O que pensa ser mais importante? Saber SER ou Saber FAZER? E se puder ser um “e” em vez de um “ou”?
Confesso que no dia a dia das equipas é algo que nos questionamos frequentemente. Seja em processos de recrutamento, seja na implementação de indicadores de desempenho, na reavaliação das funções e tarefas das equipas, ficamos perante estas questões, qual o mais importante, saber SER ou saber FAZER.
Antes de mais, acredito na fórmula SER x FAZER = TER, ou seja, para termos mais sucesso, mais clientes, melhores negociações, melhores equipas, teremos de aliar o saber SER com o saber FAZER e acima de tudo querer FAZER.
Saber FAZER
Começando com o saber FAZER, as competências técnicas não podem ser de todo esquecidas. São estas que preparam a pessoa para o seu lugar numa empresa. A experiência que têm em determinada função, o percurso académico e profissional, os outros interesses extracurriculares ou atividades desempenhadas dentro e fora do contexto profissional.
Se estivermos a pensar em recrutamento, a experiência conseguida para determinada função é importante e valorizada. Dentro das empresas, quando há possibilidade de progredir na carreira, as competências técnicas são de valorizar e sem dúvida pesam na decisão.
No entanto, o saber FAZER pode ser trabalhado. As competências de venda, liderança, gestão de equipas, coaching entre outras, podem ser ensinadas, treinadas e trabalhadas pelos colaboradores.
Saber SER
Sem dúvida que trabalhar no SER também é possível, mas é muito mais difícil. As competências técnicas são sempre mais fáceis de aprender.
Mas o SER pode e deve ser moldado ao longo do tempo. E uma das melhores formas de trabalhar estas competências é trabalhar a Inteligência Emocional. Não tem nada a ver com o coeficiente de inteligência, tem a ver com a forma como identificamos e gerimos sentimentos e emoções em nós e nos outros.
É trabalhar no SER de forma sistemática, identificando um conjunto de competências pessoais e no relacionamento com os outros, tais como capacidade de autoconhecimento, autocontrolo, relacionamento com os outros e geração de empatia.
A capacidade de nos conhecermos, de compreendermos as próprias emoções e os seus efeitos, de identificar o que estamos a sentir e porquê e estabelecer uma relação entre o que pensamos e o que dizemos ou fazemos. Saber o que nos move e motiva, o que nos retira energia pode ser trabalhado através da observação do impacto das nossas ações noutros, qual a “onda de choque” que criamos e de que forma podemos aproveitar o feedback que nos é dado.
O autocontrolo é mais do que resistir a um comportamento explosivo e problemático. Podemos sempre transformar impulsos destrutivos em energia positiva e em situações de pressão manter o foco, pensar e agir com clareza. A capacidade de nos autocontrolarmos, de conseguir parar, pensar, respirar antes de agir, promove um bom ambiente e colaboração entre todos.
No relacionamento com os outros, temos a ganhar se garantirmos uma comunicação clara e gestão eficaz de conflitos, ter a capacidade de utilizar o conhecimento das nossas emoções e dos outros por forma a gerir interações de forma eficaz e fazer por conseguir o melhor de cada interação, para criar ambientes mais motivadores e harmoniosos.
E por fim, a capacidade de gerar empatia, que nos permite chegar ao outro como ele prefere, poder contribuir para um clima positivo e saudável dando a cada um o tempo que ele precisa.
Todas estas formas de saber SER podem e devem ser trabalhadas de forma individual e em conjunto com outros elementos da equipa. Crescer pessoalmente pode impactar as estruturas mais que outras competências, quer na relação com os outros, quer na criação de uma cultura de empresa, na melhoria da motivação da equipa entre outras.Por essa razão investir no saber fazer é importante, mas o saber ser deve ser constantemente trabalhado por parte de todos na estrutura para conseguirmos o melhor TER em termos pessoais e profissionais.
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