Como vendedor, uma das coisas que me tem preocupado ao longo dos tempos tem sido a minha capacidade de evolução profissional e pessoal.
Nos primeiros anos da minha vida confesso que a preocupação era muito mais profissional, técnica, se lhe quiserem chamar, hoje em dia, quando procuro distinguir, acho que já me é impossível.
“Mas impossível porquê?”, poderão pensar.
Impossível porque a minha busca de conhecimento assenta em vários vectores, o técnico, o pessoal, o espiritual e, na maior parte dos casos, estão de tal maneira interligados que muitas vezes o curso ou formação que vou fazer é inicialmente de âmbito profissional, mas o que de lá trago toca em muito as outras vertentes que referi.
Penso que tal é resultado de hoje em dia uma das minhas principais preocupações ser a de ser congruente.
Congruente, mas o que é ser congruente?
No meu caso específico é ter um alinhamento total entre todos os aspectos da minha vida pessoal, profissional, espiritual, etc.
Será que é fácil?
Claro que não, mas quando nos habituamos a desenhar uma linha no chão e a cumprir com aquilo que definimos como linhas orientadoras da nossa vida, o processo torna-se mais complicado, mas ao mesmo tempo mais simples.
Daí que muitas vezes os âmbitos do que faço comecem a ser indistinguíveis. Nem sempre o vejo na primeira instância. Muitas vezes só mais tarde, quando olho para os acontecimentos que me levaram aquele ponto, é que dou conta. Quase como uma criança a ligar os pontos de uma qualquer paciência que estava tão na moda quando éramos mais novos.
Em todo este processo de evolução como líder, como vendedor, como marido, como amigo, como formador, e todos os outros papéis que tenho tido na minha vida ao longo dos tempos, existiu sempre uma preocupação.
Não deixar que o vaso me impedisse de crescer.
Pense numa planta, normalmente o tamanho que ela pode atingir está em muito limitado ao tamanho do vaso onde ela está plantada.
Tirando algumas excepções, a quantidade de terra que ela tem permite-lhe crescer até um determinado ponto, mas quando o rácio de terra versus planta começa a ser desequilibrado ela pára normalmente de crescer.
Muitas vezes chegando até a começar a definhar e a morrer.
Noutras, quando se trata de plantas mais fortes, rebentam com o vaso e começam a lançar raízes para fora do mesmo.
Na nossa vida, muitas das nossas experiências capacitadoras de evolução estão em muito limitadas pelo vaso que está à nossa volta.
Seja na organização onde trabalho, seja no meu desenvolvimento pessoal, seja como líder. O vaso dá-nos muitas vezes protecção, mas ao mesmo tempo não nos deixa ir além de um determinado ponto.
Para darmos o salto para o próximo nível, há que sair em primeiro lugar do vaso onde estamos tão confortáveis, onde já tudo conhecemos e onde sabemos lidar com aquilo que neste ambiente habitualmente acontece.
Se perguntarem porque é que eu tive uma carreira com tantas evoluções e experiências para hoje estar onde estou, terei obrigatoriamente de vos falar na quantidade de vasos que quebrei durante o meu processo de crescimento e evolução.
Se me recordar de todas as experiências profissionais que tive, sempre que como vendedor, me sentia a “patinar”, ou seja, quando tudo se começava a tornar mais confortável, mas ao mesmo tempo “muito” aborrecido, rapidamente me punha ao caminho e procurava novas paisagens em termos de trabalho e outro tipo de desafios.
Se olhar para as experiências a que me exponho hoje em dia em termos de formação ou do trabalho que faço em termos de coaching, também aí acontece o mesmo. Procuro sempre coisas diferentes em termos de aprendizagem. Acima de tudo, experiências que me façam desafiar os limites e expandir constantemente as minhas zonas de conforto ou, se preferirem, o tamanho do meu vaso.
Esta semana pare um pouco para pensar:
“Será que o tamanho do vaso onde estou plantado já está a ficar apertado?”
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