Coitadinho… Quem não se recorda dessa anedota?
Para aqueles a quem este título não diz nada, aqui segue a história em versão mini: a selva fica em alvoroço quando sai um decreto a avisar que o leão irá comer todos os animais de boca grande! E o hipopótamo diz de forma inocente “coitadinho do crocodilo”.
Muitas vezes o processo de olharmos para nós mesmos e sermos confrontados com as nossas falhas não é o mais agradável.
Na grande maioria dos casos, quando algo de muito mau acontece nas empresas e nas equipas, a causa do problema é algo ou alguém que está connosco e nunca somos nós.
Mas já pensou no que ganha em explorar os seus pontos fracos?
Não quero ver os pontos fracos
Muitas pessoas sofrem deste mal. Preferem enterrar a cabeça na areia e agarram-se a conceitos que as impedem de ver para além da sua própria realidade. Discutem sabiamente sobre como melhorar os outros, mas nunca sobre como podem eles mesmos melhorar.
Em acções de executive coaching, o que procuramos é ajudar o coachee a ver as suas limitações, a aceitá-las e a vislumbrar o futuro e saber como as pode melhorar, caso seja essa a sua decisão. Em paralelo, procuramos potenciar ainda mais os aspectos positivos da pessoa, para que possa pôr os seus “talentos” a render e crescer ainda mais.
E quando falamos em pontos menos positivos, falamos em questões pessoais e profissionais. No campo pessoal, as competências estão mais enraizadas e são difíceis de ser alteradas, são convicções limitativas que nos impedem de sermos pessoas mais completas.
No campo profissional, as oportunidades de melhoria são imensas, desde que tenhamos a capacidade de as aceitar e trabalhar para as corrigir.
O entender realmente que a “nossa boca é ainda maior que a do crocodilo” dá-nos uma fantástica oportunidade de assumir o que somos como pessoa, identificar o que temos para apresentar ao mundo a actuar, caso queiramos, sobre essa competência.
Por isso não tenha receio de se expor, mesmo quando dirige uma equipa. Se existe algo que nos caracteriza como pessoas é o facto de termos defeitos.
Potenciar os pontos fortes
Se os traços e competências pessoais menos positivas são importantes, imagine o poder de potenciar ainda mais os traços positivos que tem!
Quantos de nós pomos as nossas capacidades em jogo, arriscamos para sermos melhores e ajudarmos outros a crescer?
A questão é sempre desafiar os limites. Até que ponto estamos dispostos a subir, até quanto queremos crescer e melhorar?
Colocar os nossos “talentos” ao serviço dos outros poderá ser uma excelente maneira de nós mesmos crescermos.
Pensar soluções e não problemas
Quando o hipopótamo recebe a má notícia adopta de imediato um comportamento de inocência e de desresponsabilização.
Quando as notícias não são agradáveis, ninguém quer acreditar nelas e muitas das pessoas adoptam este mesmo comportamento.
O encarar a verdade de frente requer coragem e poder de encaixe. É ainda necessário actuar perante notícias e conjunturas menos simpáticas. Quem lidera equipas está constantemente na mira dos colaboradores e a sua maneira de lidar com problemas será a que toda a equipa passará a adoptar.
Se optar por esconder-se e culpar todo o universo pelos problemas, está a fomentar a desresponsabilização, a falta de compromisso, de empenho e de sentido de realização. Se, por outro lado, decidir aceitar os desafios e tentar a sua solução, então está a ensinar aos outros que os problemas têm resoluções, que existe sempre a hipótese de fazermos algo de diferente e que o fracasso não é não conseguir, mas nunca se dar ao luxo de tentar.
Os processos de coaching que fazemos com as equipas têm estas vertentes principais: o desenvolvimento de competências positivas, o aceitar e perceber o impacto das competências menos positivas na vida pessoal e profissional e apostar em novas maneiras de lidar com os problemas.
Ajude-nos a melhorar! Deixe-nos por favor o seu contributo para o tema.