Lançámos um desafio nas redes sociais com a procura de temas interessantes para artigos da I&D. O feedback foi muito interessante e roda à volta da crise e das suas consequências, tópico que penso não estar a cair em desuso e se irá manter por muitos e longos anos sem perder interesse e continuando a ser o “culpado” de todas as desgraças que vão ocorrendo por esse país fora.
Mas por vezes a realidade com que me deparo em certas empresas com que trabalho ou com que me cruzo é tão diferente!
Quando a Europa e, no fundo, o mundo todo, se viu envolvido em duas Guerras Mundiais, a vida não parou. Continuou a haver negócios, importações e exportações, novas indústrias a abrir e outras a fechar portas, a vida quotidiana continuava com maior ou menos normalidade, mas as crianças iam à escola, os casais namoravam, nasciam e morriam pessoas.
Penso que o que vivemos agora é um pouco a mesma sensação. Sem toda a violência inerente a uma guerra, estamos a atravessar uma catástrofe maior que nós, impossível de ser compreendida por uns, já muito advertida por outros, mas acima de tudo assisto a um declínio de entusiasmo, vontade de vencer, resiliência e esperança.
Onde é que não há crise?
A partir do momento em que se perde poder de compra, a crise é abrangente e generalizada. Será que o segredo é inventar um outro tipo de negócio, empreender por caminhos inovadores, fazer algo que nunca foi feito? Ou sermos absolutamente fantásticos no que já fazemos na nossa empresa e nas nossas equipas?
Nunca me canso de tentar passar esta mensagem, porque honestamente é o que nos move a servir cada vez melhor os nossos clientes, a ajudar as empresas, a conseguir fazer a diferença em termos de abordagem ao mercado. O que podemos fazer já está em nós mesmos.
Voltando a esse tema, quer ter sucesso? Quando foi a última vez que motivou os seus colaboradores a serem os melhores do ramo em que opera? Tem a certeza de que o serviço que apresenta aos seus clientes é verdadeiramente único? Pois, frases feitas que já maçam, mas que teimam em não apresentar resultados.
O problema não está em querer SER ou querer TER, mas sim em querer FAZER. E por isso criamos um pouco a nossa própria crise.
Estas férias pude provar que o serviço compensa, pois pude apreciar alguns exemplos disso mesmo, mas depois também constatei frases do género “isto também não é meu, é do patrão, por isso ele que se oriente…”. Enquanto as pessoas das equipas não se sentirem, de facto, parte da empresa, nunca irão trabalhar com 100% de envolvimento, pois não sentem estar a trabalhar para si mesmos.
Não querendo entrar para a questão da culpa, o problema é tanto das chefias como também dos colaboradores. Você gostaria de ter uma pessoa que pensa desta maneira na sua equipa? E se a tem, o que vai fazer para que ela pense de outra forma? E se tem a consciência tranquila de que muito já foi feito para fazer ver a esta pessoa que TODOS são parte da empresa e ela mantém a postura, porque não toma a decisão mais dura, mas provavelmente mais certa?
A ideia volta sempre a ser a mesma, o que está nas nossas mãos fazer.
Encantar os clientes, com sorriso, disponibilidade, entrega e valorização. Admitir os erros, ser proactivo e apostar nas acções preventivas pode fazer a diferença. Ajude os seus clientes a identificarem a mais-valia que têm em escolher os seus produtos e serviços.
Identifique os seus produtos/serviços Premium e aposte fortemente neles. Não que vá esquecer os outros, mas se os tempos estão diferentes, faça algo diferente. Inove na abordagem, na postura e na dinâmica da equipa.
Será que os elementos da equipa sabem toda a argumentação de vendas? Deixa que as reuniões sejam uma ladainha de tristezas e de justificações? Se alguém está a vender, então é porque estão a comprar. Quem o está a fazer bem? E pode ensinar aos outros? E em vez de se queixar da concorrência, acha que pode aprender algo com ela?
E qual tem sido a SUA abordagem a este momento da nossa história? Queixa-se e fica desalentado e desmoralizado, ou tenta aparecer com dinamismo e força de vencer? É que pode fazer toda a diferença. Claro que sendo humano e estando a liderar uma equipa/empresa, o peso da responsabilidade é enorme, mas perante os colaboradores podemos esforçar-nos por adoptar uma atitude optimista. Poderá fazer a diferença!
E não existe “a” solução certa para sair da crise. Penso que cada empresa terá de descobrir a sua maneira de conseguir prosperar, que esta altura poderá ser uma excelente oportunidade para certas empresas e que outras terão de equacionar a sua posição no mercado, mas acima de tudo, se não fizer nada, então garanto que nada irá acontecer.
Ajude-nos a melhorar! Deixe-nos por favor o seu contributo para o tema.