Espero que sim! Pelo menos por si…
E espero que se questione todos os dias sobre o trabalho que tem vindo a fazer, em que medida é que apoia a equipa, que valor aporta ao seu grupo de trabalho, como os ajuda a superar-se, que resultados estão a atingir com as ferramentas e procedimentos que estão a utilizar, etc.
Se se interrogar e reflectir a cada dia como está a correr, seguramente está determinado em fazer melhor…
“A liderança exerce-se lá na frente” é uma citação de Peter Young e, sempre que a leio, não deixo de esboçar um sorriso… ser líder não dá a ninguém o direito de baixar os braços, de ser morno, de se recatar quando não tem o rumo certo, de “relaxar” do ávido dia-a-dia, de adiar.
É que quando falamos de Liderança, o trabalho nunca está pronto, nunca se é suficientemente bom. Quem chama a si este papel tem o dever de prosseguir o seu desenvolvimento pessoal como líder, motivador e comunicador.
Cada dia pode ser mais desafiante que o anterior nesta exigente tarefa recheada de acções como definir, planear, informar, motivar, organizar, dar o exemplo, inspirar, controlar, avaliar, decidir, criar, organizar, comunicar, questionar, responsabilizar, desenvolver, acreditar, agir, ajudar a crescer, reconhecer, agradecer…
Haverá tarefa com mais impacto sobre os outros?
Efectivamente, o sucesso na liderança depende do engenho e arte de cada um em definir as Funções, em criar e manter a Equipa e em ganhar compromisso e ajudar a desenvolver cada Colaborador. O equilíbrio permanente destes três pilares é absolutamente fundamental.
1 – Função
Não basta dar um nome às tarefas que queremos ver feitas e colocá-las no planeamento.
É preciso “esmiuçar” o que cada tarefa pressupõe, para criarmos um alinhamento comum em toda a empresa e garantirmos que todos falamos do mesmo quando nos referimos a uma determinada função.
Mapear cada tarefa passa por estipular os seus objectivos, por identificar recursos e confinar responsabilidades.
A atribuição da tarefa está condicionada pelas competências que exige, podendo haver requisitos adicionais de formação sempre que é uma actividade nova ou se estamos perante uma situação que exige fazer crescer um colaborador.
Para a execução deverão ser definidas as prioridades e estipulados os timings de início e fim. Mediante o prazo exigido, deverá prever-se um modelo de seguimento com pontos de controlo que permitam aferir o respectivo progresso.
E, sempre que possível, o líder deve dar o exemplo, já que esta é uma táctica extremamente eficaz de modelação.
2 – Equipa
Criar e manter uma Equipa não é fácil, porque para além das nossas motivações temos que integrar as de todos os outros elementos. Quantas mais gerações estiverem envolvidas, mais desafiante será…
Um factor determinante será estabelecer os valores e os padrões de comportamento esperados de forma a balizar atitudes e a definir o que é esperado de cada um. Só assim se consegue manter a disciplina, deixar claro o que é correcto e o que se desvia do comportamento pretendido.
Para que os objectivos da equipa sejam atingidos a cada etapa ou fase de desenvolvimento, há que dimensionar adequadamente a equipa, balancear entre recursos mais experientes e recrutar novos talentos, ou ajudar a desenvolver quem está a bordo.
Escolhermos a equipa que queremos ter é primordial e aumenta seriamente a probabilidade de sermos o líder que os elementos da nossa equipa gostariam de ter.
Não se pode ter na equipa ninguém por quem não estejamos apaixonados… Quando fechamos os olhos, seguramente que associado ao nome de cada um terá que estar pelo menos uma competência extraordinária (e o que saltar de menos bom é uma aresta a limar…)
Para que a Equipa esteja tão envolvida quanto desejamos, há que apostar na informação e comunicação.
E há que promover a cooperação, trabalhar o espírito de equipa e criar laços de confiança… só assim se minimizam conflitos!
3 – Colaborador
E como reforçar o nível de compromisso e potenciar ainda mais os resultados de cada um?
Desenvolver cada elemento da Equipa passa por alocar correctamente as tarefas, definir responsabilidades, estabelecer metas para a sua realização e clarificar expectativas face a resultados esperados.
Ser um bom líder para cada colaborador é ter a humildade ou a grandiosidade de nos colocarmos no seu lugar, de desafiar e inspirar, de empurrar ou puxar sempre que for necessário…
Ser um bom líder para cada um é dar autonomia, é confiar, é assumir o risco, é ajudar a encontrar as soluções, é antecipar para que numa próxima situação semelhante as respostas estejam lá.
Ser um bom líder não é acolher cada um como se tivesse 7 aninhos e “aconchegar” quando faz asneira, compreender resultados que não chegam ou premiar o quase. Isso não é ser assertivo, não ajuda a desenvolver, não previne o futuro e, ainda que às vezes o pensemos, não faz de nós mais amigos ou melhores pessoas.
Para que a Equipa progrida, há que desenvolver cada um, pensar um Plano de Desenvolvimento Individual por Colaborador e assumir investimento em Formação e Coaching.
Se mais não puder fazer, proporcione e-learning e invista o seu tempo, invista horas para acompanhamento, para ajudar a ser crítico, a identificar melhorias e dar feedback construtivo.
E sempre que alguém cumpre acima do esperado, nos surpreende ou se supera, importa reconhecer, importa felicitar, importa agradecer. Continua a ser gratuito verbalizar um simples “Parabéns” ou um mero “Obrigado”, e a verdade é que estas palavras continuam também a ter poderes mágicos…
E, se puder, evite deixar a compensação de fora. Torna a maratona mais animada!
Ajude-nos a melhorar! Deixe-nos por favor o seu contributo para o tema.