A Confiança é necessária à credibilidade de qualquer economia, organização ou relação humana.
As organizações onde a confiança é baixa tendem a ser burocráticas e, como se diz na gíria, cheias de “politiquices”. Ao invés, nas empresas em que a confiança é elevada, os ambientes são colaborativos, criativos e de inovação.
Porque é que a confiança é importante?
Numa altura em que se fala muito em “empowerment” nas empresas, o carácter e a competência dos colaboradores são determinantes para fazer acontecer mais rápido e a menor custo. A confiança surge como um catalisador de sucessos, constituindo a ponte entre as expectativas e a performance, entre o investimento e os resultados.
Ao nível das atividades do dia a dia, a confiança e motivação dos elementos da equipa manifestam-se na linguagem corporal, na postura, no discurso, na energia…
A confiança modela muito o retorno das situações e ajuda-nos a estar em controlo das mesmas, sendo tão mais crítica quanto maior for o desafio que se coloca à empresa: o desenvolvimento de novo negócio, a negociação de uma proposta, a assinatura de um contrato chave, a aprovação de um novo projeto.
Como atuar para desenvolver confiança?
Quando alguém nos desafia a atingir algo de que nos julgamos inicialmente incapazes, e o conseguimos fazer, a sensação de bem-estar com nós próprios é fantástica. Um dos papéis fundamentais do líder é, efetivamente, motivar toda a equipa e criar um contexto generalizado de confiança no sentido das vitórias.
Vencer produz confiança a 4 níveis:
- Autoconfiança, gerando um clima emocional de alta expectativa
- Confiança nos outros, reforçando comportamentos positivos e orientados à equipa
- Confiança no sistema, contribuindo para o reforço do compromisso, da colaboração e inovação na estrutura organizacional
- Confiança externa, ao nível da atração de talentos e investimentos
Em cada nível, a confiança emocional, comportamental e do contexto alimentam a sede de outras vitórias, melhorando a produtividade e o desempenho individual e de grupo.
Não nos podemos esquecer que a confiança é conquistada pelas ações e exemplo da Gestão de Topo ou das
Chefias Intermédias na condução do trabalho diário da Organização, como sejam:
- articular visão, valores e estratégias
- desenvolver processos, rotinas e estruturas
- definir objetivos conjuntos e métricas de sucesso coletivas
- liderar no plural – surgir em pares, ou outros grupos, operando como unidade
- encontrar as melhores pessoas e colocá-las nas melhores funções
- antecipar a comunicação de expectativas
- tornar a informação transparente e acessível
- encorajar o trabalho colaborativo
- reforçar o respeito e a inclusão
- partilhar e celebrar os sucessos
A viabilização de um clima emocional positivo que inspire e motive as pessoas e favoreça a confiança pode e deve estar assente em estruturas formais de comunicação interna (como sejam newsletters, sessões de brainstorming, atividades de team-building, programas de coaching ou mentoring, sistemas de avaliação de desempenho) e em pequenos contactos com cada elemento da equipa (pequenos-almoços, conversas informais, criar oportunidades para conhecer os hobbies e interesses pessoais de cada um).
Da nossa experiência enquanto Coaches, é aqui que muitos dos sistemas das empresas falham. As estruturas estão lá, mas a comunicação não é nem efetiva nem consistente, e os pequenos contactos individuais com a equipa ocorrem por e-mail ou nem chegam a sair do plano de intenções. A emoção esbate-se, a motivação desce e a confiança perde-se…
E quando a confiança se perde, o que fazer?
A confiança não é uma constante, constrói-se através do relacionamento. Em situações de rutura ou perda de confiança da equipa, há que retomá-la através do evidenciar de comportamentos congruentes, os mesmos que permitiram fazê-la nascer:
- Saber ouvir e demonstrar respeito
- Criar transparência e falar abertamente
- Usar as palavras certas e mostrar lealdade
- Enfrentar a realidade e clarificar expectativas
- Responsabilizar e honrar compromissos
Numa escala de urgências, comunicar e motivar a equipa nunca estará entre as iniciativas prioritárias. O facto é que, se tal não acontecer, a fatura poderá ser demasiado elevada!
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