tantas outras…
Damos-lhe as Boas-vindas ao carrocel de buzzwords que a Gestão de Pessoas hoje enfrenta nas nossas empresas!
Parece que a Liderança continua a ser uma arte que tem que ser conquistada…
Será o líder adaptativo e facilitador aquele que maior probabilidade tem de vingar?
E como é que os mitos da Liderança convivem com esta nova realidade?
#1. O Líder não trabalha…
Então?!
Só se for no primeiro dia, até se refazer do susto que o desafio impõe…
Poderá efetivamente não trabalhar mais, mas terá seguramente que trabalhar melhor! E isso passa por aplicar um conjunto de técnicas de planeamento e gestão de prioridades eficazes, por saber o que delegar, quando e em quem, e por controlar ou dar feedback, se quer acompanhar de perto os vários projetos em curso.
E estou a lembrar-me dos líderes empreendedores, que devem estar a sorrir para este mito.
Muitos empreendedores mudaram o seu percurso profissional para terem uma vida mais descansada, mas que falácia tão grande!!
Não conheço ninguém bem-sucedido que não trabalhe… as ideias dão trabalho, comunicar eficazmente requer investimento nas Pessoas, fazer acontecer o que é suposto dá mesmo muito que fazer.
Não basta sonhar ou visualizar o objetivo… há que permanentemente construir a Equipa certa, numa altura em que recrutar é simultaneamente tão fácil (pelas redes sociais e pelo próprio mercado que está a mexer significativamente) e caricatamente tão desafiante (porque falamos de millenials e estamos permanentemente a procurar encontrar uma agulha num palheiro) e em que os talentos são tão essenciais às organizações.
Se queremos ser uma empresa de excelência, com a noção que a excelência é mutável, se redefinimos objetivos mais ambiciosos quando atingimos o último patamar a que nos propusemos, as equipas nunca estão prontas nem completas, as motivações não permanecem sempre TOP e as competências têm sistematicamente que evoluir.
O líder trabalha e muito, e deverá fazê-lo para além do plano operacional, de outra forma estará a comprometer o futuro!
Como afirmou Colin Powel, “Não há segredos para o sucesso. Este resulta de preparação, trabalho árduo e aprender com os erros que cometemos.”
#2. O Líder tem as respostas todas
Era bom! Ou talvez não…
Não há um bom líder que não falhe ou que não reconheça melhores competências nos outros, nem que ache que chega mais longe sozinho… quem o é conhece claramente as suas lacunas e limitações.
Vivemos um período com uma multiplicidade geracional inquestionável, em que tudo é conhecimento e em que as respostas parecem estar em todo o lado, em que é impossível acomodar-se, não evoluir e não aprender. O líder não pode exigir transformação e mudança se não for o primeiro a ser flexível e a ter capacidade de se adaptar.
É óbvio que não vamos dizer que o líder não precisa de ter respostas…
Mas nenhum líder de mão-cheia pretende ter uma equipa de seguidores para o escutar!
Um líder quer criar novos líderes, está determinado a fazer crescer a sua Equipa.
Inspirará muito mais se escutar e questionar, se proporcionar Coaching, e mostrará melhor o caminho se tiver a capacidade de ajudar a encontrar as respostas!
#3. O Líder nasce
Claro que não!
Parece que não há nenhum par de cromossomas que dite a carga genética da Liderança…
Naturalmente que há muitas pessoas a quem reconhecemos competências fortes de Liderança, da humildade à visão de negócio, da capacidade de comunicação à apetência para a “negociação” com os pares e com os seus colaboradores, da sensatez ao carisma, da resiliência à paixão pelas Pessoas.
Mas não existem duas Equipas ou dois contextos iguais… e as estratégias que são eficazes num momento, quando sistematicamente repetidas, podem não o ser noutro!
Efetivamente, um líder faz-se!
Faz-se de objetivos e de experimentar novas estratégias, faz-se de erros e de aprendizagens, faz-se de acreditar nas pessoas e investir nelas, faz-se de correr bem e menos bem, faz-se de gargalhadas e de angústias, como qualquer outro desafio.
É que a Liderança não tem certificado de garantia! Podemos fazer tudo certo e ainda assim correr mal… porque falamos de gerir a motivação dos outros e de influenciar as suas atitudes.
Uma coisa é certa, não há boas equipas sem uma liderança eficaz, e quem está à frente do processo deve fazer um esforço diário por tornar-se no melhor líder que a sua equipa poderia ter.
Mitos à parte, haverá missão mais desafiante?!
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