Hoje gostava de me focar um pouco sobre um tema que é fundamental no nosso desempenho como vendedores, líderes, pessoas… o compromisso!
Quando fazemos formação de Coaching, uma das coisas que é obrigatória, pelo menos nos programas certificados pelo ICF, é que sejamos alvo, como coachee, de um processo de coaching.
No nosso entender faz todo o sentido. Se não experimentarmos o processo em condições reais, como é que vamos poder ser bons coaches?
Numa das sessões de coaching das quais fui alvo trabalhámos algumas questões que me fizeram pensar. Tratava-se de questões que interligavam um aspecto profissional com um aspecto pessoal meu.
Depois de explorarmos o tema, a pessoa que me estava a fazer coaching colocou-me esta pergunta:
“Com o que é que está comprometido?”
Confesso que a pergunta me abanou de alto a baixo. Nunca tinha pensado na questão desta forma.
O meu compromisso sempre tinha sido de algum modo com algo externo.
Com um cliente com quem me comprometo a dar 110% nos processos de formação ou executive coaching, com a minha família, com os meus colegas na Ideias e Desafios, mesmo as minhas metas mais ambiciosas tinham um padrão de compromisso externo e não interno.
Não que tenha algum mal, acho que estas coisas não se podem analisar como mal ou bem, mas como funcionam ou não funcionam, e quando muito testamos se são ecológicas ou não ecológicas para a pessoa.
Por ecológicas entenda-se que respeitam a integridade da pessoa em todos os seus aspectos, físico, emocional, relacional, etc.
Mas ao pensarmos nisto a questão que se coloca faz sentido.
Com que é que, de facto, estamos comprometidos?
Muitas vezes as pessoas com quem trabalhamos, e até mesmo nós próprios, parecem estar comprometidas com tudo menos com aquilo que interessa.
Comprometidos com o sair a horas, mas nem sempre com o entrar a horas, com a preguiça quando não queremos sequer pegar num livro e procurar evoluir para no futuro termos melhores chances caso sejamos despedidos, com os clientes para darmos o nosso melhor versus ignorá-los ou tratá-los mal, para não dizer pior, enfim, penso que já apanhou o padrão…
Alguém no outro dia me perguntava se o “coaching” era a arte de fazer perguntas.
As perguntas são, de facto, uma das ferramentas que usamos, mas não me parece que a arte esteja somente nas perguntas.
Se assim fosse, um coach fraco com excelentes perguntas seria um óptimo coach só por as ter?
Penso que concordará que não e, de facto, é assim.
Mas a pergunta tem um “dom” muito interessante na mecânica cerebral.
Ao fazermos uma pergunta a alguém, o seu cérebro vai normalmente à procura da resposta.
Penso que não exista sequer registo histórico que isso não tenha acontecido alguma vez com uma pessoa normal.
Aqui reside talvez a pedra de toque deste “dom”. No facto de nos fazer pensar, criar novas ligações neuronais, ver as coisas com outros olhos, enfim, o que lhe queira chamar.
O coaching é, acima de tudo, a “arte” de o fazer ver de outro ângulo ou com outras lentes.
Se utilizarmos estas mecânicas, mesmo que por vezes sozinhos, podemos chegar a caminhos e alternativas muito interessantes.
Quer fazer uma experiência?
Pegue numa folha de papel e desenhe três colunas.
Na primeira coluna escreva as três principias coisas que quer da vida neste momento.
Não censure.
Seja o que for que lhe surgir está bem!
Agora respire fundo e feche os olhos, pode ficar de olhos abertos, mas a experiência diz-me que como muito do nosso mundo nos “entra” principalmente pelos olhos, de olhos fechados o processo é mais simples.
Para cada uma das coisas coloque a seguinte questão:
“Com o que é que eu estou comprometido para atingir isto?”
O que quer que surja, mesmo que nada, escreva na 2ª coluna.
Agora feche novamente os olhos e coloque a seguinte questão:
“Com o que é que não estou comprometido para não estar a atingir isto?”
O que quer que surja, mesmo que nada, escreva na 3ª coluna.
Repita o processo várias vezes, caso tenha dificuldade, até que as ideias, imagens, sons, ou sensações lhe comecem a surgir.
Espantado com o resultado?
Este é o “poder” de uma pergunta num processo de “Executive Coaching”.
Esta semana pare um pouco para pensar:
Com o que é que (eu, a minha equipa, a minha empresa) estão comprometido(a)s?
Ajude-nos a melhorar! Deixe-nos por favor o seu contributo para o tema.