Se tem, não fique envergonhado, pois não é assim tão mau.
Lembra-se de ser pequeno e ter medo do escuro? O medo do que se poderia esconder no vazio, o medo de apanhar um susto, o medo das sombras e do que a nossa própria imaginação construía… No fundo, tínhamos medo do desconhecido.
À medida que crescemos e em virtude de vários factores, vamos deixando de ter este e outros medos. A prova social é muito importante para ultrapassarmos esta barreira, pois nenhum de nós tinha coragem de admitir que tinha medo do escuro junto dos colegas. Outra é a idade em si, que nos faz imaginar menos e em que a parte racional começa a pesar grandemente.
Mas e quando somos adultos? Continuamos a ter medo do escuro?
Para nós o MEDO estará lá sempre, seja sob que forma for. Da nossa experiência no terreno, tentamos fazer com que as equipas enfrentem os seus medos, pessoais e profissionais, sem censura ou inibições, e, acima de tudo, tentamos confrontá-los com a consequência que pode advir de não enfrentarem os medos.
Mas que medos temos agora?
Medo do Desconhecido ou do Risco
Neste campo poderíamos dissecar bastantes medos… Há o medo do desconhecido quando partimos para novas áreas de negócio, em que mesmo dotados de estudos completos e exaustivos, temos sempre imenso receio do comportamento do mercado, da concorrência e do impacto dessa acção nos clientes actuais.
O medo de arriscar também é comum. Medo de arriscar num novo colaborador, medo de arriscar numa acção de marketing, numa nova área dentro da empresa… e poderíamos estar aqui o resto do artigo.
Como o superamos? De várias maneiras. Nunca nada é 100% certo, por isso tente avaliar a sua decisão com base em vários vectores. Considere o que pode acontecer à sua empresa se falhar, mas também o que pode ocorrer se não arriscar. Questione os seus melhores clientes, fale com quem já está na área há mais anos sobre a sua ideia, crie sessões de brainstorming com a sua equipa e preparem o Plano B, ou seja, o que faremos se não funcionar.
No que diz respeito às pessoas, prepare-as com tempo, arranje indicadores que permitam medir o seu progresso e a sua adesão à nova tarefa.
Medo de Falhar
Já reparou que o que os outros podem pensar de si ou da sua empresa em caso de falhanço é um dos seus maiores receios? Não se preocupe tanto, enquanto você pensa no que eles poderão estar a pensar em si, eles estão a fazer exactamente o mesmo, a imaginar o que você pensa deles!
A sério, não vale a pena ter medo de falhar por causa da imagem, status ou outra questão semelhante. O medo de falhar, quando muito, poderá ferir o seu ego.
Mas prefere ter medo e falhar ou ficar com a angústia de nunca ter tentado? Estará de facto a falhar ou estará um passo mais perto da sua solução ideal? Dizemos sempre que aprendemos muito mais com os nossos erros, mas curiosamente detestamos errar e principalmente que nos apontem esse erro.
Nas empresas, procuramos criar um ambiente em que o ERRO é visto como uma mais-valia. Se dermos outra nomenclatura ao erro, este perde a carga emocional que tem e as coisas são vistas de outro modo. Procure sim pontos de melhoria, oportunidades de crescimento e, acima de tudo, aposte na prevenção como meio de combate aos erros e ao medo de falhar.
Medo dos Resultados/Consequências
E se isto resulta bem demais? Muitas empresas sentem receio de avançar em certas acções, com medo dos resultados ou das consequências que daí possam surgir. É frequente dizerem-nos “se isto funciona como é que eu dou resposta?”. Primeiro centre toda a sua atenção em fazer resultar, depois vá aos poucos preparando os recursos e aumentando assim a capacidade de resposta. Prepare também o plano B para o caso de as coisas não se passarem como gostaria.
Acima de tudo, não tenha medo de crescer! Muitas empresas enfrentam mais cedo ou mais tarde as dores de crescimento. Isso é bom!
Medo de Estagnar
Para muitas empresas é, de facto, o maior medo. Com receio de perder clientes ou perder o serviço/produto, muitas empresas optam por ficar quietas, reagindo ao mercado em vez de actuar pró-activamente e ir ao encontro das expectativas dos clientes. Se cristalizar, os seus colaboradores farão o mesmo, o que leva a um grau elevado de desmotivação, pouca dinâmica e baixa ambição, e resulta num sucesso cada vez menor.
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